Navegando na Formação

Carlos Fontes

Gestão de Acções de Formação Profissional

 

O sucesso na gestão de uma acção de formação depende em grande medida dos dispositivos que tenham sido criados para a sua realização e controlo, mas também das capacidades do seu responsável para os manter e animar.

Afim de diminuir as margens de incerteza em todo o processo, o gestor deve estar atento a quatro momentos críticos:

 

  1. Encomenda inicial. Diversos elementos devem ser ponderados:  Objectivos da acção e a sua pertinência; Destinatários; Adequação às necessidades; Recursos disponíveis; etc. Muitos problemas posteriores poderiam ser evitados nesta fase se fossem devidamente ponderados estes e outros elementos. A capacidade negocial do gestor de formação é aqui pela primeira vez posta à prova.
  1. Preparação da Acção. A montagem do dispositivo de formação, implica nesta fase uma actuação em três domínios:

a)      Domínio organizacional. Mobilização de recursos necessários para a realização da acção de formação* (humanos, logísticos, financeiros, etc.), o que se deverá concretizar num caderno de encargos;

b)      Domínio Técnico-pedagógico. Entre as tarefas essenciais destacam-se as de caracterização das competências requeridas, os métodos e técnicas que deverão ser aplicados e os mecanismos de avaliação a criar. Esta acção deverá traduzir-se na elaboração de um plano de formação;

c)      Domínio Científico. Implica a selecção dos formadores para as diferentes áreas de formação e a especificação dos seus conteúdos programáticos, o que envolve um número sempre crescente de agentes de formação. O resultado final traduz-se, entre outras coisas, nos diversos programas que integram o Plano de Formação. 

  1. Realização da acção. Em termos teóricos trata-se do momento da concretização do planeado, mas em termos práticos é o momento das correcções, resolução de imprevistos, gestão de conflitos internos, etc.. É nesta fase que as capacidades  individuais do gestor são muitas vezes postas à prova. Para permitir um controlo de todo o processo, tem sido desenvolvida uma importante ferramenta: o painel de controlo de formação. Numa forma sintética são fixados um conjunto de indicadores que permitem, a cada momento, detectar os desvios e introduzir as medidas correctivas adequadas.
  1. Avaliação da Acção. O maior erro para um gestor é neste momento, pensar que o êxito da acção de formação se circunscreve unicamente aos resultados obtidos durante a formação. Na verdade, a obtenção de excelentes resultados durante a formação não implica necessariamente  depois um excelente desempenho profissional. Pelo contrário são frequentes situações de regressão. Confrontados com situações que não conseguem superar nos locais de trabalho para aplicar os conhecimentos que adquiriram na formação, muitos trabalhadores regridem para práticas contrárias às aprendidas.

 É por esta razão que hoje se atribui uma enorme importância ao que acontece depois da própria acção de formação. Não é consensual que um   formando sem ajuda, possa só por si, mobilizar no seu desempenho profissional, os saberes adquiridos durante a formação. No caso de tal não acontecer, a formação arrisca-se a fracassar nos seus objectivos. O acompanhamento tornou-se assim numa etapa  fundamental para garantir o seu êxito. Criou-se para o efeito a figura de um novo agente da formação: o acompanhante. As suas responsabilidades são enormes: ajudar em contexto de trabalho os seus companheiros a aplicarem os conhecimentos* adquiridos, e incentivando-os a superar os obstáculos com que se deparam. É, neste aspecto, um verdadeiro animador da formação. A sua escolha durante o processo formativo, converte-se numa das condições imprescindíveis para assegurar o êxito da formação.

Carlos Fontes


Análise de Necessidades de Formação

A formação não se faz no vazio, muito menos numa organização. Implica custos e esperam-se naturalmente ganhos, seja de que natureza forem. Quando um problema é encarado como carecendo de ter uma resposta formativa, desencadeiam-se um processo de diagnóstico das necessidades de formação tendo em vista configurar a acção que o deverá solucionar. A formação deverá traduzir-se num ajustamento dos desempenhos profissionais esperados aos objectivos definidos pela organização. Mais

 

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