Roménia

Portugal como destino

 

 
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Destaque

Literatura  Romena

 

 
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Roménia

Rodeado por povos de línguas eslavas (Rússia, Bulgária, Ucrânia, etc), os romenos mantiveram a longo dos séculos a sua língua de origem latina. 

O número de imigrantes romenos e moldavos em Portugal ascende a mais de 55 mil pessoas

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Dados Básicos

Superfície: 230.540 km2

População22.463.077 (2003).

Capital: Bucareste

Regime político: República

Língua: Romeno (oficial), Hungaro e Alemão

Moeda: Leu

Dia Nacional: 1 de Dezembro. Comemora a unificação do país em 1918.

Étnias: Hungaros (9%); Alemães (2%). Os ciganos constituem uma das principais etnias (cerca de 8% da população), vivendo na sua maioria à margem da sociedade romena.

Emigração: 9 milhões de romenos vivem fora do país: Moldávia (cerca de 4 milhões), Hungria, Sérvia, Grécia e Albânia (cerca de 2 milhões), Estados Unidos e Canadá (2 milhões), Portugal, etc.

Religiões: 80% Ortodoxos Romenos; 5% católicos; 4% protestantes; 3% ortodoxos gregos.

Geografia: A roménia fica situada na costa do mar negro, tendo o Rio Danúbio a fazer fronteira a sul. Os montes Cárpatos foram um "círculo", rodeando a região montanhosa interior, a Transilvânia. A Roménia tem 2.300 lagos ocupando 2.650 km2. Entre destacam-se o Razelm (415 km²), Sinoe (171 km²), Brates (21 km²), Tasaul (20 km²), Techirghiol (12 km²) e o  Snagov (5 km²).

Fronteiras: A Roménia tem fronteiras com a Moldávia, Ucrânia, Hungria, Servia, Bulgária e Mar Negro (234 km)

Principais cidades: Bucareste, Claudiópolis, Jassi, Ploesti, Timisoara, Arad, Bacau, Braile, Brasov (Kronstadt), Constança, Criova, Oradea Mare, Sibiu ( Hermannstadt).

Clima: Continental: As temperaturas médias em Bucareste variam entre -2 ºC no Inverno e 21º C no Verão.

 

 
 

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História

A geografia foi determinante para a formação da Roménia. Primeiro porque grandes montanhas protegem vastas planícies com terrenos muito férteis, estimulando a fixação de diferentes povos. Depois porque fica situada num corredor de passagem entre o Oriente e o Ocidente convertendo-a numa zona estratégica na Europa. Entre os primeiros povos que se fixaram na região destacam-se os Getos (2º. Milénio a.C), seguindo-se os Cimérios (séc.XIII-VIII a.C.), as tribos Hallstatto-Ilirica e Italo-Vilanoviana vindas do ocidente (início do 1º. milénio), os Citas iranianos (séc.VIII-IV a.C), Sármatas (séc. IVa.C.-III d.C), os celtas (séc. IV), etc..

Roménia. O Pensador de Hamangia. Período mesolitico (cerca de 4200-3500 a.C).

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Os gregos estabeleceram-se no litoral no séc.VII a.C (Ólbia), junto ao Rio Danúbio e Mar Negro.

Por volta do século III a.C. os povos da região, denominados pelos romanos de Dácios possuem já um sólido reino. Roma desde o século I a.C que tenta conquistar a região. A proeza foi realizada por Trajano entre 101-106 d.C.,  transformando-a numa província Romana (Dácia). A língua latina e os seus costumes são rapidamente assimilados. 

Durante o séc.III, a Dácia começa a sofrer invasões dos godos. O impeardor Aureliano vendo-se impotente para os suster acaba por abandonar a província aos godos (271-275).Estes acabam por ser dominados totalmente em 375, pelos pelos terríveis Hunos. Após a morte de Átila (375), o hunos desintegram-se.  A região passa então para o domínio dos Gépidas, que não tardam a ser submetidos pelos Longobardos e Avaros, que acabam nas mãos dos Eslavos (séc.VI). A sucessão de povos invasores não pára. Chegam entretanto os sérvios,  depois os bulgaros e os hungaros (séc.IX), sempre com o mesmo objectivo: o domínio da região.

Cristianismo

Durante o domínio dos godos (272-375), difunde-se o cristianismo, contribuindo para reforçar a unidade cultural à populações locais. Estas não tardam a ligar-se ao ao Império Bizantino que entretanto adopta o cristianismo como religião oficial. Apesar de todas as invasões os dácios resistem com os seus costumes, religião cristã e a sua língua latina. 

Principados

As primeiras formações estatais romenas tendo como chefes principes locais (voievozi) datam do séc. IX. Contudo foi só depois da terrível invasão tartara (1240), que se tornou premente a necessidade de uma melhor organização política e defensiva das populações, conduzindo à criação de três grandes principados.

O primeiro foi o da Valáquia ( Munténia), entre a curva do Danúbio e o Mar Negro. Foi fundado pela família Basarab, em 1290, não tardando em expulsar os Hungaros. 

O segundo foi o principado da Moldávia entre os cárpatos e o Dniester, fundado em 1343 pelo principe Bogdan. ( o nome da Moldávia provém do Rio Moldava, afluente do Rio Seret ).  

O terceiro, o da Transilvânia, foi o que mais tarde se afirmou mantendo-se sob o domínio dos Hungaros.

Ameaça Turca 

No século XIV o avanço dos turcos torna-se na principal ameaça na região. A custo os principados resistem, quase sempre com concessões aos turcos para manterem alguma autonomia. Estes em 1394 atacam a Valáquia mas são repelidos. Dois anos chacinam os cristãos romenos na batalha de Nicópolis. 

No século XV, são poucos os estados que conseguem enfrentar com êxito os turcos, a maioria opta por se tornar seus vassalos. 

O principado da Valáquia foi durante algum tempo uma excepção. O príncipe Vlad (Drácula), conhecido pelo "empalador", devido ao modo como matava os seus inimigos, inflige-lhes pesadas derrotas (1462). A sua vida e acção inspirou no século XIX a famosa personagem do Conde Drácula da Transilvânia.

O principado da Moldávia, com a subida ao trono de Estevão o Grande (1457-1504), torna-se unm verdadeiro bastião do cristianismo no leste da Europa. Estevão reclama para a Moldávia a herança do Império Bizantino que havia sido destruído pelos turcos em 1453. A sua morte marca o inicio do domínio dos turcos das regiões históricas da Roménia, apesar dos contínuos focos de resistência.

No final do século XVI, quando Miguel o Bravo sobe aos trono da Valáquia, assume como objectivo ao unificação dos três principados (Valáquia, Moldávia e Transilvânia), tendo em vista formar um estado único e independente. Durante algum tempo conseguiu a unidades dos três principados, mas após a sua morte (1601) o reino foi desintegrado.  

 

Nos séculos XVII e XVIII, os principados são disputados pelas principais potências com interesses na região. Os turcos são agora os grandes perdedores.

- Os austríacos conquistam aos turcos a Transilvânia em 1686. Em 1775 compram-lhes uma parte da Moldávia chamada Bucovina ( de Bucov, em ucraniano "grande floresta").

- Os russos em 1792 conquistam-lhes metade da Moldávia, a que chamam Bessarábia (1821). Tudo sob o pretexto de proteger os cristãos locais. 

Independência.

Ao longo do século XIX eclode um forte movimento nacionalista. Nos principados da Moldávia e da Valáquia, os romenos conseguem que os turcos lhes permitam  eleger os governantes (1821). Foi uma conquista decisiva para a unificação dos principados. A 24 de Janeiro de 1859 valacos e moldavos elegem um mesmo príncipe, Alexandre Jean Cuza, por um período de 7 anos. Desta união surge em 1861 a Roménia, de que Bucareste se torna capital. 

Cuza abdica em 1866, sucedendo-lhe Carlos de Hohenzollern-Sigmaring. Em 1877 rebenta a guerra entre a Rússia e a Turquia, e os romenos aproveitam para proclamar a independência da Roménia, ajudando entretanto os russos a derrotar os turcos em Plevna.A independência é rectificada nos tratados de San Stefano e de Berlim (1877-1878), nos quais a Bessarábia é cedida à Rússia. A  Transilvânia, sob o domínio do Império Austro-Hungaro continua a ficar de fora do novo Estado. A Roménia recebe, porém, a Dobroja.

Carol ou Carlos de Hohenzollern. Principe regente (1866-1881) e depois rei (1881-1914).Ilustração datada de 1866.

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A monarquia foi proclamada em 1881, sendo Carlos I (1881-1914) foi o primeiro rei, sucedendo-lhe o seu sobrinho Fernando I (1914-1927).  

Unificação

A afirmação do nacionalismo do nacionalismo romeno, acaba por criar garndes tensões com a comunidade judaica, sendo milhares de judeus expulsos. Durante a guerra dos balcâs (1912), a Roménia anexa a Silistrina (junto a Dobrudja) entõa na posse da Bulgária (1913).

A Roménia entra na 1ª.Guerra Mundial (1914-1918), ao lado dos aliados (1916). É neste contexto que a população da Bessarábia proclama uma república independente (1918) e de imediato decide a sua união com a Roménia. A derrota do Império Austro-Hungaro permite à Roménia anexar os territórios da Bucovina, Transilvânia e uma parte do Banat, posição assumida pelas respectivas populações (1918).  A Roménia estava finalmente unificada, mas não por muito tempo.                                                                                                                                      

Crise

Em 1930 ascende ao trono Carlos II (1930-1940). O contexto internacional é de depressão e guerra. Em 1940 a Rússia exige que lhe sejam devolvidos os territórios anteriores a 1918. A Roménia acaba por aceitar a arbitragem de Viena (1940), na qual perde a Bessarábia para a Rússia, a Transilvânia setentrional para a Hungria, a Dobruja meridional para a Bulgária. Carlos II abdica a favor do seu filho Miguel, mas na prática entrega o poder ao marechal pró-nazi (Antonescu) . As exigências da Rússia empurram a Roménia para os lado dos alemães (1941).

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Período Comunista

A Rússia ocupa a Roménia. Em 1944 Antonescu é derrubado, e o país acaba por se juntar aos aliados. No ano seguinte, a  União Soviética (1917-1991) impõe-lhe um governo dirigido pelo pró-comunista Groza. Em 1947 o regime monárquico foi substituído por um regime comunista controlado por Moscovo. Ghorghe Gheorghiu-Dej sucede a Groza em 1948. A terra foi colectivizada e toda a economia ficou debaixo do controle soviético. Em 1949 adere ao Comecon (Conselho de Ajuda Mútua Económica)  e em 1955 ao célebre Pacto de Varsóvia. 

Bucareste. Casa da Scinteia. Construída em 1950-1951. A estátua é de Lenine é foi erigida em 1960

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A partir de 1965 passou a ser governada por Nicolae Ceausescu, que adopta uma política de progressivo afastamento de Moscovo. Em 1967, por exemplo,  nega-se a condenar Israel pela Guerra dos Seis Dias, opõe-se depois à invasão da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia (1968). Mantém-se neutral no conflito ideológico entre Moscovo e Pequim. Em 1969 recebe a vista do presidente Nixon, a primeira de um presidente dos EUA a um país da Europa oriental. Ceausescu em 1971 visita os EUA.

Democracia

Na sequência da queda do Muro de Berlim, Ceausescu é derrubado e morto a 25 de Dezembro de 1989. Foi então formada uma Frente de Salvação Nacional (FSN) liderada por Ion Iliescu que foi eleito presidente. provou uma nova Constituição em 1991 e legalizou a Igreja Ortodoxa do Oriente. Apesar de uma enorme contestação que é alvo Ion Iliescu foi reeleito em 1992.  A Roménia caminhou no sentido de uma economia de mercado, atravessando um longo e penoso processo de democratização e desenvolvimento económico.

Em junho de 1993, o governo romeno entregou um pedido de adesão à União Europeia (UE)

Em 1994 foi palco de um enorme movimento grevista de protesto contra as precárias condições de vida de uma boa parte da população, o que se reflecte no aumento da emigração. 

No final de 1996, a Roménia assinou com a Hungria um tratado de reconciliação e amizade, procurando por fim às históricas tensões existentes entre os dois países, actualmente avivadas pelo desejo de autonomia da minoria hungara que vive na Transilvânia.

Em 1 de Janeiro de 2007, a União Europeia (UE) passou a contar com dois novos Estados‑Membros, a Bulgária e a Roménia.

Carlos Fontes..

  Continuação  
 

Jornais da Roménia

 

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Sites sobre a Roménia: www.romenia.org.br

Imigrantes do Leste em Portugal.

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Outros países do Leste da Europa

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