Director: Carlos Fontes

 

 

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MOÇAMBIQUE

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História de Moçambique

 

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A história de Moçambique é muito anterior à chegada dos portugueses em fins do século XV. Na altura que aí aportarem existiam no norte de Moçambique, duas comunidades relativamente bem organizadas: o Reino do Monomotapa e os Centros Suailis. Os primeiros haviam entrado numa fase de desintegração, com constantes guerras internas. Os segundos, ligados ao comércio marítimo, tinham localmente uma presença reduzida. 

Foi Pêro da Covilhã o primeiro português a contactar com os povos desta região, quando em 1489 procedia à recolha de informações sobre o tráfico e a navegação para a Indía, conforme mandado de D. João II.

No século XVI os portugueses estabelecem-se nesta região, que foi sempre considerada estratégica na rota do caminho marítimo para a India. A sua presença confinou-se à faixa do litoral, em especial a dois pontos estratégicos: Sofala e a Ilha de Moçambique, tendo em ambos criado feitorias e fortalezas. Ao longo século foram construídas outras feitorias-fortalezas de menores dimensões, como a de Sena (1531),Tete, Quelimane e Inhambane. Mas entre todas, a da Ilha de Moçambique, criada por Vasco da Gama na sua segunda viagem à India foi sem dúvida a mais importante. Nesta Ilha surgiu uma verdadeira cidade cosmopolita.A administração das possessões portuguesas em Moçambique estiveram até meados do século XVIII sob a administração do governador da Índia.  

A exploração do interior de Moçambique pelos portugueses foi muito lenta, e limitou-se quase sempre à procura de Ouro, no reino do Monomotapa. Os principais produtos de comércio eram o marfim, o cobre e os escravos. Em finais do século XVI e princípios do século XVII foram para este efeito fundadas novas feitorias.     

 

Várias ordens religiosas cristãs (jesuítas, dominicanos, etc) iniciam neste século a cristianização das populações, mas com resultados muitíssimo limitados.  

No século XVII, tendo em vista controlar o comércio e os territórios, a Coroa Portuguesa estabeleceu um regime de concessões de terras: os prazos. Este sistema que adquiriu alguma importância na fértil Zambézia, conhecida por Rios de Sena, tendo inclusivé sobrevivido até ao século XX.

Durante o século XVII, as possessões portuguesas na Costa Oriental de África são atacadas a norte pelos árabes e a sul pelos holandeses. O resultado foi o fim das feitorias portuguesas nesta região. A última a terminar foi a de Mombaça que resistiu até 1688, caindo com ela as feitorias de Pate e Zamzibar suas dependentes. 

No século seguinte, os portugueses centram-se na região de Moçambique onde procuram reocupar as suas possessões. Tarefa que não se apresenta fácil. As populações indigenas resistem à ocupação, e outras potências europeias procuram aí também se estabelecerem. Nas décadas de 1720 e 1730 os holandeses e ingleses tentam fixarem-se na Ilha de Moçambique. Na década de 1740 é a vez dos franceses.

Em 1752, Moçambique passa a ter estatuto administrativo separado da India, com o nome de "Governo e capitania geral de Moçambique, Sofala e Rios de Sena". A ilha de Moçambique é reconquista, fortifica-se Tete, Inhambene e Mossuril. Desenvolve-se a pesca da baleia, introduz-se a cultura do café. O tráfico de escravos atinge então valores impressionantes, sobretudo a partir de finais do século. Calcula-se que entre 1780-1800 tenham sido exportados de Moçambique e em média anual, entre 10 a 15 mil pessoas e, em 1800-1850 a média anual tenha atingido cerca de 25.000. Trata-se de um comércio extremamente lucrativo para negreiros árabes, suailis e europeus (portugueses, franceses, ingleses, holandeses, austriacos, etc). Moçambique é por diversas vezes alvo de ataques de piratas.  

No final do século os portugueses procuram avançar para o interior de Moçambique de uma forma sistemática. 

A primeira metade do século XIX é ainda dominada pelo negócio da escravatura, destacando-se neste tráfico, os negreiros suailis, o sanguinário Império de Gaza, os negreiros franceses e portugueses. No caso dos franceses, o próprio Estado francês intervém activamente em seu apoio. Clandestinamente, os negreiros suailis, macuas e outras étnias continuarão a traficar escravos até ao século XX. Tráfico que a todo o custo procurarão manter. 

Ao longo deste século sucedem-se as expedições comerciais, científicas e militares pelo interior de Moçambique, permitindo o seu conhecimento mais exacto, assim como estabelecer uma ligação entre Moçambique a Angola.

A produção agrícola para exportação, inicia-se em meados do século, com as culturas oleaginosas (amendoim, gergelim, etc).  

A colonização efectiva de Moçambique só se inicia verdadeiramente sob o impulso da Conferência de Berlim, em 1885, quando as principais potências europeias procedem à partilha de África. 

Moçambique, à semelhança do que acontecia em outras colónias europeias, começa a ser administrada por grandes companhias a quem o Estado português concede vastos territórios. 

Entre as mais importantes, contam-se a Companhia de Moçambique (1888), a Companhia do Niassa (1893), a Companhia do Zambézia (1892-1910). Para além destas, destacam-se, nas margens do Zambézia, a Empresa Agrícola de Lugela, Cª.do Boror, Cª. de Madale, Cª. do Luabo, etc. Estas companhias, sobretudo as duas primeiras, comportam-se como verdadeiros Estados dentro do Estado. Têm a seu cargo a gestão do território, construção de vias de comunicação, a educação, exploração da mão-de-obra e até a cobrança de impostos. Entre os seus negócios muito lucrativos estava a  exportação de mão-de-obra forçada para as plantações e minas da África do Sul, Rodésia (Zimbabwe) e São Tomé. 

Os prazos, profundamente envolvidos no comércio de escravos e de trabalhadores forçados, sofrem um grande impulso em finais do século XIX. Novos regulamentos foram publicados em 1890 e em 1896, tentando limitar a exploração da mão-de-obra pelos(as) prazeiros (as). 

Moçambique torna-se a partir do último quartel do século XIX, num verdadeiro reservatório de mão-de-obra para as explorações das colónias vizinhas. Facto que acaba por deslocar o centro político de Moçambique para sul, onde se começam a estabelecer relações de tipo capitalista. O Estado acabou por chamar o controlo deste negócio retirando lucros por cada trabalhador exportado, na maioria das vezes à força. O trabalho forçado só terminou, em Moçambique, nos anos 60.

Uma dos factores que impulsionou o desenvolvimento de Moçambique, a partir de finais do século XIX, foi a sua posição estratégica. Os seus portos de Maputo (Lourenço Marques) e da Beira eram as portas de entrada e de saída para os produtos do Transval e da Rodésia. 

A enorme resistência do povo moçambicano à ocupação colonial portuguesa só foi temporariamente eliminada por volta de 1913. É preciso dizer que muitas desta resistência era feita por tribos africanas de negreiros, que se sentiam ameaçadas neste comércio  pelos portugueses.

Durante a 1ª.Guerra Mundial (1914-1918), travam-se combates entre portugueses e alemães pelo controlo do território.

Nesta altura assiste-se à expansão das vias de comunicação (estradas e caminhos de ferro).  As duas principais vias férras, a de que liga o porto de Maputo à África do Sul e a que liga o da Beira a Salisbury, começaram a ser construídas em finais do século XIX no âmbito de acordos internacionais. A linha férrea não ultrapassava em 1910 mais que 500Km, atingindo só em 1925 os 2000 km e, em 1935 os 2500 km.

A partir de 1929 o Estado Português, começa a limitar o poder arbitrário das grandes companhias, centralizando a política de colonização. Incrementam-se grandes plantações de produtos destinadas à exportação, tais como:

Algodão

Açúcar

Castanha de Caju

Copra

Chá

Sisal

A cultura do algodão foi imposta como obrigatória uma boa parte da população local, o que fez disparar a produção. Em 1931-1935 a produção média anual foi de 4.000 toneladas. Entre 1936 e 1940 foi de 19 mil ton. A partir de 1940 ultrapassava as 50 mil ton., atingindo em 1960 as 130 mil. O número de produtores atingiu os 791 mil em 1944.

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Continuação

 

   
 

Moçambique

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