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2002 -2006: A
Génese de uma Manifestação Patológica
A mais recente
campanha iberista, remonta a 2002, uma altura que o desenvolvimento económico
de Portugal começa a divergir da média da União Europeia. Num clima de enorme
depressão Portugal conhece entre 2002 e 2006 quatro governos! Um deles, o de
Santana Lopes, uma verdadeira aberração indigna da História de Portugal.
Altos dirigentes do
Estado português embora reconheçam que inúmeros erros foram cometidos para se
ter chegado a semelhante situação, a verdade é que se mostram totalmente
incapaz de proporem medidas para corrigir a trajectória seguida, e sobretudo
não revelam nem firmeza, nem energia para fazerem o que quer que seja.
Instala-se um clima mental depressivo, amplificado por outros casos de grande
impacto público, como a constatação que a Casa Pia, uma instituição
pública centenária se havia transformado num supermercado para
pedófilos.
A solução iberista
volta de novo a ressurgir: a auto-destruição de Portugal. É solução
proferida por políticos que revelam pouca energia, nem competência para
enfrentarem os desafios com o país se depara.
O país assiste a um
período de venda a empresários espanhóis de largos sectores da economia
portuguesa, passando-se a ideia que aqueles que ainda o não haviam feito
esperavam apenas uma melhor oferta para o fazer.
1. Na
Presidência da República, Jorge Sampaio, mostra que não está à
altura das necessidades políticas do país, e começa a fazer o discurso da
depressão e do fatalismo. De forma mais ou menos directa, passa a veicular a
ideia que a "salvação" do país passa pela Espanha. Os horizontes da
economia e da política portuguesa são desta forma confinados a uma dimensão
regional, ibérica. A ideia que passa para a opinião pública é que Jorge
Sampaio passa a maior parte do seu tempo em Espanha cultivando relações com
espanhóis, ignorando o Mundo.
Neste ambiente
iberista, a RTP - Rádio Televisão Portuguesa - transformou-se num
orgão servil promovendo debates e entrevistas onde são difundidas teses
iberistas. Na memória de todos os portugueses ficou o debate entre Jorge
Sampaio e Felipe González, no dia , a 25 de Novembro de 2006, onde a linguagem
adoptada era iberista: relações ibéricas em vez de relações
luso-espanholas, futuro da Hespanha em vez de futuro de Portugal e Espanha,
etc.
Em 2006 quando
abandona a presidência, a população portuguesa que em 2001 o reelegera,
sentiu um enorme alívio.
2.
É neste
contexto depressivo que outro ex-presidente - Mário Soares - transforma
a sua Fundação, a partir de 2003, num palco privilegiado para difusão das ideias de
iberistas espanhóis, que depois eram amplamente divulgadas na
imprensa portuguesa, contribuindo desta forma para reforçar o clima depressivo vivido na
sociedade portuguesa.
Através artigos de
opinião, políticos próximos de Mário Soares divulgam "novas" teses
iberistas.
Em 2006 quando se
candidata à Presidência da República, como candidato do Partido Socialista,
recolhe apenas 800 mil votos. Uma humilhação para quem tinha atrás de si
dinheiro e uma poderosa máquina de propaganda partidária. O povo português
manifestava desta forma o caminho que não queria seguir.
Continua !
Carlos Fontes |