Carlos Fontes

 

 

     

Cristovão Colombo, português ?

 

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As Provas do Colombo Português 

 

16. Nobre em Fuga 

 

Colombo foi para Espanha, em princípios de 1485, numa altura que vários nobres portugueses eram acusados de conspirarem contra D. João II, e também fugiram de Portugal. As conspirações de 1483 e 1484 envolveram as duas principais casas da nobreza de Portugal: Os Duques de Bragança e os Duques de Viseu-Beja, ambos familiares de Isabel, rainha de Castela e do próprio Colombo. 

 

Os reis espanhóis não tinham dúvidas sobre a sua origem e estatuto social, e nesse sentido, sem ter descoberto nada ao serviço de Castela ou Aragão, trataram desde logo de lhe dar uma tença. 

 

Estamos perante um nobre português em fuga que se transformou com o tempo num espião ? Ou um espião de origem nobre que aproveitou a circunstância para se infiltrar entre os exilados portugueses em Castela ?

 

 

Fuga ?

 

Hernando Colón não sabendo ou não querendo dizer a razão porque Colombo saiu de Portugal afirmou que a fuga tinha sido precipitada. As suas palavras são muito claras a este respeito.

 

Uma história que se enquadra na perfeição com a situação política vivida pela alta nobreza em Portugal.

 

Sobre esta fuga convém recordar o seguinte:

 

a ) Colombo quando saiu de Portugal, deixou aqui mulher e pelo menos um filho. Trata-se de uma exigência que D. João II fez igualmente a outros conspiradores, como Alvaro de Bragança que se exilou também em Castela  .

 

Desconhecemos as circunstância em que Dona Filipa Moniz Perestrelo e um dos filhos vieram depois a falecer. Talvez esteja aqui a razão porque continuou a visitar Portugal, e da carta de D. João II, datada de 1488, onde afirma o perdoa quanto aos casos que tinha pendentes em Portugal. 

 

b) Onde se refugiou Colombo na Andaluzia? Onde de refugiou,  se é que o fez, é uma questão que continua a suscitar alguma polémica. Não restam dúvidas que foi para junto de portugueses exilados na Andaluzia, mas quais? 

 

Hipóteses:

 

- Foi para casa  da sua cunhada Briolanja Moniz em San Juan del Puerto (Huelva), em casa da qual sempre viveu em Castela/Espanha. Tudo leva a crer que o tenha feito, embora se tenha ausentado algumas temporadas.

 

- Procurou refugiu, como outros nobres portugueses exilados, em casa do  Duque de Medinaceli - Luis de la Cerda y Mendonza (1443-1501), em casa do qual terá ficado, dois anos, entre 1483 e 1486 . O encontro terá ocorrido no Puerto de Santa María- Cádiz (33). Recorde-se a ligação deste duque ao Conde de Faro, um dos principais conspiradores de 1483. A carta do Duque aponta para que o tenha feito entre 1483 e 1486 (31), Bartolomé de las Casas, aponta para uma data posterior.  Os historiadores espanhóis não se entendem sobre a data em que Colombo ficou alojado em casa do Duque, durante dois anos (32).

 

Colombo terá então tentado convencer o Duque de Medinaceli a financiar a expedição, mas após ter avaliado as enormes  suas elevadas exigências que lhe eram propostas, remeteu o assunto para os reis católicos. Apesar disso, como vimos, alojou-o durante dois anos (1484-1485?).

 

- Foi para Sevilha para a casa de outros conspiradores portugueses, como a da sua sobrinha, a marquesa de Montemor-o-Novo ?.

 

c ) Não houve nenhuma fuga precipitada de Colombo. Ádám Szászdi Nagy ( 2 ), baseado numa analise rigorosa da documentação da época sustenta que não foi sozinho para Castela, mas sim acompanhado do primo-irmão da sua mulher - D. Pedro de Noronha, mordomo -mor e comendador da Ordem de Santiago, em fins de Junho de 1485

 

D. João II encontrava-se neste mês em Santiago do Cacém, e enviou então uma embaixada de obediência ao papa (Inocêncio VIII), que integrava para além do embaixador anterior, o doutor Vasco Fernández de Lucena ( 3 ) e Ruy de Pina, como secretário. A embaixada terá se dirigido para Mértola (antiga sede da Ordem de Santiago) e dali para Castro Marin (antiga sede da Ordem de Cristo). Atravessaram a fronteira, seguiram para Huelva, Palos/Moguer e dali para Sevilha.  

 

A embaixada seguiu depois Córdoba a caminho de Roma, no regresso voltou a passar por esta cidade.  Onde terá ficado Colombo? - Em Huelva, Sevilha ou em Córdova ? 

 

 

 

1. Itinerário em Castela (1485-1492)

 

A região procurada por Colombo foi tudo mesmo ocasional.

 

San Juan del Puerto (Huelva) - Moguer - Palos. Quando saiu de Portugal dirigiu-se ao encontro da sua cunhada - Briolanja Moniz - que desde 1484 vivia em San Juan del Puerto. Foi aqui que deixou o seu filho primogénito - Diego Colon.

 

É de todo improvável  que o tenha deixado ao cuidado de Frei João Peres de Marchena, no convento de La Rabida (Palos), como escreve Lopez Gómara.

 

A prévia presença dos familiares da sua esposa nestas localidades, indicia que estamos perante uma fuga planeada. 

A proximidade desta povoação a Castro Marim, onde a Ordem de Cristo, tinha uma importante fortaleza reforça a mesma convicção.

 

Briolanja Moniz estava ligada aos conspiradores de 1483/4, que atentaram contra D. João II, pelo que provavelmente fugiu com o marido para Castela, onde o Duque de Medina Sidónia lhe arrendou uma vasta propriedade com vários quilómetros de extensão entre San Juan del Puerto e Trigueiros.

 

 

Cordova - Sevilha. O seu itinerário em Castela, no ano de 1485, continua ser objecto de controvérsia.

 

Hernando Colon e Las Casas referem que Colombo partiu de Huelva para Córdoba, onde estaria a corte dos reis católicos. Sabemos que a corte permaneceu em Sevilha de  2/10/1484 a 25/2/1485 (25), e devido à peste, se mudou em Março de 1485 para Córdoba (23), onde se manteve até cerca de Outubro deste ano, quando partiram para a fronteira de Granada.

 

Foi durante este período que D. João II, em Julho de 1485, enviou a Córdoba um embaixador - Fernando da Silva Meneses (29) - a solicitar aos reis católicos para que deixassem de dar apoio aos exilados portugueses que haviam ido para Castela (28), pedido que foi recusado. A escolha deste embaixador é muito significativa, dado o mesmo ter estado envolvido na assinatura do Tratado de Alcaçovas-Toledo (30). Este facto revela, só por si, a preocupação de D. João II com um novo exilado português...

 

 

Embora Las Casas (cap.29), afirme que os primeiros contatos com membros da Corte começaram a 20/1/1485, a corte estava então em Sevilha e não em Córdoba.

 

Colombo, em Sevilha, contava com  apoio de familiares portugueses, como a marqueses de montemor , Alvaro de Bragança , Condes de Odemira, mas de muitos outros exilados portugueses.

 

Las Casas refere os nomes de pessoas a quem foi apresentado o projecto:

 

- Hernando de Talavera, prior do Prado, frade jerónimo e depois arcebispo de Granada. Mais

<

- Pedro Gonzáles de Mendonza, arcebispo de Toledo, e depois cardeal.  Mais

 

- Luis de Santángel, aragonês, escrivão da fazenda na Corte. Mais

 

- Diego de Deza, frade dominicano, depois arcebispo de Sevilha. . Mais

 

- Juan Cabrero (Saragoça, 1440-1514), aragonês, camareiro mor do rei Fernando de Aragão. Mais

 

- Gutierre de Cárdenas  y Chacón ( -1503), comendador mayor de León da Ordem Militar de Santiago. Mais

 

 

Em todo o caso, terão sido estes os primeiro a apreciar o projecto de Colombo. Las Casas não consegue esclarecer como é que Colombo acedeu a este grupo de pessoas, mas a verdade é que os mesmos limitaram-se a protelar o caso.

 

Vida de Corte. Las Casas afirma que depois de Janeiro de 1485, Colombo passou a andar com a Corte dos reis católicos (Cap.29), durante "más de cinco años, sin sacar fruto alguno."

 

Apesar disso, em 1485, ainda arranja tempo para vir a Lisboa, encontrar-se com o D. João II e o mestre José Vizinho.

 

A primeira audiência com os reis católicos terá tido lugar a 20 de Janeiro de 1486, em Alcalá de Henares, depois de ser ouvido pelo Real Conselho de Espanha, do qual fazia parte desde Março de 1485 - Alvaro de Bragança. O seu projecto continuou a ser estudado, sem que houvesse qualquer decisão.

 

Salamanca. Entre Novembro de 1486 e Janeiro de 1487, teria exposto a sua ideia a uma "Junta" de sábios de Salamanca, a qual faziam parte entre outros, Abraham Zacut, astrónomo e Diego de Torres, professor de astrologia. Teria ficado hospedado na Convento Dominicano de Santo Estevão (San Esteban). Não existe documentação que sustente esta deslocação a Salamanca, a única coisa que se sabe é que os reis católicos estiveram nesta cidade durante este período (24).

 

Córdova. Desloca-se, em 1487, a Córdoba para se encontrar com a rainha. Apesar de não haver qualquer decisão, passa a receber uma tença (5/5/1487). Durante esta curta estadia conhece a sua amante Beatriz Aranha, mãe de Hernando Colon.

 

Sevilha. Por volta de 1488, segundo Las Casas, começou a fixar-se em Sevilha, onde viviam os seus ricos parentes ligados à Casa de Bragança (14) Contactos que se revelaram desde logo decisivos, pois foi sempre recebido pelos grandes senhores de Castela.

 

Entre finais de Abril e Julho de 1488, desloca-se a Múrcia para tentar encontrar-se com os reis católicos, os quais estiveram nesta cidade de 26/7 a 28/7/1488, antes de deslocarem para Valladolid. Colombo terá conhecido em Múrcia, o cristão-novo - Luis de Torres (interprete na 1ª viagem) e Juan Cabrero, camareiro-mor de Fernando de Aragão (21).

 

Em fins de 1488, desloca-se  a Lisboa, para se encontrar com D. João II. O rei, em Março, respondendo a cartas do seu "especial amigo" , autorizou-o a visitar Portugal, continuando a animá-lo para que persistisse em convencer os reis católicos a apoiarem a sua viagem.

 

Colombo anda desesperado, a Corte espanhola nada decide sobre o seu projecto.  Os reis católicos, a 12 de Maio de 1489, concedem-lhe um privilégio especial, ordenado que em toda a Espanha lhe fossem garantido alojamento e alimentação em condições condignas à sua condição. A nova reunião termina inconclusiva, ficando o assunto de ser estudado, uma vez mais a cargo de Hernando de Talavera.

 

Graças à influência da comunidade portuguesa em Sevilha, entra em contacto com o Duque de Medina Sidónia -Enrique de Guzmán (Las Casas, cap.30). Contactou também o marquês de Cádiz - Rodrigo de León, mas ambos estavam sem recursos para o apoiarem devido à guerra com o Reino de Granada.

 

É provável que quando a corte espanhola residiu, em 1490, na cidade de Sevilha, Colombo fosse informado das conclusões negativas da comissão de Hernando de Talavera.

 

Andrés Bernáldez (Memórias,p 270), apresenta outra versão dos factos: afirma que os reis católicos se mostraram interessados no projecto de Colombo, mas razões não explicadas os impediam de o autorizar.

 

 

Palos. Após a morte do principe português - D. Afonso (Julho de 1491), abrem-se novas condições para que o projecto de Colombo pudesse avançar. Regressa a Palos, onde se encontra com Frei Juan Peres de Marchena. Este escreve à rainha, ainda em Julho de 1491, insistindo para que receba Colombo, autorize a viagem e concordo com as suas exigências. A rainha recebe frei Juan Peres em Santa Fé.

 

Santa Fé. Os reis católicos, instalam-se num acampamento improvisado em Santa Fé, em julho de 1491, para o último assalto à cidade de Granada. Muitos portugueses estão envolvidos nesta guerra. D. João II, rei de Portugal, fornece inclusive pólvora. A cidade capitulou a 2 de Janeiro de 1492.

 

Colombo, em finalmente recebido pela rainha Isabel, em Setembro de 1491, em Santa Fé. Para as despesas de viagem e compra de novas roupas, recebe 20.000 maravedis. Inicia-se uma nova apreciação do projecto e as suas enormes exigências. O problema central está agora nas exigências de Colombo, próprias de um grande senhor medieval. Opõe-se-lhe

Hernando de Talavera e os seus partidários (Las Casas, cap. 31, Hernando Colon, cap.XIII).

 

Entre Janeiro e Março de 1492, é informado que o seu projecto fora de novo recusado. Decide então partir para Córdova, mas eis que a rainha decide autorizar a viagem e concordar com as suas exigências. Hernando Colon atribui a decisão da rainha à intervenção de Luis de Santángel  e a outros, que não nomeia (Cap.XIV). Las Casas (cap.32), atribui toda a responsabilidade a Santángel, inventado um longo diálogo entre ele e a rainha e a célebre historieta das joias. O seu objectivo, parece ser, o de dar credibilidade a  uma decisão que escondia outros e outros motivos.

 

Colombo que se encontrava a duas léguas de Granada, na puerta de Pinos, foi mandado chamar e recebido de novo pelos reis. Em Abril de 1492 eram estabelecidas as capitulações de Santa Fé.

 

 

 

2. Estatuto

 

Ao contrário do que se procurou fazer crer, Colombo ainda sem ter feito qualquer descoberta ao serviço de Espanha, já desfrutava do estatuto de Alta Nobreza

 

Entre 1484 e 1492 foi oficialmente reconhecido como um nobre:

 

a) Tenças Reais.

 

1486:

É recebido em audiência pelos reis católicos no 20 de Janeiro de 1486, no palácio arcebispal de Alcalá de Henares, residência do cardeal Mendonza (34), depois de ser ouvido pelo Real Conselho de Espanha, do qual fazia parte desde Março de 1485 - Alvaro de Bragança (12).

 

1487:

 

5 Maio - 3.000 maravedis (em Córdoba) (7); 

 

3 Julho: 3.000 maravedis, "para ayuda de costa" (9)

 

27 de Agosto- 4.000, para ir al Real (Málaga) a mando de suas altezas. No livro de registos referem-se outras quantias anteriores pagas. (8)

 

18 de Outubro - 30 doblas (c.26.100 maravedis) (10)

 

1488:

 

16 Junho- 3.000 meravides. "por cédula de sua alteza" (11).

 

É provável que também tenha recebido mais, mas não nos esquecemos que Colombo esteve em Lisboa neste ano. (11)

 

1489

12 de Maio, os reis católicos concedem-lhe um privilégio especial, ordenado que em toda a Espanha lhe fossem garantido alojamento e alimentação em condições condignas à sua condição ( 1 ).

 

1491

Julho -  Isabel, a católica, após ter sido contactada por Frei Peres de Marchena (português), manda-lhe dar 20.000 maravides em florins. 

 

1492:

Colombo foi nomeado "Almirante do Mar Oceano", acontece que neste mesmo ano, um "Almirante de Portugal", cujo nome não é revelado, recebeu de Isabel, a Católica - 60.000 maravides ( 5). 

 

Trata-se de uma das mais importantes descobertas dos últimos anos ( 6 ), pois estamos perante mais uma prova da identidade portuguesa de Cristovão Colombo.

 

O dinheiro para Colombo nunca faltou, o que é um caso extraordinário se tivermos em conta que nesta altura os cofres da Corte Espanhola estavam vazios devido à guerra para conquista do Reino de Granada. 

 

b ) Dom. Só um nobre podia ser tratado como "Don" (me espanhol), ora ele foi desde o início tratado como tal. Num documento datado de 1486 é este o tratamento que lhe é dado. As exigências que Colombo impôs à Corte Espanhola, para lhes dar as Indias eram a prova de alguém que mais do que dinheiro ambicionava ser um rei nos seus territórios (Capitulações de 17/4/1492 e Acta Jurídica de 30/4/1492).

 

c ) Cavaleiro das Esporas Douradas . Uma das muitas exigências de Colombo foi ser armado cavaleiro de esporas douradas pelos próprios reis católicos, um grau da cavalaria que só era concedido a fidalgos. Para o seu filho Diego Colón, procurou que o mesmo fosse armado cavaleiro da Ordem do Tosão do Ouro. Recorde-se que o seu secretário particular - Diego Mendéz de Segura - , foi também armado cavaleiro das esporas douradas pelo rei D. Fernando de Aragão. -

 

d) Almirante, Vice-Rei, Governador. Colombo exige o estatuto próprio da alta nobreza, apenas acessível em Espanha aos filhos primogénitos de reis.

 

d ) Brasão. Colombo usava um brasão entre 1484 e 1493. Os reis espanhóis a 20 de Maio de 1493, concedem-lhe um novo brasão, permitindo que este mantivesse o seu antigo Brasão. Foi nesta altura nomeado cavaleiro das esporas douradas.  

 

e ) Criados. Uma das primeiras preocupações de Colombo na sua primeira viagem foi constituir uma verdadeira corte para o servir, na segunda viagem pretendeu constituir uma guarda pessoal, etc. Entre seu os muitos criados, contam-se etre muitos outros, os seguintes: Diego Mendez de Segura (secretário particular), Pedro de Terrerros (Mestre Sala, na 1º. e 2º. viagem, e depois capitão), Pedro de Salcedo (pagém de Colombo), Pedro de Arroyal, Alvaro Peres de Meneses, Francisco Barrasa, Diego Tristão, Diego de Escobar, Juan Cerón, Diego de Cañizares, Martin de Lanuza, etc (19).

 

Estão identificados dezenas de criados, o que diz bem dos hábitos que possuía. 

 

f ) Salvo conduto (colectivo). Em Setembro /Outubro de 1488 Colombo veio para Lisboa onde permaneceu até ao ano seguinte. A 12 de Maio os reis católicos concedem-lhe um salvo conduto para entrar em Castela e dirigir-se à Corte, obrigando aqueles onde passasse a darem-lhe alojamento e comida. A particularidade deste salvo conduto é que ele não se destina apenas à sua pessoa, mas abrange também os seus criados e acompanhantes (4 ). Estamos perante um nobre e não um pobretanas, como afirmam as historietas correntes.   

 

g ) Pagens. Ainda antes da sua primeira viagem à América já o seu filho Diego Colon (português) tinham sido nomeado pagem do futuro rei de Espanha.  O seu filho ilegitimo Hernando Colon foi mais tarde também nomeado pagem do principe espanhol.

 

h ) Irmãos nobres. Não foi apenas Colombo que tinha o estatuto de nobre, mas também os seus dois irmãos que eram reconhecidos como tal.

 

A 20 de Maio de 1493, os seus dois irmãos - Diogo e Bartolomeu -, por mercê real foram considerados "fidalgos e cavaleiros", sendo-lhe concedida a dignidade de usarem "Dom". Nenhum deles tinha feito qualquer descoberta ou prestara qualquer serviço à Espanha. Bartolomeu nem sequer estava neste país, ainda se encontrava em França

 

O estatuto de Colombo em Espanha não era de um tecelão italiano, mas de um nobre fugido de Portugal. Nenhum nobre espanhol contestou a forma de tratamento que recebia, nem a nobreza da sua família. Andou quase sempre em viagens e nunca lhe faltaram recursos para o fazer. 

 

 

3. Antecedentes

 

Colombo quando chegou a Castela, estava longe de ser um desconhecido para a rainha Isabel, dita "a católica".

É provável que à semelhança de muitos outros corsários portugueses tenha ido para a Catalunha, em 1464, para defender  a causa de D. Pedro, Duque de Coimbra e Condestável de Portugal, quando este se tornou rei da Catalunha e de Valência.

 

Após a sua morte de D. Pedro, como muitos outros por lá terá ficado, passando a defender a causa de Renato d`Anjou contra Juan II de Aragão, pai do futuro rei - Fernando de Aragão. O seu objectivo era, neste caso, ajudar a anexar a Catalunha à França, evitando a sua união a Castela. Mais

 

É com grande orgulho que refere que, em Outubro de 1472, foi a Tunes aprisionar uma galera do rei de Aragão, tendo inclusive enganado a tripulação sobre o seu verdadeiro destino.

 

É também muito provável que, em 1475, tenha sido enviado pela Duquesa de Beja-Viseu - D. Brites -, a Castela para negociar secretamente um acordo com a rainha Isabel. Colombo faz explicitamente referência a este serviço. Mais

 

Estamos, perante factos que a rainha Isabel certamente conhecia.

 

Face a antecedentes Fernando de Aragão irá procurar controlar os movimentos de Colombo, através de um conjunto de subditos aragoneses como o camareiro Juan Cabrero, o secretário Juan de Coloma,  o escrivão da fazenda Luis de Santángel e o seu aliado Gutierre de Cárdenas . Não é por acaso que a única cópia existente das capitulações de Santa Fé, tenham sido encontradas nos arquivos de Aragão.

 

 

 

4. Protegido da rainha

 

A maioria dos historiadores está de acordo num ponto: a Rainha Isabel, a Católica (1451-1504)  protegeu Colombo. Há um dado fundamental que raramente é referido: Esta rainha de Castela e Leão, a primeira de Espanha (país criado em 1492) era filha de uma infanta portuguesa - D. Isabel de Portugal ou Isabel de Avis (1428-1496), também rainha de Castela e Leão. Na sua corte viviam muitos nobres de origem portuguesa. 

 

Isabel de Portugal, filha de João de Portugal (1400 – 1442) e de Isabel de Bragança (1402-1465), tinha enormes afinidades físicas com Colombo, nomeadamente cabelos ruivos. Pelo lado paterno, à semelhança de Colombo, estava intimamente ligada ao Alentejo e à Ordem de Santiago de Espada, em particular à sua sede em Alcácer do Sal.

 

Isabel, a Católica, filha de uma portuguesa (Isabel de Portugal), criada por uma ama portuguesa (Maria Lopez) (26), aprendeu deste criança a falar português (27).

 

Era bisneta do 1º. Duque de Bragança e trineta de D. Nuno Alvares Pereira (condestável de Portugal) e de D.João I. Na sua corte contou sempre com muitas damas e nobres portugueses, alimentando a sua ligação familiar à Casa de Bragança (13), onde Colombo possuía vários parentes. Se tivermos em conta este contexto não admira que o tenha apoiado, mesmo sem nada descobrir para Castela: 

 

- Em Maio de 1487 mandou-lhe dar uma tença, que lhe permitiu viver folgadamente e viajar pela Espanha. O que continuou a fazer anos seguintes, sendo-lhe  concedidos privilégios excepcionais (1489). O problema é que o seu projecto fora entregue a uma Comissão que não lhe deu andamento, porque a própria rainha de Castela, também não o pretendia.

 

- Em Julho de 1491 ao saber da morte do seu genro, o Principe D. Afonso de Portugal, e que D.Manuel, Duque de Beja, senhor de Viseu, das Ilhas Atlânticas e mestre da Ordem de Cristo se tornara o herdeiro da cora de Portugal, predispõem-se a apoiar o projecto de Colombo.

 

Frei João Peres de Marchena (português), aproveita a conjuntura, e faz saber a Isabel, do desânimo de Colombo. Em 15 dias, a rainha castelhana, toma o assunto nas suas mãos, afasta do processo a Comissão nomeada em 1486 para o estudar, manda entregar-lhe mais dinheiro e ordena que se passe a negociar apenas as exigências de Colombo (títulos, etc). 

 

Alguns historiadores associam esta mudança de atitude da rainha a um suposto segredo que Colombo terá contado ao Frei Peres de Marchena e que este, por sua vez, contou à rainha na carta que lhe enviou. Qual seria o segredo ? Este frade terá dito que Colombo já havia estado ao serviço de Portugal nas Indias (América), e que tinha provas que os portugueses já lá haviam estado ( 2 ).

 

A Minuta das Capitulações (17/4/1492) é clara neste ponto: Colombo já conhecia as Indias, a viagem que pretendia fazer tinha como objectivo dá-las aos reis de Espanha.  

 

A verdade é que a longa hesitação da rainha de Castela, durante 7 anos, pretendeu-se com uma questão mais importante em termos políticos: Aquando da Celebração do Tratado de Alcáçovas, em 1479, ficara acordado que o principe herdeiro de Portugal se casaria com a sua filha mais velha, o que de facto veio a acontecer em 1490.  

 

Se aceitasse a proposta de Colombo, estaria a alimentar as desconfianças entre os dois reinos ibéricos. Este era para todos os efeitos um traidor, pois fugira para Castela, por estar aparentemente envolvido na conspiração contra D. João II, chefiada pelo Duque de Beja e Viseu - D. Diogo.

 

A ideia de Colombo interessava também a esta casa ducal, pois afastava os castelhanos dos seus domínios: as ilhas atlânticas e as ricas costas da Guiné.

 

A morte do principe português, em Julho de 1491, alterou o quadro da situação: D. Manuel, Duque de Beja e senhor de Viseu, irmão do D. Diogo, tornou-se no herdeiro do trono de Portugal. A Rainha de Castela não  tinha 

agora qualquer impedimento para avançar com um projecto acarinhado pelos seus parentes portugueses: os Duques de Viseu-Beja e os Duques de Bragança.

 

Meses depois partia para a América a 1ª. Expedição. Isabel, a católica tinha na corte então um apoio fundamental: Alvaro de Portugal, Governador da Justiça e presidente del Consejo Real de Castilla. 

 

- Em Setembro de 1491, Colombo é recebido pela rainha, acompanhada de um grupo de pessoas do alto clero e nobreza espanhola. O assunto volta a não ter grande abertura na Corte, mas a rainha não desiste. Em Janeiro de 1492 convida-o a assistir á queda de Granada, numa posição própria da alta nobreza, e apesar de alguma hesitação foi decidido avançar com a viagem, nomeadamente porque apareceu desde logo quem a financiasse. 

 

O problema mais complexo das negociações, prendia-se com as desmesuradas exigências de Colombo, mas mesmo assim estas acabaram por ser todas satisfeitas (Minuta das Capitulações de Santa Fé, 17 de Abril de 1492 e Acta Jurídica, 30/4/1492). 

 

Isabel, a Católica ao proteger Colombo estava também a proteger um dos seus parentes, por isso não teve dúvidas em lhe dar o tratamento de nobre mal ele chegou a Castela em 1484. Recorde-se que a neta de Colombo (Isabel Colon ), cujos descendentes foram os herdeiros dos seus títulos, fez questão de se re-ligar aos descendentes directos Casa de Bragança, e em particular ao ramo que ostentava o nome de D. Nuno Alvares Pereira. 

 

A legenda do brasão de Colombo (1493), revela esta ligação privilegiada a Isabel, a Católica ao explicitamente afirmar que o Novo Mundo por si descoberto foi dado a Leão e Castela, ignorando o Reino de Aragão.

 

 

5. Ocultação da Identidade

 

Não restam dúvidas que os reis católicos conheciam a verdadeira identidade de Colombo. Condescenderam com a mudança do seu nome e até mesmo com a sua alegada origem italiana, uma ideia que já circulava na corte espanhola em 1496. Provavelmente esta seria a melhor forma de o proteger, algo que faria todo o sentido se o mesmo fosse um nobre português em fuga. Outros, como  vimos, fizeram o mesmo.

 

No entanto, em documentos oficiais, sempre recusaram a que ficasse escrito que o mesmo era genovês, milanês ou de outra qualquer região de Itália. Foram ao ponto de corrigirem o seu embaixador em Londres que pensava ser esta a origem de Colombo. A origem dos seus irmãos também não consta em nenhum documento da corte espanhola. Este era um segredo de Estado.

 

Ao longo de todo o século XVI, a Corte Espanhola chegou a condenar Génova pela falsificação de documentos que estava a produzir sobre a origem de  Colombo, mas nunca revelou a sua verdadeira identidade.

 

Os juízes espanhóis que analisaram caso tiveram a clara noção que estavam perante uma enorme mentira. Neste sentido, em princípios do século XVII recusaram-se a admitir que o mesmo fosse sequer italiano.

 

Apesar disto, parece evidente que se fez passar por italiano, assim como os seus próprios irmãos.  Como já dissemos, Colombo, assumiu como suas a origem da esposa.  Filipa Moniz Perestrelo - tinha raízes italianas, cujo avô Palestrelli, por volta de 1380, se mudou de Piacenza para Lisboa. Era fácil tomar como suas as raízes familiares de Filipa. Mais. 

 

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6. Amante Cordovesa: Beatriz Enriquez

 

A passagem da embaixada de Portugal por Córdova (Córdoba), parece ter tido uma consequência: Colombo ter-se-á relacionado com uma jovem de cerca de 20 anos, chamada  Beatriz Enriquez (1465/67 - 1521), natural de Santa Maria de Trassierra (Córdoba), filha de Pedro de Torquemada (?-1471) e de Ana Núnez de Araña (?). Alguns historiadores afirmam que se trata de uma família de cristãos-novos, aparentada com o célebre inquisidor Tomás de Torquemada.

 

Colombo voltou a Córdoba, em Maio de 1487, para se encontrar com a corte espanhola. Foram-lhe então pagos 3.000 maravedis. Encontrou-se de novo (?) com Beatriz Henriquez, e desta relação nasceu um filho ilegitimo - Hernando Colón (1488-1539). Em Junho de 1488 estava em Múrcia, seguindo pouco depois para Lisboa. Em Outubro deste ano já estava em Sevilha. (17)

 

Não há registos que Colombo tenha voltado de novo a Córdoba, mas é provável que isso tenha acontecido. 

 

A verdade é que pouco antes de partir para a sua primeira viagem, em 1492, confiou a Beatriz Henriquez o seu filho legítimo Diego Colón durante cerca de um ano. 

 

A educação de Diego Colon, entre 1485 e 1492, estive a cargo de um frade português no Mosteiro de La Rábia. Quem o levou para Córdoba foi Juan Rodriguez Cabezudo, que com o padre Martin Sanchez assumiram a incumbência de guardar e "educar" Diego Colón.

 

Em Julho de 1493, Diego Colón e o se irmão Hernando Colon assistiram em Sevilha ou Cádiz à partida de Colombo para a sua segunda viagem às Indias. Ambos ficaram então a viver em Sevilha, na casa de Colombo, a cargo de Violante Perestrelo. 

 

Hernando Colon, a partir de Julho de 1493, foi completamente a afastada do seu filho, quando este contava apenas 5 anos de idade. 

 

Bartolomeu Colón, em Janeiro de 1494, levou à corte que estava em Valladolid - Diego Colón- , para ser educado como pagem do principe Juan. Pouco depois terá ido Hernando Colón. A ambos tiveram como ama Juana de la Torre, cujo irmão (António de la Torre) foi levado por Colombo na sua segunda viagem. Jerónimo de Aguero assumiu as funções de aio dos dois irmãos.

 

Após a morte do principe espanhol, passaram a serem pagens da rainha Isabel, a Católica (18/2/1498).Estavam em Granada quando souberam que Colombo desembarcara, em Cádiz, preso com cadeias (20/1/1500). 

 

As relações de Colombo com Beatriz Henriques estavam terminadas pouco antes de partir para as Indias. A título de compensação, no seu testamento de 1506, manda que o seu filho Diego Colon, faça o seguinte:

 

"E le mando que aya encomendada a Beatriz Enríquez, madre de don Fernando, mi hijo, que la probea que pueda bevir honestamente, como presona a quien yo soy en tanto cargo. Y esto se haga por mi descargo de la conçiençia, porque esto pesa mucho para mi ánima. La razón d´ello non es líçito de la escrevir aquí. " 

 

Não fixou qualquer quantia, deixando o caso ao critério de Diego Colon. Beatriz Enriquez, em todo o caso, nunca reclamou nada, preferindo morrer na pobreza.

 

Colombo nunca se referiu a Beatriz como "Haranda" ou "Araña". Nos anos 20 do século XVI, esta apelido como começou a ser-lhe associado:

 

Numa escritura datada de 1521, surge com o nome de Beatriz Enríquez de Harana (sic),  “para el cobro de los maravedíes que tenga a bien darle por su hijo Hernando Colón”.

 

Hernando Colón, em 1525, concede poderes a um tal  Pedro de Harana (sic) “para tomarle cuentas de la administración de los bienes que Hernando tenía a su cargo en Puerto Plata de la isla Española”.

 

Numa segunda escritura, em 1525 ( ? ) concede a este Pedro de Harana, e não Araña, os seus bens de raiz que havia herdado da sua mãe Beatriz Enríquez, na Santa María de Trassierra (Córdoba). 

 

 

6.1. Hernando Colón

 

Hernando Colón, nasceu provavelmente em Córdova, em 1488,  filho de  Colombo e Beatriz Enríquez. Com o seu irmão Diego (7 anos mais velho) foi pagem do principe de Espanha e após a morte deste da rainha Isabel, a Católica. 

 

Parece ter sempre nutrido um enorme desprezo pela sua mãe, ao ponto de amaldiçoar o leite que dela recebera, como é bem patente neste poema que lhe dedica e que se encontra nas margens do Livro das Profecias:

 

"Maldigo quien  m`engendró

Puese fue causa que padezca

Quien en su leche me dio 

Cruel tormenta merezca."

 

Não apenas ignora a sua mãe, mas faz questão depois da sua morte se dirigir a Córboba para desfazer-se dos bens que dela tinha herdado, oferecendo-os ao seu primo Pedro de Arana (17/8/1525).

 

 

Retrato de Hernando Colón. Anónimo.Sevilha.Séc.XVI

 

A partir de 1498 assistiu à perseguição movida contra o seu pai, nomeadamente à sua chegada sobre prisão em Outubro de 1500. Em Maio de 1502 embarcou com ele na 4ª. e última viagem às Indias. A humilhação da sua família era completa. Apesar da sua condição de filho ilegítimo, procurou defender os interesses da sua família, e em especial os do seu irmão Diego. O seu brasão parece indiciar a possibilidade do mesmo se assumir como um novo "membro". Mais

 

 

7. Os Aranhas (Arañas em espanhol)

 

Na 1ª. e na 3ª viagem de Colombo são referidos dois "aranas" (Aranhas)  naturais de Córdoba (Cordova em português), que são apontados como familiares de Beatriz Henriquez. 

 

Diego de Aranaparticipou na 1º. Viagem (1492/1493) é apontado como primo de Beatriz Enriquez. Desempenhou o cargo de "Alguacil" maior da nau Santa Maria, com um soldo de 24.000 mvds. 

 

Colombo gostou tanto deste Arana que tratou logo de o matar na 1ª. viagem, deixando-o no Forte da Natividad. Apareceu morto, em 1493, com outros 38 espanhóis e 1 italiano. 

 

A filha deste Arana, interpôs mais tarde um processo à coroa exigindo uma indeminização de 13.455 mvds pelos serviços prestados pelo seu pai.

 

- Pedro de Arana: participou na 3ª. viagem (1498/1500) é apontado como irmão de Beatriz Enriquez. 

 

Colombo após ter ido para a Madeira, dirigiu-se para a Ilha de Gomera (Canárias). Entre 19/21 de Junho de 1498, onde dividiu a frota composta por 6 navios:

 

     Três navios, comandados por Pedro de Arana, Caravajal e Giovani Colombo (italiano), seguiram directamente para a Hispaniola. Foram desde logo afastados da possibilidade de descobrirem novas terras.

 

     Três navios, comandados por Colombo, seguiram para Cabo Verde e foram explorar as terras que D. João II lhe havia falado existir a sudoeste das Canárias.

 

Aparentemente não confiava em nenhum italiano, nem no seu cunhado "Arana" para fazer descobertas. Afastava os "Aranas" do seu caminhou ou matava-os !

 

Quando os voltou a reencontrar Pedro de Arana, Caravajal e Giovani, a 31 de Agosto de 1498 confirmou as suas suspeitas. A revolta tinha explodido nas Indias. Os espanhóis e os italianos acusaram Colombo de os ter enfiado em ilhas miseráveis, onde só lhes restava matar e escravizar indios e contrair sifilis.

 

Alonso Hojeda acusou-o de estar estar a impedir os espanhóis de fazerem novas descobertas, guardando para si os segredo de novas terras e riquezas. Colombo não confiava no espanhóis, nem nos Aranas. Em Outubro de 1500, acompanhado pelos seus irmãos regressa a Espanha sob prisão. 

 

Las Casas foi o inventor da ligação entre Beatriz Enriquez e os Arana, quando escreveu o seguinte: "Pôs, por capitão de um navio, um Pedro de Arana, natural de Córdova, homem honrado e, se bem recordo (sic), irmão da mãe de D. Hernando Colón, filho segundo do Almirante (Colombo) e primo do Arana, o que ficara na fortaleza com 38 homens, os quais no regresso, o Almirante encontrou mortos". 

   

O próprio Las Casas coloca em dúvida esta ligação, afirmando que pode estar equivocado. O texto foi escrito dezenas de anos depois dos acontecimentos.

 

Este Arana terá ficado a viver em Puerto Plata, na Hispaniola, onde teve dois filhos, Diego e Pedro. Morreu em 1521.

 

Em 1525, este Pedro de Aranha veio a Cordoba para casar-se, tendo Hernando Colon, lhe dado todos os bens da sua mãe (17/8/1525), quando esta faleceu. Mais tarde serviu como seu criado. Foi testemunha no seu Testamento e morte. Em 1535 foi ouvido no processo para a entrada de Diogo Colon na Ordem de Santiago. Afirma, em Madrid, a 8/3/1535, que sobre a origem de Colombo ouvira dizer que era genovês, mas que não sabia ao certo de onde era natural ( Processo - Archivo Historico Nacional de Madrid, Leg. 172, exp.804).

 

 

Existe alguma confusão com este apelido, pois um documento datado de 30/1/1509, menciona um Pedro de Arana, criado de Colombo, que não poder ser o anterior, pois estava em Santo Domingo..

 

O apelido de Araña em Portugal, remonta pelo menos ao século XIV. No final do século XV, na sede da Ordem de Santiago em Alcácer do Sal, existia uma proprietária de um quintal, no interior do castelo que tinha o nome de Beatriz de Aranha (Arana). Coincidência ?

 

 

.Colombo, D. Afonso V, Sousas e Córdova

 

O que terá levado a fixar-se durante algum tempo em Córdoba ?

 

- A passagem da Embaixada portuguesa que se dirigia a Roma, em Julho/Agosto de 1485, poderá ser uma explicação, mas não é a única. 

 

- Os amores entre Dona Brites Henriques e Carlos Enriquez de Guzmán, de Cordova (15), não pode ser também descartados.

 

A razão principal, parece-me, ser a relação especial que alguns cordoveses tinham com Portugal, a Dinastia de Aviz, e em particular com D.Afonso V:

 

a) Família Sousa de Portugal. A 3 de Janeiro de 1482, esta família cordobesa de origem portuguesa, fez questão de na capela funerária que possuíam na Mesquita-Catedral de Córdoba, escreverem numa coluna que os seus antepassados estavam ligados à família real de Portugal (D.Afonso III), mas também à de Castela (Enrique II). 

 

b) Frei Vasco Martins de Sousa. O principal convento de Córdoba foi fundado por um português. Vasco de Sousa, frade Jerónimo, natural de Portugal, depois de uma viagem a Itália, fixou-se em Toledo, regressou a Portugal onde fundou o Convento da Penha Longa (Sintra). Foi depois para Castela, fixando-se em Córdova, onde fundou, em 1405, o Mosteiro dos Jerónimos, em Valparaíso. O bispo D. Fernando Gonzalez Deza, de origem portuguesa, deu-lhe todo o apoio. 

 

Não existem provas que Colombo tenha alguma vez visitado Gaudalupe, mosteiro de frades Jerónimos, mas fseguramente visitou este mosteiro, onde existiria uma imagem desta virgem.  

 

O primeiro Duque de Medina Sidónia era um Sousa, assim como foram os primeiros senhores de Cabra, Alcalá e Morón,etc (18). Os Sousa, que reclamavam ainda em 1482 a sua origem portuguesa, eram a principal família de Córdoba.  

 

c) Afonso de Córdova, em meados de 1462, por encomenda do Infante D. Pedro, produziu um escrito onde advogava a aproximação de Portugal de Castela e Castela, intitulado: Comemoración breve de los muy insignes y virtuosos varones qu fueron desde el magnifico rey don juan I hasta el muy esclarecido rey don alfonso quinto. Um texto de propaganda da linhagem portuguesa de Avis. O infante, condestável de Portugal, assumiu pouco depois o trono da Catalunha, opondo-se a João II de Aragão.

 

d) O Livro Vermelho de D. Afonso V (1471), entre as várias cidades do mundo que são referidas, destaca-se Córdova. (Saul António Gomes, ob.cit.,p.150). quando, em 1475, se casa com Dona Joana, a Excelente Senhora, proclama-se também rei de Córdova. (idem,p.352).

 

e) Os senhores de Córdoba, como Alonso de Aguilar ou os Portocarrero, no início da guerra da sucessão (1475-1479), à semelhança de outros nobres andaluzes, colocam-se ao lado de D.Afonso V.

 

Como se tudo isto não bastasse, existia em Córdova uma importante comunidade portuguesa. Mais

 

Carlos Fontes

.

  Notas:

( 1 ) Salvador de Madariaga, Vida del Muy ..., nota 17, cap.XV. A história era muito difundida no tempo como dá conta este autor. (confirmar) 

1489: Isabel a Católica - «Cristóbal Colomo ha de venir a esta nuestra corte e a otras partes e logares destos nuestros Reinos... por ende Nos vos mandamos que cuando por esas dichas cibdades, e villas e logares se acaesciere, le aposentedes e dedes buenas posadas en que pose él e los suyos sin dineros, que non sean mesones; e los mantenimientos a los precios que entre vosotros valieren por sus dineros. E non revolvades (no inquietéis) ni con él, ni con los que llevase consigo, ni con algunos dellos roídos (¿pobres?)». (Cédula de 12 de mayo de 1489, firmada en Córdoba, in Navarrete, doc. dipl. número IV – www cervantesvirtual com).

(2 ) Nagy, Ádám Szászdi - Una ojeda furtiva a la realeza bajomedieval: los deudos de la mujer de Cristobal Colón, in, Acobvs, revista de estudios Jacobeos y Medievales.Sahagún (Léon).19-20. 2005; Szászdi, Adám - Portugal y Palos en la vida de Colón: Algunas Observaciones...

(3 ) Vasco Fernandes de Lucena é um grandes enigmas deste período. A origem deste apelido parece ser da Andaluzia. Parece ter existido duas pessoas com o mesmo nome.

No tempo de D. João II, um Vasco Fernandes de Lucena, era doutor em leis, casou duas vezes, sendo a primeira com D. Violante Aboim da Silva, e a segunda com D. Branca de Eça, filha de D. Fernando de Eça, sem geração. Entre outras funções foi embaixador ao papa em 1484. Na sua oração de obediência ao Papa, declara que os portugueses tinham chegado "até perto do Promontório Prasso, onde começa o golfo Arábico…", isto é, ao Oceano Indico.

Por volta de 1530, um Vasco Fernandes de Lucena foi um dos primeiros europeus a viver no Brasil, na capitania de Pernambuco.

(4 ) M.F. de Naverrete, Colección de los viajes y descubrimientos que hicieron por mar los Españoles desde fines del siglo XV, 5 vols., Madrid, I825-I837, Doc. nº IV.

( 5) La receptoría y pagaduría general de la Hacienda regia castellana entre 1491 y 1494 (De Rabí Meír Melamed a Fernán Núñez Coronel), Miguel-Ángel LADERO QUESADA, Universidad Complutense. Madrid, in En la España Medieval, 2002. 

( 6 ) Filipa de Ataide "almirantesa" , recebeu em 1493 a quantia de 9 mil  ( tachado 70.000) e em 1494 ( 60 mil). Ainda não está identificada.

(7) 1487-05-05 :“En dicho día di a Cristóbal Colomo, extrangero, tres mil maravedís, que está aqui faciendo algunas cosas complideras al servicio de Sus Altezas; por cédula de Alonso de Quintanilla, con mandamiento del obispo [de Avila, fray Hernando de Talavera].” (Libro de cuentas del tesorero Francisco González de Sevilla, fl. 76, ver: Navarrete, Viajes, tomo II, pag. 4, doc. II; Colección de documentos inéditos .., XIX, p. 456-p. 457; Bibliografia Colombina; Rumeu de Armas, 1982, p. 18); Manzano, p.102

(8) 1487-08-27 :“En 27 de dicho mes di a Cristóbal Colomo cuatro mil maravedís para ir al Real [de Málaga] por mandado de Sus Altezas; por cédula del obispo. Son siete mil maravedís, con tres mil que se le mandaron, para ayuda de su costa, por otra partida de 3 de julio.” (Libro de cuentas del tesorero Francisco González de Sevilla, fl. 78v, ver: Navarrete, Viajes, tomo II, pag. 4, doc. II; Colección de documentos inéditos .., XIX, p. 456-p. 457; Bibliografia Colombina; Rumeu de Armas, 1982, p. 18)

(9) 1487-7-3 :“El dicho día di a Cristóbal Colomo cuatro mil maravedís, que Sus Altezas le mandaron dar para ayuda de su costa, por cédula del obispo.” (Libro de cuentas del tesorero Francisco González de Sevilla, fl. 80v., ver: Navarrete, Viajes, tomo II, pag. 4, doc. II; Colección de documentos inéditos .., XIX, p. 456-p. 457; Bibliografia Colombina; Rumeu de Armas, 1982, p. 24)

(10) 1487-10-18: “Dj mas a [espaço em branco], portugues, este dia treynta doblas castellanas, que Su Altesa le mando dar presente el dotor [Rodrigo Maldonado] de Talauera; dioselas por mj Alonso de Qujntanjlla; este es el portogues que estaua en el Real; esto fue a la partida de Linares, et su altesa me lo mando en persona …” (Libro de los maravedís que rescibió Pedro de Toledo, de las penas de cámara et del gasto dellos fasta fin de LXXXVII, fl. 6, apud Rumeu de Armas, 1982, p. 29)


(11)1488-06-16 : “En 16 de junio de 1488, di a Cristóbal Colom tres mil maravedís por cédula de Sus Altezas.” (Libro de cuentas del tesorero Francisco González de Sevilla, fl. 89v., ver: Navarrete, Viajes, tomo II, pag. 4, doc. II; Colección de documentos inéditos .., XIX, p. 456-p. 457; Bibliografia Colombina; Rumeu de Armas, 1982, p. 29) -- Rumeu de Armas transcreve "Colón" em vez de "Colom", não sei se por lapso dele, ou se por assim aparecer em Navarrete. No pondendo esclarecer a questão, dou o benefício da dúvida à "Bibliografia Colombina" que, citando a Coleccion de Inéditos, indica "Colom".

(12) Manzano, Juan Manzano - Cistobal Colón. Siete Años Decisivos de sua vida (1485-1492. Madrid. 1499 (2ª.edição), p.61

(13 ) fernandez, luis suarez - los reyes católicos - la conquista el trono, p.55

(14) Em Sevilha, os seus parentes portugueses que aí residiam, viviam momentos de alegria e dor: 

 

Tristeza: Em 1484, morreu na Guerra de Granada - D. João de Bragança, Marquês de Montemor-o-Novo,casado com Isabel de Noronha, sobrinha de Colombo.

 

Alegria: Em Dezembro de 1484, ocorreu em Sevilha, o casamento de D. Dinis de Bragança (filho do Duque decapitado), com dona Beatriz de Castro, filha única dos Condes de Lemos - D.Rodrigo Osorio de Castro e Dona Teresa Osorio. A rainha Isabel, a católica, assistiu à cerimónia, de forma a manifestar a enorme importância que conferia aos braganças.

 

(15)  Beatriz Enriques: A Filha da Adultera ? . Mascarenhas Barreto, sustentou que Beatriz Enriques era filha de Dona Brites Henriques (Beatriz Enriquez, em espanhol) e de D. Carlos Enriquez. Ambos tinham ligações familiares a Cordova e viviam na mesma região do Alentejo. 

O fidalgo castelhano Carlos Enriquez de Guzmán, de Cordova,filho de Diego Enriquez de Guzman e de Maria Vargas y Sotomayor, senhores de Torre de Caños e Garcia de Vargas, saíu de Castela e fixou-se em Beja (Alentejo,Portugal). O rei D. Afonso V nomeou-o Comendador de Proença da Ordem de Cristo. 

Dona Brites Henriques que vivia em Serpa (Alentejo), era casada com Nuno Pereira de la Cerda, fidalgo envolvido nas conquistas em África. Quando este regressou em 1464, com D. Afonso V e o Infante D. Fernando, descobriu as relações adulteras da mulher e assassinou-a. Desconhece-se o que foi feito da criança que terá gerado. Seria a Beatriz Enriquez ? As coincidências são completas (data do nascimento, nome, relações familiares com Cordova, etc).

Carlos Enriquez de Guzmán, como se sabido, pertencia à família dos Duques Medina Sidónia, protectora das acções de Colombo em Castela.

(16) Colombo estabeleceu uma relação muito próxima com Juana de la Torre. Foi à mesma que dirigiu, em 1500,  no regresso forçado da sua 3ª. viagem. 

(17) Martínez, Tomás Marin - Estudo Introductorio, in, Catalogo Concordado de la Biblioteca de Hernando Colón, Tomo I, Ind. Mapfre America- cabildo de la Catedral de Sevilla. 1993

(18) Ignacio de Medina Sidónia, Una Nueva Aproximación a las Armas Presentes de Don Henrique de Castilla, Primeiro Duque de Medina Sidónia, in, Anales de la Real da Academia Matritense de Heraldica y Genealogia, VIII (2004-I), IX (2005-2006)

(19)León-Borja, István Szászdi - Los continos de don Cristobal Colón, in, Espacio, Tiempo y Forma, serie III, Hª. Medieval, t. 13, 2000, pp.397-420

(20) Hernando Colon (cap.XII), afirma que deixou Diego Colon no Convento de Palos (Huelva). Las Casas (Tomo I, cap.29) repete o mesmo, mas certezas.

(21) Sanches- Pedroño, Jose Maria Ortuño - La Estancia de Cristobal Colón en Murcia, in, Anales de Derecho. Univ. Murcia, 16. 1996.

(22) Jesús VARELA MARCOS y M.ª Montserrat LEÓN GUERRERO- El Itinerario de Cristóbal Colón (1451-1506). Valladolid, 2003

(23) Manzano y manzano, em "siete años decisivo ...", p. 23, afirma que Colombo chegou a Castela nos começos da primavera de 1485.

(24) O encontro não é referido nem Andrés Bernáldez,nas suas Memorias, nem por Hernando Colon. Existe apenas uma única referência, mas muito tardia feita por Fray Antonio de Remesal, na sua Historia de Chiapas y Guatemala, editada em Madrid, no ano de 1619. Baseia-se numa tradição oral no convento de San Esteban.

(25) Rumeu de Armas - Itinerario de los Reys Católicos

(26) Tarsicio de Azcona - Isabel la católica, p.14, nota 29

(27) "Isabel conhecia e compreendia muito bem o português, provavelmente a sua primeira língua em tempos de aprendizagem", Luis Suaréz - Isabel I, Reina ... p.9.

Miguel Nicasio Salvador refere que D. Afonso V, rei de Portugal, ficou surpreendido com o domínio que ela tinha da lingua portuguesa, quando a conheceu em Puente del Arzobispo (Abril de 1464), ou quando esta veio a Portugal (verão de 1465). Nas conversações que manteve sozinha, em Março de 1479, com D. Beatriz, duquesa de Beja-Viseu, não precisou também de interpretes. (idem, Isabel la catolica: educacion, Mecenazgo y entorno literario... Alcalá de Henares. 2008. pp.25-26.  

28) António de la Torre e Luis Suarez Fernandez - Documentos referentes a las relaciones con Portugal durante el reinado de los Reyes Católicos, vol. II, pp.306-309, nº. 358; a resposta dos reis católicos,pp. 310-312., nº. 359.

(29) Fernando da Silva Meneses, alcaide-mor de Alter-do-Chão e senhor de Torregalledo em Castela, foi um dos juizes que participou no julgamento do Duque de Bragança, em 1483. Era filho de Rui Gomes da Silva (alcaide-mor de campo maior) e de Isabel de meneses, filha natural de Pedro de Meneses, 1º. Conde de Vila Real e 2º. Conde de Viana do Alentejo. Entre os seus irmãos e irmãs, destacam-se ilustres figuras:

 

- Beatriz da Silva (1434-1492), natural de Campo Maior, fundadora em Castela da Ordem das Concepcionistas.

- João Meneses, conhecido por Frei Amadeu Hispano ou Beato Amadeu, secretário do papa Sixto IV, fundador da congregação dos Amadeístas (franciscanos)

- Diogo da Silva, aio de D. Manuel I, que o fez 1º. Conde de Portalegre

- Pedro Gomes da Silva, alcaide-mor de Campo Maior.

Consultar: Baquero Moreno - A Batalha de Alfarrobeira, vol. II, pp.954-957

 

(30) Fernando da Silva Meneses foi quem reuniu e trouxe de Espanha, em 1480, toda a documentação sobre o Tratado, casamento e terçarias. cfr. António de la Torre e Luis Suarez Fernandez - Documentos ...Vol. II, pp.31-32

 

(31) Existem apenas duas únicas referências a este encontro do  Duque de Medinaceli com Colombo: uma referência de Bartolomeu de las Casas (História das Indias, vol. I.), que aponta para uma data posterior a 1488. A outra referência  é uma carta do Duque datada de Março de 1493.

 

Colombo chegou Lisboa, a 4 de Março de 1493. No dia 19 deste mesmo mês, o Duque de Medinaceli, em Cogolludo, escreveu uma carta ao seu tio, o cardeal  Pedro González de Mendoza, onde dá conta da estadia numa sua casa, durante dois anos do Almirante:  

 

 "Reverendísimo Señor. No sé si sabe Vuestra Señoria cómo yo tove en mi casa mucho tiempo a Cristóval Colomo, que se venía de Portogal y se quería ir al rey de Françia para que emprendiese de ir a buscar las Indias con su favor y ayuda; e yo lo quisiera provar y enbiar desde el Puerto, que tenia buen aparejo con tres o cuatro caravelas, que no me demandava más; pero como vi que hera esta empresa para la Reina, Nuestra Señora, escrevilo a Su Alteza desde Rota y respondióme que gelo enbiase. Y yo gelo embié entonçes y supliqué a Su Alreza, pues yo no lo quise tentar y lo adereçava para su serviçio, que me mandase hazer merced y parte en ello, y que el cargo y descargo d'este negoçio fuese en el Puerto. Su Alteza lo reçibió y lo dio en cargo a Alonso de Quintanilla; el cual me escrivió de su parte que no tenía este negoçio por muy çierto, pero que, si se acertase, que Su Alteza me haria merced y daría parte en ello; y después de averle bien esaminado, acordó de enbiarle a buscar las Indias. Puede aver ocho meses que partió y agora él es venido de buelta a Lisbona y ha hallado todo lo que buscava y muy complidamente, lo cual luego yo supe; y por fazer saber tan buena nueva a Su Alteza, gelo escrivo con Xuares y le enbio a suplicar me haga merced que yo pueda embiar en cada año allá algunas caravelas mías. Suplico a Vuestra Señoria me quiera ayudar en ello e gelo suplique de mi parte, pues a mi cabsa y por yo detenerle en mi casa dos años y averle endereçado a su serviçio se ha hallado tan grande cosa como ésta; y porque de todo informará mas largo Xuares a Vuestra Señoria, suplícole le crea.


Guarde Nuestro Señor Vuestra reverendísima persona como Vuestra Señoria desea.


De la mi villa de Cogolludo, a XIX de março.


Las manos de Vuestra Señoria besamos. -Luis".

 

(32) Os historiadores espanhóis de acordo com a história que pretendem contar, escolhem datas diferentes para fixarem os dois anos que Colombo se alojou em casa do Duque de Medinaceli, admitindo que tal tenha acontecido:

 

- Alojamento de 1483 a 1486: Hipólito Sancho May, Rafael Barris Muñoz, António Rumeu de Armas (1485-1486), Emiliano

 Jos, etc.

 

- Alojamento de 1486 a 1488: Medinila y Bela

 

- Alojamento de 1488 a 1489: J. manzano y Manzano, Juan Gil, Consuelo Varela, etc.

 

- Alojamento de 1490 a 1491: Antonio Sanchez Gonzalez . Este historiador afirma que Colombo, em 1490, veio uma vez mais a Portugal para se encontrar com D. João II. (cfr.  Antonio Sanchez Gonzalez - Medinaceli y Colón. La Otra Alternativa del Descubrimiento...).

 

(33) Luis de la Cerda esteve entre 1483 e 1485 em Santa Maria del Puerto (Cádiz) (cf. António Sanchez Gonzalez - Don Luis de la Cerda, 500 años después, in, Revista de História de el Puerto, nº. 27, 2001.

(34) Manzano y Manzano, Siete Años decisivos... pp. 55-56 e 416-417

 

 

 

 

Continuação:

 

17. Lugares em Espanha 18. Descobridores e Conquistadores 

19. Castelhanos 

20. Portugueses em Espanha.  21. Apoio de Judeus

22. Negociante Oportuno de Miragens

23. A Bandeira de Colombo  24.  Nomes de Terras

25. Regresso da primeira viagem 26. Significado de um reencontro

27. Partilha do Mundo

28.Defensor de Portugueses  29. Patriotismo

30. Mentiroso e Desleal  31. Regresso da segunda viagem 32. Manobrador 

33. Assassino de Espanhóis

34. Impacto da Viagem de Vasco da Gama 35. Perseguido 36. Ocultação

37.  Armadilha Genovesa  38 Mercadores-Negreiros Italianos  39.  Genoveses a Bordo 

40. Descendentes de Colombo 41. Descendentes (cont. ) 42. Descendentes (concl.)

43. Historiadores Portugueses. 44. Lugares do Navegador em Portugal

45. Cronologia da Vida de Colombo

 

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As Provas do Colombo Português

As Provas de Colombo Italiano

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  Carlos Fontes
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