Director: Carlos Fontes

 

 

EDITORIAL

ANGOLA

BRASIL

CABO VERDE

GUINÉ-BISSAU

MOÇAMBIQUE

PORTUGAL

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

TIMOR

OUTROS PORTOS

CONTACTOS
.

.

Grandes Desportistas 

Coluna (Futebol)

Eusébio (Futebol)

Mutola (Atletismo)

.

Grandes Escritores

Craveirinha (poeta)

Mia Couto (romancista)

.

 Cantores

Mariza (fadista)

..

Outras personagens

Otelo Saraiva de Carvalho (Militar do 25/4/1974) 

.

Portugal -  Moçambique

...

 

27 anos após a Independência de Moçambique, como está a cooperação entre estes dois países com uma longa história em comum ?

Portugal - Moçambique: Um Entendimento Difícil?

O processo de Independência de Moçambique iniciado em 1974, foi de todas as ex-colonias aquele que decorreu de um forma relativamente pacífica. O Governo Português, durante cerca de um ano, apoiou activa e logisticamente, na fase transitória, a implantação do novo governo monopartidário da Frelimo em Moçambique.. 

Apesar de tudo, após a Independência, a 25 de Julho de 1975, o relacionamento entre Moçambique e Portugal tem sido sempre muito dificil. Diversos analistas tem procurado explicações para este facto. Até porque quem mais perde, aparentemente, é quem promove mais dificuldades no relacionamento. 

Explicações mais referidas:

1. A Frelimo teve medo que a permanência de um elevado números de brancos em Moçambique, após a Independência, pudesse originar que os mesmos voltassem a dominar o país; A alternativa foi criar sucessivos atritos, nomeadamente nacionalizando os seus bens, acusando-os de racismo e colonialismo de forma a provocar a sua saída. Estas acusações repetidas até à exaustão acabarão por criar na população uma ideia muito negativa dos brancos, em particular dos portugueses, sendo-lhes atribuídas as culpas para todos os problemas que o país atravessa ou virá a atravessar; 

2. A Frelimo a seguir à Independência optou por uma estratégia anti-Ocidente (símbolo do capitalismo) identificando-o com o Mal, o Racismo, o Colonialismo, etc. Neste sentido, procurou distanciar-se afectivamente de Portugal, conduzindo o país para uma crescente aproximação aos regimes nacionalistas muçulmanos, países na órbita da ex-União Soviética, China, etc.

Esta (s) estratégia(s) foram materializada entre 1975 e 1984, numa conjunto de acções, que tiveram os portugueses e Portugal como alvo privilegiado:

-Em Julho de 1975, quando os vários serviços do Estado passaram oficialmente para a Frelimo, o novo governo tratou de criar uma situação desconfortável para os funcionários brancos, de forma a força-los a abandonar o país;

- O novo sistema de ensino, baseado na doutrina marxista-leninista, tornou-se num veiculo de Propaganda contra Portugal e o Ocidente, acabando por estimular o racismo dos negros contra os brancos, identificado com a exploração e o capitalismo;

- Em Fevereiro de 1976, as terras e as empresas portuguesas foram nacionalizadas, contrariando tudo aquilo que havia sido estabelecido nos Acordos de Lusaka entre Portugal e a Frelimo;

- Ainda, em 1977, cerca de 200 portugueses estavam presos sem qualquer julgamento apesar de todos os protestos do governo português. Alguns acabaram por ser executados.

-Em Janeiro de 1978, a Frelimo nacionalizou os bancos portugueses. contrariando tudo aquilo que havia sido acordado.

Samora Machel, como alguns analistas apontam, estava disposto na altura a mostrar que Portugal e o Ocidente era irrelevantes, quer como amigos, quer como inimigos do novo Estado Revolucionário (Norrie MacQueen).

Tentativas Falhadas

Todas as tentativas de Portugal para estabelecer um relacionamento normal entre Estados de Direito, eram olimpicamente recusadas. No princípio dos anos 80, em Luanda, durante o funeral de Agostinho Neto (Setembro de 1979), o Presidente da República de Portugal Ramalho Eanes fala informalmente com Samora Machel. No inicio de 1981, o número dois da Frelimo Joaquim Chissano, visita oficialmente Portugal. Apesar disto, as relações entre os dois países não melhoraram. Portugal e os portugueses, na propaganda do governo Moçambicano era apresentado como a personificação do racismo e do colonialismo ao serviço do Grande Capital Imperialista. 

Enquanto isto acontecia, Moçambique mergulhava no caos.A Guerra Civil destruía as estruturas do país, provocando o êxodo não apenas dos brancos, mas de milhões de negros. 

Acordos de NKomati

A primeira abertura da Frelimo para um relacionamento descomplexado com Portugal, deu-se em consequência da situação catastrófica em que havia caído Moçambique. 

Em meados dos anos 80, era por demais evidente que algo tinha que mudar, senão Moçambique desaparecia mergulhado no banditismo. O Estado confundido com o Partido, deixara de controlar grande parte do território. 

É neste contexto que em Março de 1984, o Governo Moçambicano e o da África do Sul chegam a um Acordo. A Frelimo deixava de apoiar o ANC, e os sul africanos  retiram os seu apoio à Renamo. Portugal, nos bastidores consegue assegurar que seriam todas medidas para proteger a Barragem de Cabora Bassa, onde continuava a investir dinheiro dos contribuintes portugueses. A questão é que a Renamo estava agora largamente implantada em todo o território moçambicano, e podia facilmente prescindir no apoio da África do Sul. A Guerra Civil estava para continuar.

A Caminho da Paz

Após 1984, a  Frelimo passa a acusar Portugal de apoiar a Renamo, dando-lhe cobertura no país. Suspeita habilmente explorada por todos aqueles que tinham interesses em lançar mais achas para a fogueira.

O episódio mais conhecido ocorreu em 1988. Neste ano, Evo Fernandes, dirigente da Renamo é raptado e morto nos arredores de Lisboa. Após várias investigações, um diplomata da Embaixada de Moçambique em Lisboa acaba por ser expulso, por suspeitas de envolvimento no seu assassinato.

Embora nos bastidores, Portugal procura-se juntar à mesa da negociações a Frelimo e a Renamo, qualquer tipo de protagonismo era-lhe explicitamente recusado.

Dez Anos de Paz

A paz alcançada em 1992, em Roma, sob a égide da Igreja Católica, constituiu uma excelente oportunidade para os dois países se entenderem. Mas os avanços são mínimos. A ideia que Portugal é o causador de todos os males do passado e do presente (pobreza), está ainda muito difundida nos militantes de base da Frelimo, e pela via do sistema de ensino, entre a população. 

Cerca de oito meses antes de Moçambique aderir à CPLP (1996), adere à Commonwealth. Trata-se de um claro sinal de que da limitada participação que pretende na CPLP. Na Cimeira da CPLP, em Brasileira (2002), mais do que a recusa de aderir em aderir a um estatuto que confere a dupla nacionalidade aos seus emigrantes nos países da CPLP, o que Moçambique procurou evidenciar foi que não pretendia qualquer relacionamento especial com os seus Estados. 

A estratégia desenhada por Samora Machel, em 1975, nas relações com o antigo país colonizador, continuam a marcar a cooperação entre os dois países. No balança da cooperação, perdem todos.   

Carlos Fontes  

Instituto Camões

Centro Cultural Português em Maputo

Abertura: 1996

Responsável: Dr. António Braga

Av. Julius Nyerere, 720 -CP 4696 -Maputo

Tel. 2581-49 38 92 Fax. 2581-49 11 11

Email -ic-ccpmaputo@teledata.mz

 

Centro Cultural Português em Maputo -  Pólo na Beira

Abertura: 1998

Responsável: Dr. Miguel Pires

Consulado Geral de Portugal
R. António Enes, 148/149 - R/C e 2.º - Caixa Postal 1996 -BEIRA

Tel.2583 326066 Fax.2583-324688/326075

Email - icamoes.ccbeira@teledata.mz

Centro de Língua Portuguesa em Maputo

Abertura: 1999

Responsável: Dra. Ana Filipa Teles

Universidade Pedagógica
Faculdade de Línguas - Departamento de Português
Av. Comandante Augusto Cardoso, 135 -Caixa Postal 3276
Maputo

Tel.2581 420860 Fax.2581 422113 Email-clpic.up@teledata.mz

Centro de Língua Portuguesa na Beira

Abertura: 1999

Responsável: Dra. Fernanda Queirós

Universidade Pedagógica
R. Dom Francisco de Almeida, 737/751 -Beira

Email -clp.beira@teledata.mz

Centro de Língua Portuguesa/Instituto Camões (CLP/IC) na Universidade Pedagógica em Maputo

.

Centro de Língua Portuguesa em Nampula

Abertura: 1998

Responsável: Dra. Sandra Luísa Moreira

Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Ciências da Educação - 1.º andar -Av. 25 de Setembro -Nampula . Tel.2586 217150

Email -clpicnamp@teledata.mz

 
. .
 

Moçambique

Início . Indicadores. História . Geografia . Províncias. Cronologia . MapasEducação . Cidades . População. Geopolítica . Turismo . Emigrantes. Sociedade . Guerra de Libertação . Guerra CivilEscravatura . Resistência ao Colonialismo .Etnias. SOS. CooperaçãoFiguras. Clima . Cultura.

EconomiaLigações.  Hino . Feriados .

Comunicação Social . Comunicações. Partidos Políticos. Religiões . Bibliografia

Em Breve Novas Entradas sobre Moçambique

Fronteiras . Polícia . Saúde . Forças Armadas .Desporto . Justiça . Sindicatos. Nacionalismo

.

Editorial | lAngola | Brasil | Cabo Verde | Guiné-Bissau  | Moçambique | Portugal | São Tomé e Príncipe | Timor |  | Contactos

Para nos contactar: