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Povo Brasileiro

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No princípio havia apenas indíos, depois vieram os portugueses e a seguir os negros. No final do século XVIII, muitos portugueses eram já mulatos ou mamelucos em resultado de uma intensa mestiçagem com negros e índios. Os cruzamento de negros entre si com indios e mulatos estavam igualmente muito generalizados.

Depois da independência (1822) os brancos, os indios, os mulatos e os negros libertados passaram a ser todos brasileiros. As cores morena e negra predominavam. Em meados do Século XIX contavam-se 2 milhões de brancos, quase todos muitos morenos,  para mais de 5 milhões de negros e mestiços. A imigração europeia até ao final do Império (1889) em nada alterou esta situação. 

A partir de finais do século XIX até ao anos 30 assistiu-se a uma importante vaga de imigrantes europeus e asiáticos (portugueses, italianos, japoneses, alemães, etc). Uns misturaram-se, outros não. Cerca de metade regressou, a outra parte ficou.  Em todo o caso, a cor morena continuou a predominar. 

O censo de 2000, numa população de 169,5 milhões, apurou os seguintes dados: Brancos - 53,8%; Mestiços - 39,1%; Negros - 6,2%; Amarelos - 0,5%, Indígenas - 0,4%.   

O Brasil é hoje o país com maior número de negros fora de África. 

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Nativismo ou Indianismo: Discurso Nacionalista Brasileiro 

Logo após a Independência do Brasil, iniciou-se uma interessante discussão sobre a "natureza" do povo Brasileiro. O que o distinguia dos outros povos, nomeadamente do português. Tratava-se de lançar as bases do nacionalismo brasileiro, capaz de afirmar a nova nação que então emergia. O índio brasileiro devidamente idealizado foi então promovido à categoria de símbolo do povo brasileiro. As suas qualidades já descritas por Pêro Vaz de Caminha, em 1500, como a sua beleza, o seu modo de vida simples e primitivo, marcados por uma profunda ligação à natureza selvagem, foram assumidas como atributos do povo brasileiro. Os nomes portugueses foram sendo substituídos por nomes indíos. Ao europeu (simbolizado pelo português) passou-se a contrapor o indío e tudo o que ao mesmo podia ser associado. 

Este discurso nacionalista não tardou em revelar-se avesso ao cosmopolitismo, à técnica e ao trabalho, muito ao gosto dos grandes proprietários rurais e caciques do interior do Brasil. Ao longo de todo o Império este indianismo acabou por degenerar em alguns sectores da sociedade brasileira num ódio aos portugueses que foram assumidos como os opressores do "povo brasileiro".  Entre os seus mais destacados promotores contam-se figuras como D. Pedro I, José Bonifácio ou D. Pedro II, mas sobretudo muitos portugueses instalados no Brasil.

Com a república (1889), este nativismo desfasado dos grandes ideais do século XIX e da própria realidade sociológica do país, embora não tenha desaparecido, tornou-se todavia menos violento.

Nos anos 30 e 40 do século XX, Gilberto Freyre, na definição da natureza do povo brasileiro, retoma a tese da mestiçagem centrada apenas em três "raças" (indios, portugueses e negros), criando o conhecido luso-tropicalismo. 

Sob a influência dos EUA, nos anos 60 e 70, assisti-se a uma nova mudança de nomes. Os antigos nomes indios ou portugueses são substituídos por nomes "americanos.  

A discussão sobre a singularidade do povo brasileiro continua a alimentar inúmeras especulações. Quase sempre, no final volta-se quase à questão da mestiçagem e às três "raças" constituidoras da matriz do povo brasileiro: os índios, os portugueses(simbolizando os europeus) e os negros. 

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  Indíos

Os índios já habitavam o Brasil, quando os portugueses aí chegaram em 1500. Quantos eram ? Os números são muitos diversos conforme a fontes. O número mais elevado que tem sido apontado é 6 milhões, estando repartidos por mais de 900 etnias e falando mais de 170 línguas. Um grande número foram escravizados logo após a chegada dos portugueses, mas o que tem sido salientado não é a sua escravatura, mas o cruzamento com os invasores. As indias (caboclas) rapidamente suprimem a falta de mulheres brancas e não tardam a produzirem milhões de caboclos, brancos de cor morena que predominam ainda hoje no Brasil. 

N século XVII foi definitivamente proibido a escravatura dos indíos, fomentado-se o seu casamento com portugueses, medidas consagradas na legislação pombalina.

Na mitologia local o povo brasileiro, através destes cruzamentos, terá herdado dos indíos a doçura na pronuncia do português e a sua sensualidade. Mais

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   Portugueses

Os portugueses quando aportaram ao Brasil eram já um povo marcado por múltiplos cruzamentos não apenas com europeus, mas também com africanos e estavam a iniciar o seu cruzamento com os asiáticos. A política da mestiçagem foi mesmo assumida pelo Estado português, entre o século XVI e 1822,  como uma estratégia para o domínio e povoamento das suas possessões no mundo. Era a única forma de compensar a escassez de população para a expansão e ocupação territorial. 

Quando chegaram ao Brasil, fizeram aquilo que faziam em África e na Ásia: cruzavam-se com a população local (os indíos e depois os negros). Calcula-se que entre 1500 e 1822 mais de um milhão de portugueses tenha ido para o Brasil .

Depois da Independência, durante o Império (1822-1889) a emigração abrandou, nomeadamente devido ao ódio que era fomentado contra esta comunidade. Com a implantação da República (1889) o número de emigrantes voltou a subir mantendo-se muito elevado até aos anos 50 do século XX. Só no último período mais de 1,7 milhões portugueses emigraram para o Brasil. A maioria nunca regressou. Mais

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  Negros

Os negros foram para o Brasil para suprimirem a escassez de mão-de-obra, primeiros nas plantações da cana do açúcar e depois do café. No século XVI o Brasil terá recebido 15 mil escravos. No século XVII recebeu 400 mil novos escravos. No século XVIII devido à extracção do ouro chegaram cerca de 1,7 milhões de escravos. O número de afro-descendentes era muito mais elevado. 

Na primeira metade do século XIX, o Brasil recebeu 1,325 milhões de escravos, destinados sobretudo às plantações de café de Vale de Paraíba, na província do Rio de Janeiro. Embora proibido em 1850 o tráfico continuou muito activo. Desde o século XVI até ao século XX terão entrado no Brasil cerca de 4 milhões de escravos.

Após a libertação completa dos escravos do Brasil (1889), os negros foram incorporados no conceito de povo brasileiro.  Mais 

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.Mulatos

A mestiçagem foi desde o século XVI um do aspectos fundamentais da política de ocupação portuguesa no Oriente, mas também no Brasil. À falta de recursos humanos para povoar vastas regiões do mundo, a única alternativa que restava era a mestiçagem com as populações locais, mas também com os escravos negros. Quando a família real chega ao Brasil em 1807, encontra à sua frente uma colónia de negros, multados e brancos amulatados. A realidade em Portugal não era também muito diferente

Acontece que aquilo que fora até aí natural foi deixando de o ser ao longo de todo o século XIX. Quando as grandes potenciais europeias se lançam na colonização de vastas regiões do mundo, recusam desde logo a mistura com os selvagens locais .Os brancos não se misturaram com os indios nos EUA, matam-nos. Não se cruzam com os negros, escravizam-nos enquanto puderam. Depois mantiveram-nos à distância. O êxito dos EUA ou de algumas colónias inglesas, como a África do Sul, Austrália, Canadá, passou a ser atribuído à recusa destas misturas raciais.

O que tornava o Brasil, no século XIX, um caso particular era a dimensão da mistura de raças. Não havia nada parecido no planeta. No final do século mais de 60% da população era negra ou mestiça. Sob a influência das teorias racistas, vindas da Europa, as elites brancas brasileiras (originárias de portugueses) começam a considerar que a causa dos " males" que padecia a sociedade brasileira se deviam à mestiçagem. As sociedades científicas do Brasil propõem então medidas para embranquecer a população. Os psicólogos e antropólogos em voga na altura, como Gustave Le Bon, concordavam todos num ponto: o mestiço é um ser degenerado. Não tem nem as qualidades do branco, nem as do indio ou do negro. Este tipo de discursos ditos "científicos" acabou por gerar alguns preconceitos racistas sobre a identidade no povo brasileiro, que serviam também de desculpa para muitos problemas sociais e económicos se arrastarem sem solução. A culpa de tudo estava "raça" ou na falta dela. Acabar com este discurso racista exigiria, não apenas reconhecer a igualdade de todos os seres humanos, mas também a singularidade do processo de colonização portuguesa assente exactamente nesta mestiçagem. Este foi o notável trabalho que realizaram antropólogos como Gilberto Freyre, numa época marcada pelas teorias racistas (anos 30). Mais  

Continua !

 
  Carlos Fontes 

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