Navegando na Formação

Carlos Fontes


Avaliação na formação

 

Os dois princípios da formação profissional - a eficácia e a eficiência -, implicam um processo continuo de avaliação. Podemos definir a avaliação como uma reflexão crítica sobre todos os momentos e factores que intervêm na formação a fim de determinar quais podem ser, estão sendo ou foram, os resultados da mesma.

Trata-se pois de um vasto e complexo processo  que supõe a necessidade de recolher informação de diferentes momentos tendo em vista melhoria dos dispositivos de formação.

No processo podemos efectuar uma separação entre fase de concepção, obtenção e tratamento da informação e a fase de interpretação desta mesma informação. O primeiro é de natureza objectiva, sendo frequentemente baseado na apresentação de dados quantitativos, cujos critérios de validação são explicitamente referidos; o segundo é caracterizado pela sua natureza  valorativa ou subjectiva.

Os momentos e factores que são objectos da avaliação dependem da finalidade da própria avaliação. Ao longo dos anos tem variado bastante as temáticas que são privilegiadas na avaliação. Em termos tradicionais a avaliação centrou-se quase que exclusivamente sobre os resultados da formação. Actualmente discute-se a difusa avaliação das competências ou dos saberes adquiridos ao longo da vida.  Vejamos sinteticamente estes dois casos.

Avaliação  da formação

 Esta avaliação procura obter vários tipos de resultados:

1. As diferenças entre os objectivos fixados e os resultados alcançados; 

2. Os efeitos da formação nos postos de trabalho;

3. Os factores que terão influenciado resultados à quem dos esperados, tais como: meios e métodos inadequados; deficiências atribuíveis aos formadores e ás condições logísticas  em que a acção decorreu; selecção inadequada dos formandos, etc.

É importante ter-se em conta que a avaliação da formação, não se cinge apenas à detecção das diferenças entre os objectivos esperados e resultados alcançados, mas é acima de tudo um processo reflexivo sobre o próprio dispositivo de formação. 

Avaliação das Competências

A importância crescente da avaliação das competências, decorre dos seguintes factores:

1. A constatação que não existe uma correspondência necessária entre a aquisição de saberes e a capacidade para  os mobilizar ou aplicar no contexto de trabalho. A posse do saber, não confere a capacidade de o usar nos vários contextos laborais. 

2. A desvalorização dos certificados escolares em muitos domínios, por um efeito de massificação. Facto que se traduziu na procura por parte das entidades empregadores de trabalhadores possuidores mais de competências do que de credenciais escolares; 

3. A mobilidade dos trabalhadores implicou também a valorização das suas competências profissionais, demonstradas em termos de percursos curriculares (porta-fólios). Factor que tem vindo a valorizar  as competências adquiridas em contextos laboral, sobretudo nos países onde a maior parte da população atingiu um elevado nível de escolarização. 

O problema é todavia mais complexo. Não se trata apenas de avaliar as competências, mas de saber como esta avaliação se deve igualmente traduzir em termos de promoção e classificação nos locais de trabalho. Este é um tema a que voltaremos em breve. 

Carlos Fontes 

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