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Indicadores
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Panorama da população activa
em Portugal e da Eficácia e Eficiência do Sistema de Formação
Profissional. |
Formação Continua
Os trabalhadores portugueses não
necessitam de formação profissional continua. O que em tempos aprenderam
chega-lhes para toda a vida.Os números referentes a 1998 são
conclusivos: apenas 3% da população activa frequentam acções de
formação e de educação (a média europeia é de 8%). O resto já se
sabia: - Os escalões etários mais velhos e com
qualificações inferiores são os que tem menos probabilidades de
participar nestas acções;
- Os escalões etários mais jovens e os
mais qualificados são os que registam maior participação.
A Situação Social na União Europeia,
Comissão Europeia. 2002
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Disparidades de Rendimentos
A distribuição do rendimento em Portugal
é a mais desigual de toda a União Europeia.Os 20% mais pobres da população
auferiam apenas 8% do rendimento total, enquanto os 20% mais ricos
recebiam 39% do total o rendimento, isto é, cinco vezes mais.No território
português a disparidade entre o rendimento dos mais ricos e o dos
mais pobres é de 7,2 vezes.
A Situação Social na União Europeia,
Comissão Europeia. 2002
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Fuga de Cérebros
Os trabalhadores portugueses altamente
qualificados tem cada vez mais tendência a emigrarem, dado que não
encontram no país condições propícias ao seu desenvolvimento.O Anuário
da Competitividade Mundial publicado pelo IMD, escola de gestão Suiça,
afirma que Portugal caiu da 11ª. posição que detinha em 1999 para a 29ª.
que possui em 2001 no tocante à fuga de cérebros. Faz-se pouca investigação
aplicada e inovava-se pouco. Tudo sumado, Portugal é pouco atractivo para
os cerebros nele trabalham.
Expresso, 11/5/2002
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Produtividade
Desde Dezembro de 2001 que a questão da
produtividade no país está na ordem o dia.Têm sido publicados os números
mais dispares, mas todos tem um ponto em comum: Portugal apresentava os
piores resultados a nível comunitário. Este é um factor que
afecta não apenas a competitividade do país, mas também irá prejudicar
seriamente o investimento externo após o alargamento da União Europeia.
Quem irá investir num pais com valores de produtividade tão baixos?(Cfr.DN, 22/7/2002) .Quanto às causas, muitos apontam a cultura
do improviso que reina no país, outros referem as leis laborais, outros
ainda a deficiente qualificação dos empresários e dirigentes
portugueses. Quanto aos trabalhadores a questão é a seguinte: O Luxemburgo,
cuja população activa é constituída por cerca de 30% de portugueses,
é o país que apresenta os melhores resultados em termos de
produtividade. Será que os trabalhadores portugueses só são produtivos
no estrangeiro, mas quando trabalham em Portugal perdem esta capacidade?
Ninguém acredita. O problema está noutra dimensão.
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Emprego Temporário
Entre os países membros da OCDE, a seguir
ao México, Portugal é aquele que possui em empregos temporários
(Trabalhos a termo e Trabalho temporário), o maior número de
trabalhadores pouco qualificados (70,3%).A maioria são jovens com idades
inferiores a 24 anos. Portugal é aquele que regista também a menor taxa
de transição do emprego temporário para o desemprego (7 a 10%).Os que
transitam para empregos fixos é também muito baixa (17 a 24% de hipóteses).81
% destes contratos não ultrapassam um ano. Na prática ao aceder-se a um
emprego temporário, com reduzidas qualificações, a tendência é
manter-se na precaridade de vínculos laborais. É enorme a importância
desta força de trabalho na economia portuguesa: 21% da actividade laboral
é realizada através de formas de emprego precário. Em Espanha este
valor é de 33%. A percentagem dos que acedem à formação não chega a 2%.
Employment Outlook 2002, OCDE. Expresso,
20/7/2002 |
Desqualificação
Em 2004, cerca de 68% dos trabalhadores
portugueses estarão desqualificados, em grande parte devido às baixas
qualificações que possuem.Quem o afirma é a OCDE. Os países de
Portugal na União Europeia são a Espanha (42,9%) e a Grécia (40,2%). Na
base do problema português está a excessiva especialização da economia
portuguesa em sectores industriais de baixo valor acrescentado, como os
texteis e a industria ligeira. O desenvolvimento de uma economia baseada
no conhecimento está assim à
partida condenada, assim como estes trabalhadores, os quais não encontrarão
tantos postos de trabalho como actualmente.
Expresso, 13/7/2002
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Escolaridade
76% da população activa portuguesa possui
apenas 6 anos de escolaridade (Dados de 1998).
De acordo com o Censo de 2001 cerca
de 9% dos residentes em Portugal, com mais de dez anos, não sabe
ler ou escrever. O estudo feito à população portuguesa indica que as
mulheres são as mais atingidas por este problema. O Alentejo continua a
ser a região com o maior número de pessoas analfabetas (15,9%), seguida
pela Região Autónoma da Madeira (12,7%). Em Lisboa a taxa de
analfabetismo situa-se nos 5,7%. No censo de 1991 - 7,7% dos homens
residentes em Portugal não sabia ler nem escrever, enquanto nas mulheres
este número subia para os 14,1%. A proporção mantém-se no último
recenseamento: 6,3% dos homens são analfabetos e 11,5% das mulheres não
sabe ler nem escrever.
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Investimentos na
Formação
As empresas portuguesas não investem na
formação. Não precisam. O tipo de actividades a que se dedicam evoluem
pouco e requerem apenas mão-de-obra pouco qualificada. Esta é a conclusão
que se poderia retirar de um estudo recente. Entre 1998 e 2000 somente
22,1% do tecido empresarial português realizou ou promoveu acções de
formação profisssional. O sector financeiro foi aquele que registou
maior investimento na formação (71%), seguindo-se o sector da produção
e distribuição da electricidade, gás e água (52,6%), o da educação
(45,1%), das actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às
empresas (44,8%). Os valores mais baixos situam-se nos sectores das pescas
(6,9%), e da construção (6,8%). O sector das industrias transformadoras
só realizou 10% de acções de formação.
Impacto das Acções de Formação nas
Empresas 1998-2000,DETEFP-Ministerio do Trabalho e Segurança Social.2002
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Financiamentos Públicos/ Próprios
Um número surpreendente: Em 2000 mais de
93% das acções de formação foram financiadas pelas próprias
empresas e apenas 24,1% receberam apoios públicos. Daqui se conclui que a
maior parte dos verbas publicas canalizadas para a formação vão parar
às empresas de formação. Registe-se ainda que as categorias profissionais que menos
participaram nestas acções foram as menos qualificadas. As áreas de
formação mais que maior percentagem de frequência registaram foram a de
engenharia e fabrico (16,4%), teoria e pratica de informática (14,7%). As
menos concorridas foram as de trabalhos de escritório (1,3%).
Impacto das Acções de Formação nas
Empresas 1998-2000,DETEFP-Ministerio do Trabalho e Segurança Social.2002
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Qualificação
Metade dos trabalhadores portugueses não
possui qualificações adequadas ao posto de trabalho que ocupam. Esta é
principal conclusão de um estudo sobre as Qualificações Requeridas e
Frequencia Educacional em Portugal, 1985-1997, da autoria de Maria
Clementina Santos e de Mendes Oliveira da FE da UP e do
ISCTE,respectivamente Os sobreeducados para as funções que executam eram
em 1997,cerca de 34% ( na União Europeia é de 21,5%); os subeducados são
16,5%. (13,9% na União). Os sobreeducados não param de aumentar, e num
ritmo mais modestos, os subeducados estão a diminuir.
Expresso, 1/6/2002
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Mulheres Trabalhadores
Na Europa as mulheres portuguesas são as
que mais trabalham. A taxa de emprego é de 60,3%, para uma média comunitária
(15 países) de 54%.Esta elevada ocupação profissional não se
reflecte em cargos de poder, nomeadamente no governo e na Assembleia da
República onde a sua participação é francamente minoritaria.
A Situação Social na União Europeia,
Comissão Europeia. 2002 |
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Trabalhadores Idosos
Portugal é o país da UE com maior
percentagem de trabalhadores acima dos 65 anos. Em 2000, mais de 27% dos
portugueses com idades entre os 65 e os 69 anos encontravam-se empregados. A
média da UE era de apenas 7%. Diferenças semelhantes que se repetem quando
se verifica que, acima dos 70 anos (entre os 70 e 74 anos), havia 18,8% dos
portugueses empregados, quando a média da UE era de 1,8%.
Neste ano na União Europeia, cerca de 38% da
população que rondava a idade da reforma (55-65 anos) estava empregada em
2000. Uma percentagem que sobe em Portugal para mais de 50%.
Relatório da Comissão Europeia sobre a Situação
Social da UE.2002
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Duplos Empregos
Na UE, Portugal é o terceiro país onde
existem maior número de trabalhadores com dois ou mais empregos (5,6%). O
primeiro é a Suécia (8,3%) e o segundo a Dinamarca (5,7%).Os dados
reportam-se a 1996 (Expresso,1/11/2002)
Em 2002 (2º.Trimestre), o INE, registava 329
portugueses empregados com uma actividade secundária. 221 mil são homens e
107 mil mulheres. A faixa etária onde a situação mais se regista é entre
os 30 e os 49 anos., seguindo-se os superiores a 50 anos e por últimos os
que têm entre 15 e 29 anos.
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Formação Desajustada das Necessidades
Estudos realizados pelo Estado são
conclusivos num ponto: a formação financiada pelo próprio Estado e a União
Europeia em Portugal, é generalista e pouco técnica. Nas três
principais áreas de formação o panorama é o seguinte: 43% cursos de
informática na óptica do utilizador; 40% cursos em gestão e administração;
27,9% cursos de desenvolvimento pessoal;
Posicionamento da Oferta de formativa das
entidades acreditadas na área da formação. INOFOR.2002
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Entidades Formadoras
A maioria das entidades que realizam
acções de formação cofinanciadas em Portugal, não possui qualquer
especialização.O seu negócio é a "formação" pouco importa
o conteúdo. Neste sentido 51% dispersam a sua actividade por cinco ou
mais áreas de formação. Limitam-se a aproveitar financiamentos e pouco
mais. Na sua esmagadora maioria não possuem instalações ou um corpo de
formadores próprios.
A formação é realizada em instalações
improvisadas e com formadores recrutados para o efeito. Apenas os
centros ligados ao Estado oferecem uma formação mais técnica e
especializada, mas menos rentável.
Posicionamento da Oferta de formativa
das entidades acreditadas na área da formação. INOFOR. 2002
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Entidades Formadoras
A maioria das entidades que realizam
acções de formação cofinanciadas em Portugal, não possui qualquer
especialização.O seu negócio é a "formação" pouco importa
o conteúdo. Neste sentido 51% dispersam a sua actividade por cinco ou
mais areas de formação. Limitam-se a aproveitar financiamentos e pouco
mais. Na sua esmagadora maioria não possuem instalações ou um corpo de
formadores próprios. A formação é realizada em instalações
improvisadas e com formadores recrutados para o efeito. Apenas os
centros ligados ao Estado oferecem uma formação mais técnica e
especializada, mas menos rentável.
Posicionamento da Oferta de formativa
das entidades acreditadas na área da formação. INOFOR. 2002
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| Rendimento
das Famílias
Num estudo da UE, recentemente
publicado constata-se que em termos de rendimentos, 16% da população
portuguesa vivia em 1998, num agregado familiar com um rendimento muito
baixo. Na UE, esta percentagem descia para os 11%.
Relatório da Comissão Europeia
sobre a Situação Social da UE.2002 |
Carlos Fontes
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