Director: Carlos Fontes

 

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Cultura no Brasil

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Real Gabinete Português de Leitura. Fundado no Rio de Janeiro, em 1837, por imigrantes portugueses 15 anos após a independência deste país. O edifício actual, em estilo neomanuelino, foi projectado pelo arquitecto português Raphael da Silva e Castro. A primeira pedra foi lançada em 1880, pelo Imperador D. Pedro II, sendo 
inaugurado em 1887 pela Princesa Isabel e o Conde D’Eu. Em 1900 transformou-se numa biblioteca pública (consultar). Ainda no século XIX, os imigrantes portugueses fundaram mais dois importantes gabinetes de leitura, um no Recife (1850) e outro em Salvador (1863).

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As Quatro Idades da Cultura Brasileira

O Brasil é hoje um dos países mais fascinantes do mundo pela sua riqueza, diversidade e pujança cultural. 

1.  O confronto, diálogos e miscigenação  entre três culturas: a portuguesa, a africana e indígena (1500-1807)

Ao longo de três séculos cruzaram-se no Brasil três culturas distintas: a portuguesa (europeia), a negra (africana) e a indígena. É a partir delas que se irá criar toda a riqueza da cultura brasileira.

Os portugueses criaram as bases da cultura tradicional do Brasil, dando a este vasto território uma forte unidade cultural, que permitiu sobreviver a todas as tentativas de desagregação. Um facto único em toda a "América Latina" e um caso raro no mundo.

A obsessão pela homogeneidade cultural do Brasil era um aspecto central da política portuguesa. Dois exemplos: a obrigatoriedade das elites nascidas no Brasil terem que virem estudar a Portugal (Coimbra), mas também na proibição da entrada de imigrantes que não fossem católicos.    

Os negros, reduzidos à condição de escravos, não tinham uma cultura única mas muitas e extremamente diversificadas. No entanto, por contacto e miscigenação com os portugueses incorporaram à cultura dominante aspectos da sua própria cultura e modificaram outros. É por esta razão que a sua cultura do negros no Brasil nunca se apresenta como autónoma, mas sempre com um elemento, aspecto ou dimensão da cultura dominante. Outra coisa não seria tolerado pelos portugueses. 

Os índíos, reduzidos ou não à condição de escravos, não deixaram de incorporar aspectos próprios na cultura dominante, embora com menos vigor força que os negros.

No século XVI, ainda muito marcado pelo Oriente, a produção cultural suscita pelo Brasil está ligada à sua descrição das paisagens, povos, aspectos militares, políticos e religiosos da sua ocupação.

No século XVII, o Brasil não apenas suscita em Portugal uma intensa produção cultural, como a do padre António Vieira, mas também um número crescente dos seus naturais emergem, como o poeta Gregório de Matos Guerra. É nesta época que surge a ideia de criar no Brasil uma "Nova Lusitânia". 

O século XVIII, mostra já uma paisagem cultural muito diversificada e diversificada, entre os naturais, com a emergência de poetas, historiadores, arquitectos, escultores, etc. Os relatos da cultura popular não letrada, testemunham já um prodigioso imaginário fruto de três séculos de aclimatação dos portugueses aos trópicos e cruzamentos com índios e negros.       

2. A construção de uma cultura nacional (1808-1888; 1889-1930; 1930-1945) 

A invasão franco-espanhola de Portugal, em 1807, marca o início de uma nova etapa da Cultura no Brasil. Trata-se agora de lhe construir uma identidade própria, de modo a afirmá-lo  como uma novo país distinto sua posição enquanto colónia portuguesa. Neste processo, podemos distinguir três momentos fundamentais. 

1º. Período: 1808-1888. Ainda mal tinha chegado ao Brasil, em fins de 1807, já D. João VI, estava a construir um reino independente de Portugal. Em 1815 declara formal e internacionalmente esta separação. O seu filho, D. Pedro I (do Brasil, IV de Portugal), em 1822, limita-se a dar continuidade a uma decisão anterior. A construção de uma identidade cultural brasileira, tema que será debatido de forma apaixonada até ao final da 2ª.Guerra Mundial foi, neste período feita com base em duas tradições culturais que foram reinventadas:

a) Cultura Lusa-Brasileira. Exaltou-se o cosmopolitismo, coragem, dedicação ao trabalho e outros nobres valores que possuíam os navegadores portugueses. Valores que teriam herdado e desenvolvido de forma especial aqueles que se haviam fixado e nascido no Brasil.

b)Cultura Índia. Os índios reais continuaram a ser tão desprezados como antes, mas no plano imaginário o Índio tornou-se o símbolo da alma brasileira. Transformado numa ficção, o índio virou um belo guerreiro que ferozmente se opôs á cobiça dos portugueses, para defender a sua pátria. A contradição era todavia flagrante: enquanto os índios imaginários eram louvados, os índios reais eram mortos ou expulsos das suas terras.     

O cultura brasileira acaba por se tornar em algo exótico, pois a construção da sua identidade cultural não tinha qualquer correspondência com a realidade. Os negros e os mulatos, a maioria da população era nela esquecida ou marginalizada.

2º. Período: 1888-1930. A 1º. República deu o passo seguinte na construção da identidade cultural do Brasil, reduzindo as duas tradições a uma única: a cultura lusa-brasileira. Esta última foi contudo amputada das suas raízes portuguesas, ficando reduzida apenas à sua expressão brasileira.

Figuras como os bandeirantes paulistas e Tiradentes, devidamente adaptados, e expuragados das suas origens portuguesas, tornaram-se na imagem da cultura e do povo brasileiro. As revoltas pela desagregação do Brasil, duramente reprimidas pelos portugueses, foram transformadas em revoltas nacionais pela independência do Brasil.

Esta construção ideológica continua todavia a excluir os negros, e agora também os índios, secundarizando o papel dos portugueses. Alguns movimentos artísticos modernistas vão justamente procurar enaltecer estas raízes marginalizadas, em particular a dos índios.

3º. Período: 1930-1945. Contrariando as teses racista da época, neste período ensaia-se uma visão nacionalista assente na mestiçagem. O Brasil tem uma cultura única, cuja matriz não é portuguesa, índia ou negra, é mestiça. Estamos perante uma visão renovada da cultura colonial. Nos anos seguintes, procurou-se ainda mostrar como a recente imigração europeia de suíços, alemães, italianos e outros povos, não anulou esta mestiçagem, dado que as culturas que os imigrantes não portugueses trouxeram acabaram por ser diluídas na cultura dominante brasileira. Esta capacidade integradora passa a ser assumida como um elemento da vitalidade da cultura brasileira.

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3. Afirmação nacional (1945-1985)

O problema da identidade da cultura brasileira parecia estar resolvido, o discurso da mestiçagem dava uma resposta clara e integradora da realidade social e cultural do Brasil. O problema subsistia, o da afirmação do Brasil no mundo. O problema é agora ajustar as enormes potencialidades e dimensões do Brasil (maior do que Europa) à sua expressão no contexto internacional, nomeadamente em termos culturais. 

O problema da modernidade torna-se agora quase obsessivo, em particular quando os brasileiros se comparam com os EUA. Para vencer as diferenças, muitos defendem uma simples imitação de nomes, estilos de vida e até de organização social. A resposta política foi promover grandes projectos, como a construção de Brasília e uma activa propaganda interna. Os sucessos no desporto (futebol, Formula 1, etc), mas também o Carnaval e a excepcional música popular foram explorados como símbolos de afirmação do Brasil no mundo. A partir dos anos 70, onde há um brasileiro passou a haver também uma bandeira e uma camisola verde e amarela. A emigração que começou em força nos anos 80, facilitou igualmente esta afirmação global. A fé inabalável no país e o cosmopolitismo característico dos primeiros povoadores portugueses, é agora assumido como uma estratégia de um povo.

4. Novas Tendências

Nos últimos 20 anos, o Brasil, apesar das enormes desigualdades internas acabou por se afirmar como uma grande potência regional. O seu impressionante crescimento demográfico e unidade cultural impõe-se no mundo.

Uma das tendências actuais é para assumir-se como o líder dos países da América Latina, e eventualmente de África, fazendo a ponte com outras regiões do mundo onde estão a emergir grandes potências (ìndia, China, etc). Esta tendência está inscrita na matriz cultural cosmopolita do Brasil. Trata-se de fazer aquilo que os portugueses fizeram durante séculos, nomeadamente a partir do Brasil. Esta lógica implica reforçar e desenvolver laços comerciais e culturais, apoiados em relações históricas com séculos de existência. A obrigatoriedade do ensino do espanhol nas escolas, por exemplo, insere-se nesta estratégia de liderança regional. 

Esta vocação para liderar a América Latina, abre ao Brasil novas perspectivas de diálogo com as outras potências mundiais, como os EUA ou os países que integram a União Europeia. O Brasil tornou-se no principal interlocutor em toda região dado o seu  peso político e económico. Este aspecto força-o a assumir uma dimensão cosmopolita, moderna, capaz de tirar partido destas ligações e reforçar a sua credibilidade. Situação que terá que contrabalançar, com a anterior tendência onde tende facilmente a ser conotado como apenas o grande líder dos países pobres do mundo.   

Carlos Fontes

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