Director: Carlos Fontes

 

 

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Emigração Moçambicana 

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A emigração no século XIX e em boa parte no século XX, confunde-se com a escravatura e o trabalho forçado. Milhares e milhares de Moçambicanos foram desta forma exportados.

Um caudal deles foi para as plantações de Cuba. Outro dirigiu-se para a abertura do Canal do Suez, na sequência da autorização dada pelo governo português, em 1866, a Ferdinand de Lesseps, consul da França em Lisboa.

O famigerado Império de Gaza, desde meados dos século XIX, exportava também abundantemente moçambicanos para para o Transval e o Natal, na África do Sul. Uns iam como escravos, outros como trabalhadores forçados. Com a descoberta das minas da África do Sul e Zimbabwe este recrutamento acabou por se acentuar. Moçambique tornou-se numa espécie de enorme reservatório de mão-de-obra da África do Sul, situação que pouco mudou até aos nossos dias.

Portugal que entretanto domina e integra definitivamente o Império de Gaza em Moçambique, não tarda em regulamentar este tráfico de mão-de-obra emigrante tirando daí benefícios. Neste sentido, desde 1896 foram estabelecidos sucessivos acordos entre o Estado Português e a África do Sul. Um dos últimos foi o de 1928,  pelo qual a Witwatersrand Native Labour Association (WNLA) pagava ao Governo de Moçambique, uma parte do ordenado de cada emigrante recrutado durante 18 meses.Estes recebiam-no depois em moeda moçambicana.

O negócio era extremamente lucrativo para o Estado Português, mas levantava enormes protestos entre os colonos do Sul de Moçambique. Esta emigração "roubava-lhes" a mão-de-obra quase gratuita que necessitavam nas plantações. A esmagadora maioria dos trabalhadores preferia, apesar de tudo, as minas às plantações em Moçambique, onde auferia salários muito mais baixos.

O trabalho nas minas era e é ainda extremamente violento, implicando uma elevada taxa de mortalidade. 

Em 1950, estavam registados para trabalho nas minas e serviços domésticos na Curadoria do Transval e na Rodésia do Sul 226 157 e 85 401 trabalhadores de Moçambique, respectivamente.


Em 1960, esse quantitativo era de cerca de 400 000, tendo-se mantido ao longo dos anos da guerra. 

Esta exportação de mão-de-obra, como a emigração em Portugal, permitia cobrir o défice da balança comercial.

Após a Independência a África do Sul e a Rodésia (Zimbabué), acabou por suspender esta emigração como forma de pressão sobre o Governo Moçambicano, a qual só voltará a ser autorizada mais tarde. De qualquer forma, o facto acabou por afectar profundamente as contas do Estado Moçambicano.

As receitas dos emigrantes moçambicanos, hoje mais espalhados por todo o mundo, continuam a ser fundamentais para a frágil economia deste país.  

Carlos Fontes

Estatísticas dos Mineiros Moçambicanos Oficialmente Recrutados para a África do Sul 

Ver

 

Situação Actual dos Emigrantes

A situação dos emigrantes moçambicanos não é diferente  da dos restantes africanos em vários países, nomeadamente em Portugal. 

Protegidos até 1989 nos antigos países socialistas (RDA, União Soviética, etc), a partir daí têm sido vítimas de vários casos de racismos e expulsão inqualificável. 

Em Portugal, antigo país colonizador, os imigrantes moçambicanos têm a mesma sorte que os restantes africanos. A sua principal vantagem está no conhecimento da língua e o trabalho de organizações que apoiam estes imigrantes. Recentemente registou-se, no norte do país, um caso de exploração de emigrantes moçambicanos que realizavam um estágio numa empresa (Ar Lindo, propriedade de Arlindo Correia). A comunicação social denunciou, como lhe competia o caso (3 de Julho de 2002), exigindo o apuramento de responsabilidades e a punição severa dos responsáveis. 

Na África do Sul os emigrantes moçambicanos continuam a ser barbaramente explorados e discriminados. Constituem mera mão-de-obra "limpa", isto é, são atirados fora sem qualquer apoio quando deixam de servir. Calcula-se que vivam neste país cerca de quatro milhões de moçambicanos, na sua maioria em situação ilegal (Julho de 2002).

Está em estudo um vasto processo de identificação dos cidadãos moçambicanos, tendo em vista resolver as situações mais dramáticas porque passam estes emigrantes.Regularmente dezenas de milhares de moçambicanos são expulsos do país: - sessenta mil entre Janeiro e Novembro de 2002. O record foi atingido em 1993, quando foram repatriados num só ano mais de 80 mil. Milhares de moçambicanos já morreram vítimas da brutalidade da polícia da África do Sul.

CF

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