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A
vida política moçambicana
é desde a independência marcada por dois partidos políticos, a
Frelimo e a Renamo, com trajectórias políticas muito distintas.
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Frelimo
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A história
da Frelimo até 1974, confunde-se com a história dos movimentos de
libertação de Moçambique.No inicio foi uma verdadeira Frente de
Libertação, agrupando três movimentos que representavam as mais
diversas várias sensibilidades do país. Para a sua criação, a 25
de Julho de 1962, na Tanzânia, foi decisiva a acção de Eduardo
Mondlane, funcionário das Nações Unidas. A Frelimo até 1974
desenvolve uma activa luta armada sobretudo no norte do território,
sendo as acções no centro e sul mais esporádicas .
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1974-1976.
A queda da ditadura em Portugal, a 25 de Abril de 1974, apanha de
surpresa a Frelimo. Este Movimento de Libertação, o único que
efectivamente existia em Moçambique, controlava uma pequena parte do
território próximo da fronteira da Tanzânia e do Malawi. Atendendo
à legitimidade adquirida pelo movimento durante a luta de libertação,
Portugal, manifesta-se disposto a entregar o poder à Frelimo sem
qualquer consulta popular, o que veio a acontecer.
Neste período,
a Frelimo manteve ainda o carácter de uma frente política, apoiada
em Grupos Dinamizadores,conseguindo desta forma penetrar a sul do
território e nas zonas rurais.
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1977.
Em Fevereiro, a Frelimo realiza o seu III Congresso (o primeiro depois
da Independência) transformando-se num partido. É adoptada a
ideologia marxista-leninista e defendida a criação de um estado
proletário e socialista. Moçambique passa a estar cada vez mais
dependente dos apoios que recebe dos países socialistas (ex-URSS,
China, RDA, etc), mas também a contar com a hostilidade dos países
ditos "ocidentais". Em termos regionais, o regime
racista da África do Sul e da Rodésia (Zimbabué) vê esta opção
como uma ameaça à sua própria continuidade.
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1978.
As estruturas políticas do Estado confundem-se com as estruturas
partidárias. Os Grupos Dinamizadores transformam-se em células
partidárias.
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1983. O IV
Congresso, em Abril, dá conta da partidarização da sociedade moçambicana.
O "centralismo democrático" estava a asfixiar as decisões
políticas locais. Começa uma lenta mudança nos sentido de uma maior
abertura à sociedade.
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1986. 14
de Outubro. Samora Machel, morre num estranho desastre aéreo, quando
regressa numa visita a Lusaka. O avião despenha-se numa região entre
os Transval e a Suazilândia.Joaquim Chissano é nomeado novo
dirigente da Frelimo.
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1989.
O V Congresso, em Julho, marca o inicio do abandono do
marxismo-leninismo e a aposta na iniciativa privada (capitalismo). A
queda do regimes socialistas na Europa, deixa cada vez mais, Moçambique
isolado nas suas opções políticas.
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1991.O
VI Congresso, em Agosto, marca o abandono do marxismo, e adopção de
uma política reformista tipo ocidental, caracterizada pela defesa do
pluralismo político, economia de mercado, etc. Viragem ideológica
profunda que não deixa de trazer enormes problemas internos a esta
organização.
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1992.
Ocorre o primeiro encontro entre Chissano e Afonso Dhlakama, o lider
da Renamo. O acordo de paz é assinado em Outubro deste ano.
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1994.
A Frelimo ganha as primeiras eleições democráticas realizadas em Moçambique.
A Renamo embora conteste os resultados, como o fará em eleições
posteriores, acaba por aceitar os resultados.
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Renamo
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A
RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), segundo a historiografia
ocidental é um típico produto de serviços secretos. Terá sido
criada, em 1975, pelo Rhodesia`s Central Intelligence Organization,
destinado a provocar actos de sabotagem e acções de informação e
contra-informação em Moçambique, numa altura que a Frelimo se
afirma como um partido marxista-leninista (1977). Faziam parte da
RENAMO, elementos das antigas forças auxiliares portuguesas e
"comandos especiais" que em 1975-1976, tinham combatido em
Angola ao lado do FNLA e da Africa do Sul, com o apoio dos EUA. A
partir de 1980, a RENAMO teria passado a ser controlada pelo general
Van der Westhuisen, director dos serviços secretos militares da África
do Sul.
No final dos anos
setenta, a Renamo era vulgarmente conhecida por ser uma espécie
"bando armado", apostado na destruição do país a soldo
dos regimes racistas da região. Recebia apoio da Rodésia, África do
Sul e dos EUA. As suas acções concentravam-se até 1980, nas regiões
de Manica, Sofala e Tete. Após a queda do regime da Rodésia (18 d
Abril de 1980), a sua base de apoio deslocou-se para a África do Sul,
o que lhe permitiu estender a sua acção às províncias de Inhambane,
Gaza e Maputo.
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Para
além dos apoios exteriores, a Renamo, começa a capitalizar o apoio
de um número crescente de moçambicanos descontentes com o rumo que o
país seguia, nomeadamente os camponeses cujas terras haviam sido
nacionalizadas, os chefes tradicionais ostracisados pelo
Governo, etc. |
Em
termos ideológicos, a máquina de propaganda da África do Sul, passa
a apresentar a Renamo como um movimento identificado com os valores
ocidentais e em luta contra o marxismo em África. A evolução da
situação internacional corre a seu favor. |
1992.Em
Outubro,a Renamo estabelece em Roma, uma Acordo de Paz com o
governo. |
1994.
Primeiras eleições democráticas em Moçambique. A Renamo, embora
tenha perdido as eleições, atingia um dos seus objectivos.
A Renamo continua a ser
a principal força da oposição política ao governo em Moçambique.
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Partido
Liberal e Democrático de Moçambique-PALMO
Criado em Março de
1991
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União
Nacional de Moçambique -UNAMO
Cisão da RENAMO.
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Comentários
Um
Sistema Partidário Bloqueado ?
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