O Outro Lado da Retórica
Diz um velho ditado português que "De
Espanha nem bom vento, nem bom casamento". A justificação destes ditado,
encontramo-la na história das relações entre Portugal e a Espanha,
marcada por seculares actos de pilhagem, traições, guerras e ameaças.
A
tradição já não é o que foi, mas parece estar ainda bem viva se tivermos em
conta alguns casos recentes. A questão tem profundas raízes culturais, e portanto
é muito difícil de ser alterada.
1. Portugueses em
Espanha.
A relação da Espanha com os seus vizinhos
portugueses, ditos amigos ou irmãos na retórica política, é tudo menos amigável a julgar
pela forma como percepcionam e tratam os imigrantes
portugueses, incluíndo os seus filhos.
Inquéritos
recentes à Opinião Pública Espanhola são claros: Entre os povos que
os espanhóis mais detestam, surgem à cabeça da lista o português e o marroquino. Ver
Atravessar a Espanha, no passado, era um
pesadelo, devido ao saque e roubos que os portugueses eram vítimas neste país.
As coisas estão agora muito melhores, mas certas práticas ainda tardam em
acabar. Em Fevereiro de 2006, seis polícias espanhóis da "Guarda
Civil", da região de Cidade Rodrigo (Ciudad Rodrigo) acabaram por ser presos.
Dedicavam-se a extorquir dinheiro a automobilistas estrangeiros, a maioria dos
quais portugueses.
Outro
dos tratamentos dados a portugueses que chocou a opinião pública, ocorreu no dia 22 de Junho de 2002, na Fronteira espanhola de Rosal de La Fronteira. O caso teve o condão de deixar
profundamente apreensivos
os restantes países europeus. Neste dia milhares de Portugueses, entre os quais se
contavam deputados à Assembleia da Republica, foram impedidos com
extrema violência e sem qualquer explicação de se dirigirem a Sevilha para
participarem numa manifestação europeia contra a Xenofobia e a Globalização.
A actuação do Estado Espanhol desrespeitou todos os princípios em que assenta
a União Europeia.
A imprensa espanhola, sempre pronta a divulgar todas as más
noticias sobre o país vizinho, remeteu-se ao mais completo silêncio sobre os
acidentes nas fronteiras, em particular em Rosal de la Frontera. Este acto
apenas reforçava uma convicção generalizada entre os portugueses, o de que a tradição
xenófoba de Espanha não está morta, mas continuava a constituir
uma séria ameaça.
2. "Ese portugues,
fillo da puta és! "
Primeiro foi Luís Figo,
depois Cristiano Ronaldo, a seguir José Mourinho. Tornou-se hábito nos
estádios de futebol em Espanha, os jogadores e treinadores de futebol serem
insultados pelo facto de serem portugueses. Multidões bestializadas gritam sem
cessar - "Ese
portugues, fillo da puta és! " - procurando insultar
todo um povo.
No caso de José Mourinho,
hordas de espanhóis confundindo um estádio de futebol com uma praça de
touros, apelam à sua morte aos gritos "Mourinho
morrete fillo da gran puta!!!! " (2010/2011).
Estes insultos ao povo
português ultrapassam os estádios de futebol de toda a Espanha, são repetidos
na imprensa e na internet.
3.
Conflitos fronteiriços
Ao longo da fronteira com Portugal,
as situações anteriores tem adquirido dimensões cada vez mais preocupantes,
ao que não é alheio uma longa
história de saques, anexações territoriais, invasões, tráfico de todo o tipo (obras de arte, droga, pessoas, etc).
Alguns exemplos recentes entre muitos outros:
Junto
a Vila Real de Santo António (Algarve), barcos de pescas espanhóis
(arrastões), em surtidas ilegais e criminosas destroem a vida nos fundos dos mares nas
águas territoriais portuguesas. Perseguidos pelas autoridades portuguesas,
refugiam-se na águas espanholas onde encontram protecção da sua polícia
marítima. A 8 Março de 2003, a polícia marítima portuguesa prendeu um barco
espanhol à revelia das leis portuguesas e das recomendações internacionais se
dedicava a destruir a vida marítima nas águas territoriais de Portugal. Em
Espanha, no porto de pesca da Ilha Cristina (Isla Cristina), a população local
fez uma greve para protestar contra esta prisão. Segundo os promotores desta
manifestação aos barcos de pesca espanhóis todas as impunidades são
permitidas no país vizinho.
Junto
à fronteira portuguesa, e no curso de importantes rios, como o Douro ou o Tejo, instalam centrais nucleares, lixeiras de material radioactivo, etc. Um
dos últimos casos, foi denunciado em Barrancos. O rio que abastece esta
vila alentejana está a ser contaminado por um matador espanhol. Apesar dos
protestos, a contaminação continua (Abril de 2006).
Estes
actos não deixam de merecer alguma atenção internacional. Em Setembro de 2003,
por exemplo, a CIA recordava num famoso
relatório ( 'The World Factbook' ) que a questão do etnocídio de Olivença continuava em aberto nas relações entre Portugal e a Espanha. Os portugueses
não esquecem que uma parte do país foi usurpado pela Espanha, nem a barbárie
aqui praticada desde 1801 (roubos, mortes, violações, negação da identidade
cultural de um povo, etc) .
A imprensa espanhola (El Mundo em particular),
apressou-se então a negar a existência de qualquer conflito entre os dois
países, apoiando-se em afirmações do chefe da polícia local. Este
ilustre descendente dos carniceiros espanhóis da barbárie em Olivença garante à imprensa espanhola que os portugueses estão há muito exterminados.
Confirma também que os mortos não andam a fazer desacatos nas ruas, o que o
leva a concluir que estes concordam com a anexação deste território
português pela Espanha.
Ao longo de 2005, a comunicação social começa a dar
conta progressivo aumento da criminalidade violenta (roubos em série,
assassinatos, raptos, etc). Muitos destes criminosos tem a sua base em
Espanha, para onde regressam após terem praticado em Portugal as suas
actividades criminosas. Em Janeiro de 2006 é apanhado um bando de criminosos
ciganos que se acoitava em Espanha. Em 2007 traficantes de droga antes de
serem apanhados pela polícia portuguesa, em Vila Real de Santo António,
refugiam-se neste país. Os jornais portugueses não tem parado de relatar casos
idênticos, revelando o enorme à vontade como estes criminosos se acoitam em
Espanha.
4. Arruaceiros
Espanhóis em Portugal
Alguns actos chocaram a opinião pública portuguesa, nomeadamente por
envolverem destacadas figuras da realeza espanhola, as quais em Portugal adoptaram
atitudes de total impunidade. Em Abril de 1998, Carlos
Zurita (Duque de Sória e cunhado do rei de Espanha), em Lisboa, no Bairro Alto,
julgando-se acima das leis portuguesas, após ter provocado desacatos, recusa a
identificar-se e revela uma tal atitude arrogante que acaba na prisão.
A
Imprensa Espanhola (jornais, rádios, televisões, etc), consideram o acto uma
prepotência das autoridades portuguesas e uma afronta a um cidadão espanhol,
aos quais tudo lhes lhes seria permitido em Portugal e com os portugueses.
Nesta
linha de actuações, recorde-se o que ocorreu durante
o Euro2004, realizado em Portugal, no jogo entre a Espanha e a Rússia. A cidade de Faro foi invadida por neonazis espanhóis ostentando
símbolos nazis. A imprensa espanhola ignorou o caso, centrando a sua atenção
sobre possíveis excessos da polícia portuguesa no trato destes
delinquentes.Esta onda racista que se
havia manifestado em Portugal, perante a indiferença da imprensa espanhola,
acabou pouco depois por espalhar-se em várias localidades de Espanha. Nos dias 16 e 17 de
Novembro de 2004, a selecção nacional futebol de Inglaterra (seniores e
sub-21), enfrentou a sua congénere espanhola em Alcalá de Henares e em Madrid.
Esperavam-se dois jogos amigáveis, mas o que sucedeu foi mais um exemplo de uma
tradição xenófoba.
Durante dois dias, os jogadores ingleses negros foram alvo
de contínuos insultos racistas por parte da assistência espanhola sempre um deles
tocava na bola. Milhares de espanhóis não pararam de cantar de forma bem
afinada hinos nazis. Não se tratou de um caso isolado. A imprensa internacional vinha
chamando à atenção para o facto do seleccionador espanhol (Luis Aragones) ter
o significativo hábito de motivar os jogadores espanhóis dizendo-lhes que eles
eram melhores dos que os "pretos de merda" jogavam nas equipas
adversárias. Só após o caso ser objecto de uma denúncia internacional é que
o governo espanhol resolveu reagir.
.
Espanhóis
insultando jogadores ingleses negros
5.
Promoção de Grupos Fracturantes
Ao contrário da Espanha, Portugal
caracteriza-se por ser um país sem qualquer tipo grupos sociais fracturantes
(étnicos, nacionais, religiosos, etc).
A verdade é que a Espanha sempre procurou
provocar o seu aparecimento em Portugal, estimulando a discussão do chamado iberismo. A questão da auto-dissolução de Portugal, acabou por ter algum eco a partir do século XIX,
sobretudo entre indivíduos com tendências totalitárias mas também suicidárias, mas sem energia para
se auto-destruírem.
Face
à indiferença manifestada pelo Estado português, perante os movimentos iberistas, grupos económicos espanhóis tem vindo a contratar deputados e
ex-ministros portugueses, investindo também no controlo
da Comunicação Social portuguesa, aliciando
jornalistas ignorantes ou corruptos para a causa.
A
troco de umas lentilhas estes bastardos promovem sondagens ou debates na
opinião pública sobre uma hipotética integração de Portugal na Espanha.
Alguns orgãos de comunicação social ( comprados ? ) dão por vezes "voz" a
uma alegada "minoria" de iberistas que pugna pelo fim da soberania e
identidade cultural do povo português. Nestas acções, ainda que sem
qualquer impacto social, tem sido investidos rios de dinheiro.
Em
alguns orgãos de comunicação social, controlados pelos espanhóis, começou
já a gerar-se um mal estar perante a pressões para os colocar a fazerem
propaganda pró-espanhola e a darem relevo aos actos relacionados com a família
real deste país. Estas acções parecem ter todas um objectivo concreto:
promover a desestabilização de Portugal.
Carlos Fontes
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