Director: Carlos Fontes

 

 

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Guerra de Libertação (1964-1974)

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Contexto Internacional

Os movimentos de libertação irrompem por todo o continente africano após a 2ª. Guerra Mundial (1939-1945). O fim do colonialismo, com a consequente independência de todas as colónias torna-se um dado adquirido. Este princípio foi consagrado, em 1945, no capítulo XI- "Declaração sobre os territórios não autónomos" -da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU).Em especial, o segundo artigo desse capítulo, o 73º., era claro sobre a necessidade de rapidamente se proceder ao desenvolvimento de formas de auto-governo dos povos colonizados.A partir daqui sucederam-se as acções para a promoção do fim do colonialismo, a irrupção de guerras de libertação e a Independência de antigas colónias.

A ditadura que governa Portugal, à semelhança de faziam outros regimes democráticos europeus, procura resistir em vão a este movimento internacional. Os primeiros territórios a serem libertados foram os situados na India (Goa, Dão e Diu). No dia 18 de Dezembro de 1961, as tropas União Indiana invadem-nos e declaram-os parte integrante do país.

Em África, a primeira colónia portuguesa onde irrompe a guerra de libertação foi Angola (1961), seguindo-se Guiné-Bissau (1963) e depois Moçambique (1964).  

 

Moçambique

Os colonos brancos foram os primeiros a reclamaram a autonomia e mesmo a Independência de Moçambique. 

Os movimentos nacionalistas negros só surgem a partir dos anos cinquenta do século XX.  Dois acontecimentos são apontados como os tendo despertado: a greve dos estivadores em Maputo (1956), cuja sangrenta repressão causou a morte a 49 trabalhadores, e o massacre de Mueda (norte de Moçambique), em Junho de 1960, onde foram barbaramente assassinados 17 negros.

As primeiras organizações de libertação, a MANU (1959), UDENAMO (1959),  UNAMI (1961),  foram fundadas por emigrantes moçambicanos em colónias inglesas da África Oriental (Tânzania, Malawi,e Rodésia, respectivamente). Em 1962, por influência de Julius Nyerere (Presidente da Tanzânia), estas organizações fundem-se numa única frente de combate: a Frelimo, sob a direcção de Eduardo Mondlane (funcionário da ONU).

Embora da maioria dos dirigentes da Frelimo fosse do sul de Moçambique, os primeiros guerrilheiros são recrutados no norte, entre os macondes e os Nianjas, povos animistas que mantinham tradicionalmente uma relação conflituosa com os portugueses.

 

1964-1968

Dado o caracter tardio desta luta, as tropas portuguesas tiveram tempo para se reforçarem nas zonas consideradas mais perigosas: as que confinavam com a Tânzania. As outras fronteiras eram consideradas relativamente seguras. 

A luta armada inicia-se no norte de Moçambique, em Mueda, no dia 25 de Setembro de 1964. A Frelimo contava então com cerca de 250 guerrilheiros devidamente armados. Após o inicio da guerra, a forma brutal como os macondes e o nianjas foram tratados pelas tropas portuguesas, acabou por jogar a favor da Frelimo, que passou a contar com um largo apoio destas étnias.

A luta armada alastrou do "planato dos macondes", para as circunscrições de Palma, Mocimboa da Praia e Macomia, só parando no rio Messalo, onde se estendeu a etnia macua-lomué (islamizados). 

A Frelimo dirige-se agora para a região do Niassa, apoiando-se nas etnias ajauas e nianjas.

Em 1965 a Frelimo operava já na província do Niassa, ao longo do lago com o mesmo nome, ameaçando os terminais ferroviários da linha de Nacala. Dois anos depois, as tropas portuguesas confinam a acção da Frelimo a duas áreas: a Província de Cabo Delgado e o Nordeste do Niassa. A Frelimo afirmava então que possuía no terreno cerca de 8 mil guerrilheiros.

O lento avanço da libertação, acabou por provocar graves conflitos internos na Frelimo, debatidos no seu II Congresso realizado em 1968, no norte de Moçambique.

 

1968-1970

A morte de Mondlane (1968) e o inicio das obras de construção da Barragem de Cabora Bassa (Outubro de 1969), marcam o inicio de um novo período.

O impasse militar em que havia caído a guerrilha, é ultrapassado pela concentração das acções militares na zona do zambézia, onde a barragem começou a ser construída. A repercussão internacional das acções aqui efectuadas era muito maior que em qualquer outra parte de Moçambique. A actividade destes guerrilheiros centra-se na minagem das estradas e do caminho de ferro Beira-Moatize, intimimação das populações no sentido de dificultar a construção da barragen.

A actividade da guerrilha estende-se lentamente à província de Tete, aproximando-se do Zambézia e da Beira.  

Neste período, agudiza-se a crise interna na Frelimo. Após a morte de Mondlane a direcção assumida por um triunvirato constituído por Uria Simango, Samora Machel e Marcelino dos Santos, sob a coordenação do primeiro. Em finais de 1969, Simango é expulso, devido a ter acusado os outros dirigentes de assumirem práticas autoritárias. 

 

1970-1974

Em 1970, é nomeado o novo comandante-chefe das forças armadas  Moçambique, Kaúlza de Arriaga. Em declarações públicas promete acabar com a Frelimo.

Entre as suas medidas constam as seguintes:

Envolvimento da sociedade civil no esforço militar. Este envolvimento passava pela organização de milicias civis, utilização militar da aviação civil, transportes públicos, hospitais,etc. 

Reforço da instalação de aldeamentos estratégicos. Estes aldeamentos, muitos fáceis de controlar, visavam impedir o contacto dos guerrilheiros da Frelimo com as populações locais;

Africanização das forças armadas. Em 1974, por exemplo, o exercíto português era constituído por 20 mil tropas europeias, 40 mil africanas. Em algumas unidades, eram compostas por 90% de africanos.

Criação de pequenas unidades militares, constituídas essencialmente por africanos. Estes Comandos e Grupos Especiais (GEs), lançados a partir de 1971, eram dotados de grande autonomia e flexibilidade.   

Kaúlza de Arriaga ficará ligado a duas importantes campanhas militares, com as quais pretendeu afastar de vez, os guerrilheiros, para lá de fronteiras de Moçambique: "Fronteira" e "Nó Górdio" (1972) 

Estas acções estiveram longe de ter os resultados esperados. 

Frelimo, embora limitada nas suas acções, continuou a fustigar o exército português. O seu objectivo é ganhar a guerra pelo desgaste das tropas portuguesas.

A seu favor, passou a jogar o facto do exercito português ter que se dividir  para proteger o empreendimento de Cabora Bassa. Aproveitando a receptividade da etnia maravi, a Frelimo procura agora penetrar na Zambézia e no planalto do Chimoio (Manica), conduzindo a guerra mais para sul.

Em 1972, a Frelimo, ultrapassava o rio Zambézia, conseguindo infiltrar-se de forma mais regular na Província de Tete. No ano seguinte, ataca a estrada que liga a Beira à Rodésia (Zimbabué).O posto de turismo do Parque da Gorongosa é igualmente atacado. Em Janeiro de 1974, mata a mulher de um agricultor europeu em Vila Manica. A população branca da cidade da Beira entra em pânico. Em grandes manifestações nos dias 17,18 e 19 acusa o exército de nada fazer perante o alastrar do conflito para sul. 

A Frelimo, em 1974, afirma que controla cerca de 30% do território. O exercito português apresenta número muito diferentes. Uma coisa é certa: as suas acções continuavam concentradas no Norte de Moçambique e na região de Cabora Bassa. As acções a sul, apesar do seu impacto junto da comunidade branca (200 a 250 mil pessoas), não passavam de actos esporádicos num vastíssimo território. 

Apesar de ter sido a mais longa guerra que um país europeu travou em África, o número de mortes de ambos os lados, comparativamente a outras guerras é considerado muito baixo.

 

25 de Abril 1974-27 de Julho de 1974

A primeira tentativa de derrube da ditadura em Portugal, em Março de 1974, trás um animo novo aos guerrilheiros da Frelimo. O número das suas acções militares que estavam em regressão, começam a aumentar. Após o 25 de Abril de 1975, com a queda da Ditadura, a Frelimo intensifica ainda mais a luta armada. Encontra cada vez mais pela frente um exercito desmoralizado e que se recusa a combater.

Em construção !

 

28 de Julho de 1974-25 de Julho de 1975

Em Construção !

Carlos Fontes

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Moçambique

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