Ucrânia

Portugal como destino

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Ucrânia

Ninguém sabe ao certo o número total de ucranianos que actualmente vivem em Portugal. Para o comum dos portugueses, a Ucrânia era ainda até há bem pouco tempo, um país longínquo que integrava a antiga União Soviética. Hoje fruto da enorme imigração a vida na Ucrânia passou a ser objecto de contínuas reportagens nos orgaos de comunicação social portugueses.  

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Dados Básicos

 

Capital: Kiev- 2.645.000 habitantes (1994).

 

Outras cidades: Kharkiv, Dniepropetrovsk , Donetsk,  Odessa, Lviv.

 

População: 52,2 milhões

Composição étnica: Ucranianos- 73%; russos- 22%; outras (incluindo os tártaros)- 5%.  

 

Superfície: 603.700 quilómetros quadrados 

 

Fronteiras políticas: Moldávia, Roménia, Hungria, Eslováquia, Polónia, Bielo-russia e Rússia.  

Mares: A região sul é banhada pelo Mar Negro e o Mar de Azove 

 

Divisão administrativa: 25 regiões. A República da Crimeia possui um estatuto especial com uma grande autonomia interna.

 

Língua Oficial: Ucraniano 

Outros Idiomas: russo e tártaro.

 

Religião: a maioria segue a religião cristã ortodoxa, 10 milhões são grego - católicos, uma minoria é protestante, católica e judia.  

Relevo: O país é plano, com algumas mesetas e planaltos. O sudoeste tem os Montes Carpádos (máx. 2061 m) e no sul as montanhas da Crimeia (máx. 1545 m). 

Clima: o clima é moderado e continental.

Solo: Terras negras, estepes e semi-estepes no sul, bosques mistos a norte (14% da  superfície).

Recursos naturais: Petróleo, gás natural, minérios, etc

Festa nacional: 24 de agosto, Dia da Independência.

 

 
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História

A Ucrânia era uma das 15 repúblicas que integravam a antiga União Soviética (1922-1991), tornando-se independente após a sua dissolução. 

Primeiro Reino Eslavo

A região era habitada desde o neolítico por povos eslavos. Entre eles destacam-se os ucranianos (rutenos), um povo com civilização e língua própria. No século VI d.C. assistiu-se à formação de alianças entre os grandes senhores da região. No fim do século IX, durante o reinado do príncipe Oleg (879-912), os principados de Kiev e Novgorod uniram-se, formando-se um poderoso reino eslavo, com sede em Kiev, o mais antigo de toda a Rússia.

O cristianismo foi introduzido por Vladimir Baroslof  (980-1015), príncipe de Keiv, tendo-o declarado religião oficial em 988. Este reino atingiu um enorme esplendor entre os séculos X e XII, Ainda hoje existem diversas igrejas e mosteiros datadas deste período:

Igreja de Santa Sófia

- Igreja de Santa Sófia  de Kiev. Iniciada em 1017 e terminada em 1037. A sua aparência exterior data dos séculos XVII e XVIII (estilo barroco) .

- Catedral de Tchernigov, iniciada em 1035-1036 ( Kiev )

- Catedral de S. Miguel (1017-1113) ( Kiev ). Foi destruída em 1934 e reconstruída em 1999.

- Mosteiro Laure de Pechersk ( mosteiro das grutas) (séc.XI ). (Kiev )

-Igreja de São Cirílio (séc.XII) (Kiev )
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- Catedral de São  Nicolau, O Taumaturgo (1113), em Novgorod

- Igreja de São Jorge (1119), em Novgorod. 

Desagregação

Os Mongóis conquistam-no no século XIII, sendo depois dominada pelos lituanos entre o século XIV e  1569, quando passou para o domínio dos polacos, mas também dos russos. 

Em 1654, o "hetman" da Ucrânia, Bogdan Khmelnitski, fez um acordo (Rada) com o czar russo, que levou à adesão de parte significativa do território actual da Ucrânia à Russia. No reinado de Catarina II, na segunda metade do século XVIII, Moscovo conquistou o Sul da Ucrânia ao Império Otomano. Entre os militares ao serviço da Rússia que conquistaram praças como Ismail e Otchakov, estavam oficiais portugueses, nomeadamente Gomes Freire de Andrade.

Enquanto as partes central e oriental da Ucrânia iam sendo integradas no Império Russo, recebendo o nome de Pequena Rússia, a parte ocidental era dividida entre países vizinhos a Ocidente como a Hungria, a Polónia e a Áustria.

Nacionalismo

No século XIX , na cidade de Lviv (Lemberg) desenvolve-se uma forte movimento  cultural em torno da causa da independência da Ucrânia.

Curta independência

No final da 1º. Guerra Mundial, em 1917, deflagra a guerra entre ucranianos e nacionalistas. Logo após a queda dos império russo e austriaco, a Ucrânia torna-se num Estado independente, uma república popular, dirigida pelo nacionalista Vladimir Gruchevski, tendo durado apenas alguns meses. 

Em 1919 foi invadido a leste pela Rússia, e em 1920 a oeste pela Polónia, que controla uma parte do seu território até 1939. 

Domínio Soviético

A partir de 1922 a Ucrânia torna-se numa das 15 Repúblicas da antiga União Soviética (1917-1991). 

Entre 1932 e 1933 a maioria dos camponeses são expropiados devido á colectivização forçada das suas terras decretada por Estaline, sendo mortos cerca de 7 milhões de ucranianos. 

Em 1939, os territórios anexados pela Polónia voltam de novo a ser integrados na Ucrânia. 

Durante a II guerra mundial, os alemães ocupam a Ucrânia entre 19 de Setembro de 1941 e 6 de Novembro de 1943, morrendo cerca de 7,5 milhões de ucranianos (25% da população). 

Em 1956, o então dirigente comunista soviético Nikita Khrutchov, um ucraniano, decidiu tirar a Península da Crimeia à Rússia e oferecê-la ao seu país de origem, estabelecendo desta forma as suas fronteiras actuais. As regiões orientais e centrais do país, transformaram-se em grandes centros mineiros e industriais (dois terços da indústria ucraniana estão aí concentrados ainda hoje), enquanto a parte ocidental permaneceu mais rural e pouco desenvolvida. A primeira está muito marcada pela influência russa, a segunda pela influência ocidental.

Ao longo das décadas seguintes aumentou os sinais de descontentamento da população face ao domínio da União Soviética.

Independência e Democracia

Depois da tentativa de golpe de 19 de Agosto de 1991 contra o presidente de la URSS, Mijail Gorbachov, a Ucrânia proclamou a sua independência 24, decisão que foi rectificada por referendo a 1 de Dezembro de 1991, por 93% dos ucranianos.  Ainda em Dezembro de 1991 adere à Comunidade de Estados Independentes (CEI). Leonid Kravchuk foi o primeiro presidente do novo país, sucedendo-lhe em 1994 Leonid Kuchma. A 9 de Novembro de 1995 adere ao Conselho da Europa. 

Após a independência e desintegração da URSS, as indústrias mineira, pesada e militar ucranianas entraram em crise. O desemprego atingiu níveis muitos elevados. Nas regiões ocidentais, a crise foi mais profunda e longa, obrigando milhões de ucranianos a emigrar para a Europa e Estados Unidos.

No meio de grandes conflitos sociais, a 28 de Junho de 1996, o parlamento aprovou a nova Constituição, instituindo um poder presidencial muito forte. O poder executivo é exercido pelo presidente, o primeiro-ministro e os respectivos ministros. O poder legislativo pertence à Rada (Parlamento) com 450 deputados, eleitos por quatro anos (metade por listas de partidos e metade por circunscrições maioritárias). Nas eleições eleições  parlamentárias de 2006,  os deputados serão eleitos pela primeira vez exclusivamente por listas de partidos. 

Leonid Kuchma (pró-russo), em 1999, voltou a ser reeleito presidente. Nas eleições presidências de Novembro de 2004, como era de esperar, voltaram a enfrentar-se as duas grandes tendências sociais da sociedade ucraniana, a pró-russa e a pró-ocidental. Em Novembro de 2013, o Governo recusou-se a afirmar um Acordo de Associação com a União Europeia (UE), o que provocou uma enorme contestação.

Em Fevereiro de 2014 o Parlamento destituiu o presidente, mudou a Constituição e convocou eleições antecipadas, a partir daqui consumou-se a divisão do país. Uma parte é apoiada pela UE e os EUA, e a outra pela Rússia, que ocupou a Crimeia e depois o leste Ucrânia, instalando-se a guerra civil no país.

Carlos Fontes

 

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Ucrânia. Região de Kharkov. Moinho de madeira 

Cultura

Escritores:

Antón Chéjou (Ucrânia, 1860-Alemanha,1904)

Clarice Lispector (1920-1977). Nascida na Ucrânia, imigrou para o Brasil, onde se tornou numa grande escritora da língua portuguesa.

Ana Akhmatova (1889-1966)

Taras Shevchenko

Ivan Franko

Lesia Ukrayinka.

Pedagogos:

Makarenko 

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Problemas Económicos e Sociais

Chernobil. Neste central nuclear, situada a norte de Kiev, em 1986, aconteceu o pior desastre nuclear de sempre. Para além das pessoas que morreram na altura vítimas da explosão de um dos reactores, estima-se que mais de 40 mil pessoas na Europa tenham sido afectadas pelas radiações então libertadas.  Cerca de 4 milhões de ucranianos continuam a viver em regiões de alto risco. 12% dos solos estão contaminados. Os efeitos deste desastre ir-se-ão prolongar durante dezenas anos.

Droga. A Ucrânia, devido á sua posição geográfica e vulnerabilidade das suas fronteiras, tornou-se nos anos noventa do século XX no principal mercado abastecedor de droga da Europa central e oriental.  

Tensões étnicas. Desde 1996, a sul da região da Crimeia, tem sido palco de conflitos entre as étnias ucranianas, russas e tártaras de língua turkic. Esta região é dominada pela étnia russa, contrária à independência.

Contrabando de armas. A Ucrânia era uma das principais regiões da União Soviética onde estavam instaladas bases de armamento nuclear. Teme-se que parte deste material possa ter sido vendido por mafias locais a outros países. 

Instabilidade Política. As tensões entre a Rússia e a Ucrânia  tem sido uma constante desde a Independência. A armada do Mar Morto reclamada pela Rússia, é alvo de uma constantes conflitos diplomáticos. A tudo isto junta-se uma gravíssima situação económica que dá pouco sinais de melhoria. 

 

 

Mapa da Ucrânia

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Emigração Ucraniana no Mundo.

 

 

Jornais Ucranianos

 

 

 

Sites Oficiais Ucranianos

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Imigrantes do Leste em Portugal

 

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Países do Leste da Europa

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