Carlos Fontes

 

 

  

Cristovão Colombo, português ?

 

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44. Lugares de Colombo em Portugal

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Domínios alentejanos dos Duques de Viseu- Beja e dos Duques de Bragança

A região do Alentejo na 2º. metade do século XV está em convulsão. A nobreza local envolve-se em revoltas, conspirações, mas também em acções de enorme patriotismo. Foi neste clima que nasceu e viveu Colombo. Os seus apoios apoios em Espanha estavam todos ligados ao Alentejo e a Lisboa. 

Os segredos da sua missão passam por localidades como Beja, Alcaçovas, Aviz,  Moura, Serpa, Alcacér do Sal, Palmela, Évora, Alvito, Vimieiro, Alandroal, Olivença, Montemor-o-Novo, Odemira e Vila Viçosa e outras terras alentejanas. As distâncias entre estas povoações são pequenas, mas os segredos que escondem enormes.

No século XVI, mais uma vez é a nobreza que reside no Alentejo tem um papel decisivo em ocultar as provas do que aqui terá acontecido e que provocou a fuga de muitos portugueses, entre 1483 e 1484, como aconteceu com Colombo. 

1. Beja (Alentejo)

É cada vez mais evidente que para conhecer a origem de Colombo, assim como dos nomes que deu às terras que descobriu, é necessário ir ao antigo Ducado de Beja-Viseu. 

a) Paço dos Duques de Beja-Viseu

O infante D. Fernando (1433-70), duque de Beja, condestável do reino, mestre da Ordem de Cristo e de Santiago, senhor de Serpa e Moura e de muitos outros lugares e a sua esposa a infanta Dona Beatriz, tinham a sua residência oficial nestes paços, conhecidos por Paços dos Infantes, embora se demorassem mais tempo em Lisboa, Viseu e Setúbal. O infante andou também em permanentes guerras em África.

Depois da morte de D. Fernando, em Setúbal (18/9/1470), D. Beatriz passou a fazer o seu Paço estadias mais demoradas, contribuindo desta forma para o crescimento de Beja, elevada em 1521 à categoria de cidade..

O paço situava-se junto ao Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, com o qual comunicava. Foi destruído em 1895.

O principe D. João (futuro rei) e Dona Leonor, quando em 1472, ficaram finalmente casados, foi-lhes dada casa em Beja, onde passaram a residir durante algum tempo (Garcia de Resende, Crónica D. João II). 

b ) Viagem de Bartolomeu Dias

Em 1488 Colombo solicitou a D. João II autorização para, em segurança, se deslocar a Portugal. Em Dezembro de 1488, na cidade de Beja, assistiu na presença de D. João II e de D. Manuel (Duque de Beja) à exposição de Bartolomeu Dias dos cálculos que fez durante a sua viagem ao cabo da Boa Esperança.

O pedido de autorização dirigido directamente ao rei, parece indiciar algum contencioso com os Duques de Beja, envolvidos na conspiração de 1484, e a cuja casa pertencia a família da sua esposa Filipa Moniz Perestrelo.

c ) Real Convento de Nossa Senhora da Conceição.

O Convento começou a ser construído, em 1459, por D. Fernando e D. Beatriz, onde se fizeram sepultar com 5 dos 8 seus filhos. O mosteiro destinou-se às freiras franciscanas de Santa Clara.  

À 2ª. ilha que descobriu deu-lhe o nome de Santa Maria da Conceição

Colombo ergueu também, em São Domingo, uma igreja chamada de  Nossa Senhora da Conceição onde pretendia que fosse sepultado.

d ) Igreja de S. Salvador.

A Igreja data do século XIII. O orago era muito popular em Portugal, nomeadamente nas Beiras e Lisboa. Junto à mesma nasceu S. Sisenando, patrono de Beja, cuja relíquias se encontram em Córdova, onde foi martirizado. Colombo, recorde-se, viveu na cidade de Córdova entre 1486-1487.

À 1ª. ilha a que deu um nome chamou-a de S. Salvador. Para os que sustentam a hipótese de Salvador Fernandes Zarco teria sido baptizado nesta Igreja.

 

1.1. Moura

O Tratado de Alcaçovas, em 1479, determinou que D. Afonso, filho de D. João II se casasse com D. Isabel filha dos reis católicos, e que Dona Joana, a célebre "Excelentissima Senhora" em Portugal ou "Beltraneja" em Espanha, se casasse com o príncipe D. João, filho também dos reis católicos. Todos ficariam reféns em Moura, sob a guarda de Dona Beatriz, duquesa de Beja-Viseu, sogra de D.João II.

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Dona Joana recusou-se a casar com o principe castelhano e entrou para o Convento de Santa Clara, em Santarém, onde professou em 1480. Os filhos de Colombo foram pagens deste principe (Don Juan)

 

Dom Afonso e Dona Isabel acabaram por ser os únicos a ficarem reféns em Moura. Em Castela, alternadamente, ficaram refens - D.Manuel (futuro rei) e D. Diogo (futuro conspirador). 

 

Em 1482 D. João II tem conhecimento que se estava a preparar uma conspiração destinada a matar o seu filho e colocar no trono os Duque de Bragança.

 

D. João II apressou-se a acabar com a clásula do Tratado de Alcáçovas que implicava ter reféns em Moura (Janeiro de 1483). O principe D. Afonso foi salvo de uma morte certa, mas a conspiração contra o rei prosseguiu, conduzida em 1484, por João de Bragança, 7º. Condestável do reino, marquês de Montemor-o-Novo e sobrinho de Colombo. 

 

No ano seguinte, ocorreu uma nova conspiração, chefiada por D. Diogo, Duque de Viseu-Beja, a cuja casa pertencia Filipa Moniz Perestrelo. 

 

Colombo, segundo o seu filho Hernando Colón, "fugiu" (sic) para Castela, em fins de 1484 , indo ao encontro de outros portugueses exilados na Andaluzia.

2. Cuba

A 3ª. ilha que deu nome -Fernandina - evocou o nome do seu alegado pai e do rei de Espanha. A  4ª. o nome da sua suposta mãe e da rainha de Espanha, chamando-lhe  - Isabela

A 5ª. Ilha deu-lhe o nome de Cuba, o concelho onde nasceu no Alentejo. Os nativos desta Ilha disseram-lhe que se chamava "Colba", mas Colombo tratou logo de mudar o nome para Cuba (Colombo, Diário ). 

Em Cuba atribuiu outros nomes de origem portuguesa.(2)

Água de Peixes (Alvito)

Alvaro de Bragança, protector de Colombo em Castela/Espanha, desde 1501 começou a várias terras na região de Cuba/Alvito, como Água de Peixes, Albergaria de Fusos, Vila Alva e Vila Ruiva

Antiga propriedade de Vasco Martins de Melo, alcaide de Évora, antepassado da sua esposa Felipa de Melo Vilhena e Menezes. Transformou completamente o antigo paço do século XIV, dando-lhe um aspecto mudejar. 

O Paço de Água de Peixes apresenta nos últimos anos um lastimável estado de abandono, ameaçando ruir a todo o momento.

Vila Ruiva (Cuba)

Esta a localidade, muito perto de Água de Peixe, muitos são os que afirmam que Colombo terá aqui nascido. Trata-se de uma das mais antigas povoações de Portugal. Possui uma magnifica ponte medieval. A Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição com estruturas em estilo gótico e manuelino tem excelentes frescos que datam dos sécs. XIV, XV e XVI. 

Alvito

O filho do barão do Alvito foi um dos principais conspiradores contra D. João II.

3. Odemira / Vila Nova de Milfontes 

Odemira foi reconquistada aos mouros por D. Afonso Henriques (1166).  O seu primeiro foral foi-lhe dado por D. Afonso III . O Rio Mira, importante meio de transporte e via de comunicação para o interior do Alentejo, era até século XVII navegável  a Odemira.

Tornou-se num enclave real, numa região dominada pela Ordem de Santiago de Espada, à qual Colombo, como é sabido estava ligado. Mais

Odemira foi dada também ao almirante Manuel Pessanha (Emanuele Pessagno), para que nela fosse desenvolvida as actividades maritimas, que no tempo significavam o corso.

Depois de 1449 passou a estar ligada aos Condes de Odemira e de Faro, familiares de Colombo, com os quais viveu e conviveu em Sevilha. Mais.

Colombo, no regresso da sua segunda viagem às "Indias" (América), depois de se ter dirigido para os Açores, veio directamente para a costa do Alentejo com duas caravelas (India e Niña), tendo aqui chegado a 8 de Junho de 1496..

Passou dois ou três dias entre Milfontes e Odemira, pois só no dia 11 de Junho de 1496 chegou a Cádiz.

A grande incógnita está em saber o que andou aqui a fazer, com quem se encontrou, que informações transmitiu aos portugueses, etc. Mais

  

Milfontes. Povoação, junto à foz do Rio Mira, pertenceu aos domínios da Ordem de Santiago de Espada ( a Ordem a que pertencia a família de Colombo). 

3.2. Vimieiro (Arraiolos)

Os Condes de Faro fugiram para Castela em 1484, onde tiveram uma ligação muito intima com a família de Colombo. Estes condes, estavam ligados à Casa de Bragança, usavam o mesmo brasão. Os seus principais domínios estavam no Alentejo, em particular na antiga Vila de Vimieiro, perto de Arraiolos. 

 

O filho do 1º. Conde de Faro foi Fadrique (Frederico) de Portugal foi conselheiro de Fernando de Aragão e  um dos principais apoiantes de Carlos V, que em 1525, o nomeou Vice-Rei da Catalunha e seu Capitão General.  D. Frederico de Portugal, nunca se desligou do seu país. Mandou construir, por exemplo, no Convento de São Francisco, em Estremoz, uma magnifica capela renascentista onde estão bem patentes as armas dos Condes de Faro. Em Vimieiro, antigo concelho perto de Arraiolos, subsistem um importante espólio desta familia à espera de ser estudado. 

 

Um seu descendente e herdeiro - D.Francisco de Faro foi o primeiro Conde de Vimieiro (1614), tendo-se casada com Mariana de Sousa Guerra, pertencente a uma família de grandes navegadores, nomeadamente a um célebre pirata português com quem Colombo terá andado no corso.

 

4. Alcáçovas (Viana do Alentejo, Alentejo)

Alcáçovas está sob diversas formas ligada a Cristovão Colombo :

a ) Fernando Henriquez (c.1365-1438), filho bastardo de Enrique II de Castela e de Beatriz Fernandez de Angulo, senhora de Villafranca (Córdoba) (4), foi o primeiro senhor de Alcaçovas. 

O seu neto - Henrique Henriques, 3º. senhor de Alcáçovas, aposentador e caçador mor  de D Afonso V, D. João II e D. Manuel - casou-se com a Dona Filipa de Noronha, filha do 2º. Donatário do Funchal, a cuja família pertencia a esposa de Colombo. A filha de ambos - Brites (Briolanja) casou-se com Diogo Moniz, senhor de Angeja, herdeiro dos Albuquerques de Angeja.

A sua neta Catarina Enriques (3), casou-se com Henrique de Albuquerque (de Angeja), cujo irmão era o célebre Lopo de Albuquerque (de Angeja), cujo filho adoptivo (Diego Mendes de Segura) foi o secretário vitalício de Colombo e de Diego Colón.

b ) Os Henriques de Alcáçovas eram aparentados com os Enriquez de Córdova e os Enriquez almirantes de Castela. 

c ) Foi em Alcáçovas que, em 1479, D. Afonso V recebeu a embaixada de Garcia Sanchez Toledo que firmou o Tratado de Alcaçovas ( 4 de Setembro de 1479), que pôs fim à Guerra da Sucessão (1475-1479). Este Tratado dividiu pela primeira vez o mundo entre Portugal e Castela. A Espanha nunca aceitou as condições deste Tratado que a excluía das explorações marítimas em troca da posse (provisória) das Canárias. A missão de Colombo em Espanha parte deste problema: como contentar o inimigo de Portugal, afastando-o da Mina e da Rota da India.

Desde D. Afonso III que havia em Alcáçovas um Paço Real. Foram aqui realizados, a 6/4/1457, os casamentos das irmãs netas de D. João I e de Nuno Álvares Pereira: Dona Isabel com o Rei de Castela D. João II, pais de Isabel, a Católica;  Dona Beatriz com o Infante D. Fernando (Maio de 1447), pais de Dona Leonor e D. Manuel I. D. João II fez aqui também o seu último testamento (20/9/1495).

Possui um magnifico património ligado ao século XV e XVI ainda não estudado.

 

5. Avis

No dia 12 de Outubro de 1492, Colombo chega às Indias. Quando desembarca leva consigo o estandarte real da coroa espanhola, mas também duas bandeiras que tinham desenhadas uma Cruz Verde, o símbolo da Ordem de Avis. No seu Diário de Bordo, faz questão de assinalar o facto e de dizer que tratava da sua divisa. Colombo terá pertencido a esta Ordem militar ? A questão nunca foi estudada. 

Recorde-se que a filha do seu principal cúmplice em Espanha - Alvaro de Bragança -, casou-se com Jorge de Lencastre, filho bastardo de D. João II, mestre da Ordem de Avis e de Santiago. 

Pavia ( Mora, Alentejo)

Colombo refere que foi em Pavia que terá estudado latim. Estes estudos, conforme afirma o seu filho Hernando de Colon, eram muito considerados em Portugal. 

Os historiadores ignoraram o contexto da informação, e afirmaram que se tratava da cidade italiana de Pavia. A verdade é que nesta cidade, na documentação dos séculos XIV, XV e XVI nunca foi encontrado nenhum aluno ou pessoa com qualquer nome igual ou semelhante a Colombo, Colon, Colom, etc.

Pavia, fica no Alentejo, a poucos quilómetros de Aviz, sede da Ordem de Avis

Próximo de Pavia, fica uma capela datada do século XIV, que se enquadra perfeitamente no universo mistico de Colombo: São Salvador do Mundo ! 

6. Évora

Évora está ligada a Colombo através de várias figuras históricas, nem sempre de imediato relacionáveis. 

Foi nesta cidade que se formou no século XII a Ordem Militar deu origem à Ordem de Aviz, cuja cruz verde Colombo fez questão erguer quando chegou às Indias.

A mais antiga de todas é o condestável Nuno Alvares Pereira que residiu no Alcaçar da cidade durante 26 anos. Os descendentes de Colombo, nomeadamente os Duques de Verágua, assumiram o seu nome. Dona Filipa Moniz Perestrelo, foi sepultada no Convento do Carmo em Lisboa por ele fundado. D. Diogo Colon Moniz Perestrelo, 2º. vice-rei das Indias, confiou em 1523 a administração dos seus bens a um prior deste convento.

A conspiração de 1483 chefiada pelo IIIº. Duque de Bragança - Fernando - teve aqui o seu centro. Foi no Palácio dos Duques do Cadaval, com a sua imponente Torre das Cinco Quinas, julgado e sentenciado à morte pelo Tribunal da Relação de Lisboa, em Junho de 1483, tendo sido decapitado na Praça do Geraldo desta cidade. Esta morte chocou deforma particular a nobreza portuguesa, mas em particular a sua prima castelhana e incentivadora da conspiração - Isabel, a Católica filha de uma infanta portuguesa, que foi também rainha de Castela.

A figura mais enigmática de todas será talvez Alvaro de Bragança, irmão do Duque de Bragança também ele envolvido na conspiração de 1483. Apesar de ter abandonado Portugal neste ano e se exilado em Espanha, continuou sempre ligado a Évora onde se fez sepultar, no Convento dos Lóios que ajudou a construir. Alvaro de Bragança foi indiscutivelmente o grande apoio de Colombo em Espanha, o que ao mais alto nível do Estado espanhol permitiu a protecção dele próprio e da sua familia en quanto foi vivo. Um dos seus filhos casou-se com a neta de Colombo, herdando os seus descendentes os títulos do Almirante das Indias.     

7. Montemor-o-Novo

Esta vila alentejana vive uma verdadeira convulsão por volta de 1482, o Marquês de Montemor-o-Novo, D. João de Bragança, Condestável do reino e irmão dos Duques de Bragança lidera uma conspiração contar o rei. Tem o apoio dos reis de Espanha, de quem espera a apoio militar e a aquém prometeu acabar com as clásulas do Tratado de Alcaçovas que impediam a Castela navegar até à Guiné sem autorização dos reis de Portugal. 

Descoberta a traição, o marquês foge para a Castela, em 1483, refugiando-se nos domínios dos Duques de Medina Sidónia. O marquês era sobrinho de Colombo, os duques foram os seus protectores em Castela para onde fugiu "secretamente"no ano seguinte.

D. João de Bragança era casado com Isabel Henriques de Noronha, sobrinha de Colombo. Em Espanha era conhecida por "marquesa de montemayor ou de Portugal". Senhora de uma enorme fortuna, mandou construir nesta cidade uma igreja no Convento de Santa Paula, para panteão da sua familia exilada neste país. Dona Isabel foi até 1520 a principal protectora da sua cunhada de Colombo - Violante Moniz - estabelecida em Sevilha.

Carlos V, rei do Império Austro-Hungaro e de Espanha, em 1528, nomeia um nobre de origem portuguesa "Marquês de Montemayor". Está por esclarecer a sua ligação destes marqueses aos de Montemor-o-Novo.

8. Alcácer do Sal (antiga Sede da Ordem de Santiago de Espada)

Não restam dúvidas que Colombo e a sua família tinha uma profunda ligação à Ordem de Santiago de Espada, cuja sede até fins do século XV estava em Alcácer do Sal. Entre os muito episódios que o liga a esta vila alentejana está o seguinte: 

No dia 3 de Março de 1493, no regresso da 1ª. viagem, no meio de uma tempestade, Colombo jura que no caso de se salvar que iria em peregrinação a Santa Maria da Cinta. Las Casas que compilou o seu Diário de Bordo onde aparece esta referência, afirma que se trata de um santuário em Huelva. (O original do Diário de Colombo desapareceu)

 

A verdade é que no Castelo da Ordem de Santiago, em Alcácer do Sal, na Igreja de Santa Maria dos Mártires, existia no século XV uma imagem de grande devoção chamada de Santa Maria da Cinta. A Imagem, datado de fins do século XIV, ainda existe e está no mesmo local. Não se trata de uma invenção para turista ver.

 

Em Huelva, o santuário que aí existe, assim como a imagem é muito posterior. Será que na compilação de Las Casas alterou a alterou o local, em vez de Alcácer do Sal escreveu Huelva ?. Recorde-se que no mesmo paragrafo onde faz estas referências descreve os arredores de Lisboa. 

 

Alcácer do Sal é fornece outra pista interessante para se descobrir outras facetas de Colombo, nomeadamente a sua ligação ao ramo da Casa Real Portuguesa e em particular à Casa de Bragança e a D. Nuno Alvares Pereira. Colombo era ruivo e sofria provavelmente de paludismo. Ora acontece que os filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre eram também ruivos e um deles sofria  e morreu de paludismo. Trata-se do infante D. João, grão mestre da Ordem de Santiago de Espada. Nos longos períodos que passou em Alcácer do Sal acabou por contrair esta doença que transmitiu à sua filha - Infanta D. Isabel futura rainha de Castela e Leão. Recorde-se que esta infante portuguesa era a mãe da rainha espanhola Isabel, a Católica, protectora de Colombo. Esta pista nunca foi investigada. 

 

Alvaro de Bragança, principal protector de Colombo em Castela/Espanha, tinha todos os direitos e rendas das judearias de Alcácer do Sal, um facto de enorme alcance para perceber as ligações entre estes dois homens. Consultar  

 

Sede da Ordem de Santiago de Espada até 1481. Foi aqui que D. João II soube da conspiração em 1484.

Convento de Palmela ( sede da Ordem de Santiago a partir de 1482) 

 

Castelo de Palmela. Colombo terá assistido às enormes campanhas de obras que precederam a instalação da sede da Ordem de Santiago em Palmela.

 

9. Vidigueira / Sines / (Alentejo).

A vila da Vidigueira foi doada por uma vida, em 1367, a Vasco Martins de Melo. A partir do século XV foi integrada nos domínios dos Duques de Bragança. Em consequência da conspiração de 1483 voltou a fazer parte dos bens da bens da Coroa. Com D.Manuel I voltou à posse dos bragança que a venderam a Vasco da Gama.

Na região onde Colombo tem as suas raízes, nasceu em Sines, no ano de 1469, o  verdadeiro descobridor do caminho marítimo para a India - Vasco da Gama

O rei D. Manuel I, em 1519, atribui-lhe o título de Conde da Vidigueira, uma terra que fica muito perto daquela onde Colombo alegadamente terá nascido. 

Após a sua morte no Oriente (Cochim), os seus restos mortais vieram para a vila da Vidigueira, de onde saíram, em 1880, para o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa..

Carlos Fontes

  Notas:

( 1 ) Odemira fica a 35 léguas do cabo de S. Vicente. Hernando Colon refere explicitamente Odemira. Muitos autores sobre esta local desenvolvem histórias mais ou menos romanceadas:,Samuel Eliot Morison - "Cristovão Colombo, Almirante do Mar-Oceano", , Lisboa. DN.1962. pág. 289 (existem edições mais recentes).

(2) Serpa na Venezuela ? .Colombo, na sua 3ª. viagem, na exploração que fez às actuais costas da actual Venezuela, ao local onde desagua o Rio Grande e o Orenoco deu o nome de "Boca de Serpe" de Serpente (1 de Agosto de 1498)

O nome de Serpe ou Serpa, vem de serpente tal como o nome desta vila alentejana, concelho onde terá nascido.

(3) Catarina Henriques era filha do 2º. senhor de Alcáçovas - Fernando Henriques e de Branca de Melo, senhora de Barbacena-, era filha de Martim Afonso de Melo, guarda-mor, alcaide de Évora e de Olivença e de Briolanja de Sousa.

D. Afonso V deu-lhe a vila de Alcaçovas para o gratificar pelos serviços prestados pelo seu pai na guerra com Castela. Recebeu a comenda de Cristo de S. Salvador. Está sepultado na capela do Espírito Santo, na Igreja de S. Salvador de Alcaçovas.

(4) Beatriz Fernandez de Angulo, era filha de Pedro Afonso de Angulo, alcaide de Cordova e de Sancha Iniguez de Cárcome. Teve dois filhos de Henrique II: Fernando e Maria de Castilla, que se casou com Hurtado de Mendonza, senhor de Mendonza.

Fernando Henriques casou-se com a sua sobrinha Leonor Sarmiento, senhora de Doenos e de Barbacena. 

 

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