Carlos Fontes

Barbárie

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Piratas e Corsários

Breve História

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O Pretexto da Blasfémia das Imagens

 

 

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Imagens como esta correram mundo. Grupos de muçulmanos incendeiam a embaixada da Dinamarca em Beirute

4 e 5 de Fevereiro de 2006. O mundo foi sacudido com as notícias da destruição e ataques a  embaixadas da Dinamarca e outros países europeus na Síria (Damasco) e no Líbano (Beirute). A ira dos muçulmanos (fundamentalistas) estendeu-se depois a outros países islâmicos, e com ela alastrou a vaga de destruições e de mortes. O motivo de tudo isto foi a publicação, no dia 30 de Setembro de 2005, pelo jornal dinamarquês Jylland-Posten de 12 caricaturas sobre Maomé, o profeta do Islamismo. Os actos praticados pelos muçulmanos são manifestamente desproporcionados face aos motivos que os desencadearam.

Numa leitura imediata destes acontecimentos, para muitos analistas, estamos perante uma reacção emocional a uma alegada falta de respeito face a símbolos religiosos. Para muitos outros, trata-se de mais uma manifestação de um confronto secular entre duas civilizações: a europeia de matriz cristã e a afro-asiática de matriz muçulmana. A julgar pela ira que os desenhos levantaram, o diálogo entre estas civilizações é impossível dadas as diferenças culturais. 

Quais as diferenças que, em teoria, impedem este diálogo?  Mais.

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Onde está a blasfémia ?

 

 

 

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As reacções no mundo islâmico a propósito das caricaturas que foram publicadas sobre Maomé, são ilustrativas da forma como as diferentes culturas afectam a percepção dos acontecimentos, e a avaliação da gravidade dos actos cometidos. O confronto destas reacções muçulmanas com outras, que por motivos idênticos ocorreram com membros de outras religiões é abissal. Este confronto permitem-nos perceber as enormes diferenças que existem, em termos de cultura e mentalidades, nas sociedades contemporâneas. Esta é uma dimensão, da maior relevância,  que tem sido secundarizada.

A publicação de desenhos considerados blasfemos, para os muçulmanos, justifica só si a  condenação à morte de alguém, mas também que se matem de forma indiscriminada pessoas, se lance fogo a embaixadas, se façam injurias aos símbolos nacionais do país onde os desenhos foram publicados, etc.   

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A publicação de desenhos considerados blasfemos, para os judeus e os cristãos, são obviamente considerados ofensivos e injuriosos. Não deixam de ser condenados, mas não passa pela cabeça de nenhum membro destas religiões cometer, com evidente consenso na sua comunidade, os mesmos actos que um muçulmano.

 

Matar  pessoas por uma caricatura? Condenar todo um país por permitir a sua publicação ? Eís algo que um muçulmano é capaz de fazer, mas que para um judeu ou um cristão seria um acto condenável.

Onde está a diferença ? Nos desenhos blasfemos ou na cultura de quem os vê? 

A 5 de Dezembro de 1992, a "Revista" do Expresso, publica uma caricatura que critica abertamente a posição da Igreja Católica em relação à condenação do uso de preservativos. Na  altura, perante o aumento das pessoas com SIDA,  a maioria das organizações mundiais envolvidas na luta contra a SIDA recomendavam o seu uso. A polémica correu mundo.  Não consta que ninguém tenha sido morto, nenhuma embaixada de Portugal tivesse sido incendiada, etc. A diferença de reacções dos católicos revela o abismo cultural que os separa dos muçulmanos.

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Em Fevereiro de 2006, um jornal do Irão lança um concurso internacional de caricaturas sobre o Holocausto. O objectivo é provocar os europeus e os israelitas. O holocausto é algo que afecta a consciência colectiva do europeus ( a morte de 6 milhões de judeus), mas também constitui um assunto doloroso para os judeus. Na caricatura acima reproduzida, um caricaturista (brasileiro?), coloca no lugar de um judeu um palestiniano. A Palestina é associada a um Campo de Concentração e os israelitas aos nazis. 

Apesar desta evidente provocação, não consta que ninguém tenha sido morto, nem se assistiu no mundo a actos de pura barbárie como os que ocorreram após a publicação das caricaturas igualmente blasfemas de Maomé. A caricatura acabou por mostrar aquilo que não era suposto revelar: a afinidade cultural entre os europeus e os judeus, e a enorme distância cultural que os separa dos muçulmanos. 

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Regresso ao Passado

Em plena guerra contra a publicação das caricaturas, a Organização da Conferência Islâmica formada por 57 países muçulmanos (a maioria ferozes ditaduras), decidiu propor a nível mundial, o fim das representações do sagrado. No caso de tal ser permitido, os artistas deverão todavia conformar-se aos modelos autorizados. No caso de não acatarem as ordens a julgar pela prática corrente nestes países serão condenados à morte.

Para os europeus, tal medida significaria recuarem vários séculos no tempo, voltarem ao tempo da Inquisição, quando idênticos procedimentos eram adoptados. Trata-se de uma proposta que revela as enormes diferenças culturais entre os muçulmanos e os europeus.   

 

Não é escondendo estas diferenças de mentalidade que as mesmas desaparecem. A única forma de evitar que as mesmas se tornam num obstáculo à comunicação, passa primeiro por as reconhecer, e depois por encontrar regras para uma convivência pacífica entre pessoas com culturas diferentes. Este é o debate que urge aprofundar.(Março de 2006).

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Carlos Fontes

 

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Europa:

 

Os imigrantes negros e muçulmanos são um perigo público ?

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A onda de destruição que varreu a França, em Novembro de 2005, foi interpretada em muitos países da Europa como a confirmação da teses há muito propaladas pela extrema-direita: a entrada maciça de imigrantes africanos e muçulmanos, mais dia menos dia acabaria por se tornar num perigo para a ordem pública. A razão não seria de natureza racial, mas cultural. Mais

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Terrorismo islâmico: a guerra que ainda não terminou ? 

 

 

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Na Europa e nos EUA está a voltar a olhar os muçulmanos da mesma como há cinco século atrás, quando o avanço do islamismo era considerado uma ameaça. 

Entre os séculos VII e o século XVI, os europeus não-muçulmanos olhavam para os povos islâmicos como um misto de terror e sedução. Terror pelo medo que causavam as suas incursões. Sedução pelo poder e conhecimentos que revelavam possuir. Mais

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  Intolerância Religiosa
   

O fanatismo religioso não é coisa do passado. Num grande número de países, como a China, Irão ou Nigéria milhões de pessoas continuam a ser perseguidas e mortas por alegados conflitos religiosos. Estas acções são acompanhadas de actos de pilhagem dos bens das vítimas. A violência é quase  sempre proporcional ao valor do saque que os carrascos têm em vista obter. Mais

 

Clube Mundial dos Países Produtores de Droga

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Myanmar (Antiga Birmânia)

É suposto que um Estado exista para promover a melhoria das condições de vida da população. É igualmente suposto que os seus dirigentes sejam escolhidos entre o mais aptos para atingirem este objectivo. No inicio do século XXI, os factos demonstram que estes pressupostos estão longe de corresponder à realidade.  

No poderoso Clube do Produtores Mundiais de Droga, entre os quais se contam países como o Afeganistão ou a Colómbia, destaca-se actualmente o Myanmar. Um Estado controlado pelos militares desde 1988, que dedica não apenas à produção de heroina, mas também a explorar a sua própria população utilizando a droga.  Segundo a ONU, numa mina de jade, propriedade do governo, situada em Hpakant (Estado de Kachin), a maioria dos cerca de 100 mil trabalhadores é paga em heroína. 

A droga proveniente deste país, está a provocar uma verdadeira calamidade na Tailandia e Austrália.

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Myanmar, ex-República Socialista da União de Burma,situa-se no sudeste da Ásia, entre o Bangladesh e a Tailândia, e é independente desde 1948, altura em que saiu da alçada do Reino Unido. Conta com cerca de 48 milhões de habitantes, maioritariamente budistas.(Dados de 2004)

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Afeganistão

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Cerca de 90% do Ópio consumido nos países ocidentais é produzido neste país. Desde a sua ocupação pelas forças da NATO que a produção de Ópio não tem parado de aumentar. Os produtores nunca estiveram tão seguros..

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Abuso e Exploração de Crianças

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