Director: Carlos Fontes

 

 

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Nos dois últimos séculos sempre existiu alianças políticas envolvendo portugueses e espanhóis à semelhança do que ocorreu com os políticos de outros países. A verdade é que por vezes, estas alianças assumiram uma dimensão iberista. 

1. Monárquicos. Na primeira metade do século XIX, os monárquicos absolutistas nos dois países uniram-se contra os liberais. As ingerências políticas foram mútuas. Em meados do século, D. Pedro V (1853-1861) aparece envolvido numa tentativa de União Ibérica. Em 1855 é-lhe formalmente oferecido o trono de Espanha, mas este recusa de imediato. Na sequência destas acções, aparecem alguns monárquicos iberistas. Em Espanha a propaganda iberistas prossegue ao longo de todo o século XIX. Depois da implantação de República (1910), os monárquicos portugueses recebem da Espanha um enorme apoio político e militar, vindo alguns deles a aderirem às teses iberistas. Este facto acaba por afastar os portugueses das ideias monárquicas.

Contra as tentações iberistas de alguns monárquicos, republicanos e empresários (negreiros), insurgiu-se em 2006, o actual pretendente ao trono de Portugal - D. Duarte Pio de Bragança.  

2. Maçonaria. A maçonaria em Portugal (Grande Oriente Lusitano - GOL), no século XIX, esteve particularmente ligada à maçonaria de Espanha. Muitas lojas deste país estiveram sob a obediência do GOL. No seio desta organização secreta, onde floresciam as ideias republicanas, também se difundiam as teses iberistas. Na sequência do célebre ultimatum inglês (1890), Magalhães Lima (grão-mestre entre 1908-1928), publica o livro  "A Federação Ibérica"(1896), onde advoga um iberismo mitigado (cultural). Estas tendências iberistas de uma corrente na Maçonaria em Portugal tem alimentado uma profunda desconfiança da população perante esta organização secreta. Neste sentido foi com algum alívio que em 1933 assistiu à sua proibição pela ditadura.

Após o 25 de Abril de 1974, formou-se entre os mações um grupo de iberistas, entre os quais se destacou o historiador Oliveira Marques. Nas duas últimas décadas entre os membros desta organização secreta, tem surgido elementos ligados ao Partido Socialistas que pontualmente manifestam tentações iberistas, que muito tem contribuído para criarem um clima depressivo na sociedade portuguesa.

3. Anarquistas. O movimento anarquista em Portugal ao longo do século XIX a sua ligação mais mais forte era a francesa e italiana. Numa época que em Portugal e em Espanha se assistia ao crescimento de movimentos ditatoriais, em 1926, foi constituída em Marselha, a Federação Anarquista Ibérica (FAI). Esta organização de características iberistas, nunca teve qualquer expressão em Portugal, onde era suposto ter sido criada uma secção. Para os cerca de 10 portugueses envolvidos nesta organização, a FAI era apenas uma frente comum contra o totalitarismo em ascensão na Europa. 

Depois do 25 de Abril de 1974 o projecto voltou a ser relançado, mas estas tentações iberistas nunca geraram qualquer adesão no movimento anarquista em Portugal. 

Os anarquistas sempre souberam  distinguir claramente, que uma coisa é o combate contra o nacionalismo, outra a promoção da auto-aniquilação de um Estado para o integrar noutro Estado pretensamente superior. É por esta razão que as teses iberistas, desde o século XIX, nunca tiveram qualquer adesão entre os anarquistas em Portugal.

É de registar que Pierre Joseph Proudhon (1809-1865), que tanta influência teve na cultura portuguesa, se opôs ao movimento de criação de enormes Estados, vendo nesse processo a génese de futuros regimes totalitários. 

4. Opus Dei. Estamos perante uma organização secreta, ligada à facção mais reaccionária da Igreja Católica (consultar). Estabeleceu-se em Portugal, em 1946, não tendo parado de crescer junto dos católicos pertencentes a círculos de extrema-direita e de tendências iberistas.  Após o 25 de Abril de 1974, a Opus Dei adquiriu um enorme peso na Universidade Católica Portuguesa, sobretudo na sua área de gestão. A influência iberista parece estar a ser feita através das ligações à Universidade de Navarra (Espanha).

5. Universidades. Os professores ligados aos sectores mais reaccionários da Universidade de Coimbra, Universidade de Évora e Universidade Nova de Lisboa tem procurado promover estudos sobre o iberismo, num programa ideológico que oscila entre Oliveira Martins e Francisco da Cunha Leão.

Na Guarda, com o apoio da Universidade de Coimbra e da Universidade de Salamanca foi criado, em 2001, um Centro de Estudos Ibéricos (consultar),  onde abertamente são difundidas e retomadas antigas teses iberistas, muito em voga no século XIX. O resultado deste centro, inaugurado por Jorge Sampaio, tem sido o de contribuir para uma maior depressão e fechamento mental, económico e social desta região do país.  Não deixa de ser curioso que sejam originários desta região, os discursos iberistas mais ofensivos, que  ultimamente tem sido proferidos sobre Portugal (consultar). Influência do CEI ?

No auge da campanha iberista, A Cabra, o jornal dos estudantes da Universidade de Coimbra (a mais decadente de Portugal), a 24 de Outubro de 2006, amplificavam de forma entusiasta as notícias sobre o "sentimento" iberista que estava a conduzir o país para a sua auto-dissolução. Estamos perante mais uma manifestação de ignorância ou de simples estupidez ?. 

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Uma pergunta: 

- Com que direito se está a usar o dinheiro dos contribuintes portugueses para financiar uma universidade cujos alunos participam activamente em campanhas contra a dignidade do seu próprio país ?. 

Duas constatações:

- A Universidade que em Portugal lidera a luta contra as propinas é justamente aquela que faz eco das teses iberistas.  

- Os iberistas em todo o lado, não se envolvem em campanhas para melhorar o país, a única coisa em que se empenham é em denegrirem a imagem do Portugal e em proporem o seu fim. Actuam como parasitas sociais, sempre dispostos a venderem-se ao primeiro que lhes prometa um qualquer benefício sem trabalho.   

Carlos Fontes

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Iberismo e Iberistas: 

1. Novos Discursos   2.Desestabilização da Sociedade Portuguesa  3. Decadência   4. Imprensa  5. Ingerências Externas. 6. Morte de Iberistas  7. Traição à Pátria  8. Alianças Políticas.  9. Imagem de Portugal. 10.  Oliveira Martins - Ideólogo do Iberismo  11. Olivença  12. Bibliografia

Para saber mais:

Tradição Totalitária e Xenófoba Espanhola

Misérias da Emigração Portuguesa em Espanha

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