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Novos Discursos Negreiros e Iberistas

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Defendo unificação.

 Em Fevereiro de 2004, o semanário português Expresso promoveu uma discussão pública sobre a questão ibérica, colocando o problema nos seguintes termos: Portugal tem ou não futuro como um país soberano? Ou está condenado a transformar-se numa província espanhola ?.

O motivo directo desta questão foi venda por empresários portugueses de grandes empresas e bancos a empresários espanhóis. Alguns dois deles  vieram público afirmar que o país não tinha futuro, só restando vendê-lo ao melhor preço e foi isso que fizeram na parte que lhes tocava.

É neste contexto que alguns iberistas portugueses ( e espanhóis) aparecem a divulgar as suas teses. Uma delas foi logo destacada na edição do dia 14 de Fevereiro do Expresso, em duas versões. Uma resumida, a que impressa, a outra mais completa só apareceu na versão on-line do jornal, a que publicamos. 

Trata-se de uma peça notável de um discurso tipicamente iberista, após o 25 de Abril de 1974. 

  

"Defendo a Unificação"

"Em resposta ao desafio proposto pelo Expresso, jornal que sempre li e leio, devo começar por vos dizer que sou uma pessoa com 60 anos de idade e que já trabalhei fora e dentro do país desde os meus 20 anos. Devo dizer que sempre admirei o povo e dirigentes Espanhóis. Sei do que falo, porque desde há 20 anos que moro mesmo ao "lado" de Espanha, onde ia e ainda vou as minhas compras fazer; pois embora eles sempre tenham tido e continuam a ter ordenados superiores aos nossos, os preços dos produtos sempre foram mais baratos, apesar da guerra Espanhola, que Portugal não passou.

É preciso não esquecer que os Espanhóis ganham muito mais que nós, mas tem os produtos mais baratos, para não falar de melhores vias de comunicação (estradas, auto-estradas, etc..)

Os políticos e gestores Portugueses ganham muito mais que os gestores estrangeiros (basta comparar os ordenados do primeiro ministro português e o primeiro ministro espanhol), no entanto a grande maioria do povo Português está na miséria e os os reformados nem vale a pena falar; somos considerados o Brasil Europeu.

A minha filosofia de vida é que cada um poderia e deveria estar onde conseguisse um bom nível e qualidade de vida, através do seu trabalho. Eu infelizmente nasci em Portugal e por motivos vários não pude ir para Espanha, mas hoje sinto-me terrivelmente arrependida e frustada, tanto por mim, como pela minha família.

Deve ser feita a unificação e na minha opinião, Portugal não tem mais razão de existir. Existiria apenas a Península Ibérica, una e indivísivel. Sou da opinião que mais tarde ou mais cedo isso irá acontecer. Talvez daqui a 100, ou 200 anos?

A nossa desgraça foi em 1640 os Filipes não terem conseguido unificar Portugal e Espanha. Com o que tenho trabalhado, hoje em dia teria a qualidade de vida que mereço. Logo à nascença fica-se estigmatizado, tanto para o bem, como para o mal, de acordo com o local de nascimento e depois o local de vivência e durante toda a vida até à morte."

Maria Célia Dias Costa Reis Jorge Santos. Cidade da Guarda (Expresso on-line, 22:29  13 Fevereiro 2004 ). 

Breve Análise:

O texto da Maria Santos reflecte num tom perturbado as ideias típicas de um iberista, nomeadamente na reafirmação dos seguintes conceitos:

1. Racismo. O simples facto de alguém nascer em Portugal condena-o desde logo a uma vida miserável e destituída de sentido, daí a sua afirmação: "à nascença fica-se estigmatizado". Os portugueses estão condenados a serem um povo inferior incapaz de melhorarem as suas condições de vida. De nada serve também trabalharem ou lutarem contra as adversidades.  

2.Impotência. Apesar da felicidade morar no outro lado da fronteira, o iberista não tem forças para a transpor e aí se radicar, mudando de nacionalidade. Esta falta de energia, acaba por o condenar a ele e à sua descendência a vegetar e a carpir o seu negro destino.

3.Exclusão. A suprema condenação existencial do iberista está no seu limitado consumo, não tem tudo aquilo que um espanhol possui e ainda por cima a um preço muito mais em conta.   

5.Auto-aniquilação. Estigmatizado, impotente perante o seu próprio destino, o iberista acaba por só ter um desejo: extinguir a fonte de todos os males: a sua nacionalidade. Ele não admite que alguém possa sentir bem identificando-se como  português. O iberista só admite este reconhecimento a dois tipos de portugueses: a) os políticos incompetentes e corruptos, quando se colocam ao serviço dos interesses espanhóis; b) os que como António Champalimau ou Vaz Guedes se manifestam orgulhosos venderem as empresas e os bancos portugueses aos espanhóis, desprezando desta forma o esforço de gerações e gerações de portugueses que os ajudaram a criar o que depois desbarataram. 

Neste contexto, a única coisa que um português pode fazer por estes iberistas é muito pouco, até porque eles próprios se sentem mal na sua pele. Eles carregam a marca da sua origem, a infâmia e o desprezo do país. Vivem o drama de um negro com vergonha de o ser, sentido intimamente que só a morte o libertará do drama da sua existência. O problemas dos iberistas é desta forma de natureza psicanalítica. 

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Políticos e Empresários com Mentalidade de Antigos Negreiros

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Iberismo e Iberistas: 

1. Novos Discursos   2.Desestabilização da Sociedade Portuguesa  3. Decadência  4. Imprensa  5. Morte de Iberistas  6. Traição à Pátria ?  7. Olivença

Para saber mais:

Tradição Totalitária e Xenófoba Espanhola

Misérias da Emigração Portuguesa em Espanha

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