Carlos Fontes

 

 

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Rússia - UE

A antiga União Soviética encarou a CEE/UE sempre como uma ameaça: era o símbolo do capitalismo, cujo prosperidade contaminava a Rússia e os seus países satélites. A situação pareceu mudar, em 1989, em consequência da queda do Muro de Berlim e o fim da antiga União Soviética e a libertação dos seus países satélites. Chegou-se mesmo a falar que a Rússia pudesse vir a integrar a UE, mas rapidamente o equivoco se desfez, quando vários do bloco soviético, pediram a adesão à UE.

Em 2004 aderiram a Letónia, Polónia, Lituânia, Estónia, Hungria, Eslováquia, República Checa e Eslovénia. Em 2007 seguiu-se a Bulgária e a Roménia, e mais recentemente a Croácia (2013), sendo os próximos a Sérvia, Macedónia e e o Montenegro.

A UE não apenas está a integrar países satélites da antiga União Soviética, mas também membros do antigo Pacto de Varsóvia, exercendo uma forte influência em países como a Ucrânia, Arménia, Geórgia, Bielorrússia, Azerbeijão e Moldavia.

Para além disto, a UE tem agora fronteiras com a própria Rússia. A tensão tem vindo a crescer, levando a Rússia a aproveitar vários situações para retaliar as aproximações destes países à UE. 

Museu da Artilharia, São Petersburgo

Retaliações

A Rússia não apenas tem manifestado o seu desagrado por estas aproximações em relação à UE, mas adoptou uma vigorosa política de retaliações para com os países do leste europeu que o fizerem.

A Ucrânia pretendeu estabelecer um acordo de associação com a UE. As negociações prosseguiram, a resposta da Rússia não se fez esperar. A Ucrânia, em Novembro de 2013, face à chantagem económica que estava a ser alvo, acabou por desistir do acordo com a UE. A Rússia demonstrou, uma vez mais, o enorme poder que possuía nesta região do mundo.

Estratégia na UE

A Rússia tem um crescente poder no seio da UE. Calcula-se que cerca de 40% das suas reservas de moeda sejam em euros. É o terceiro parceiro comercial da UE, depois dos EUA e da China.

O seu enorme poder na UE reside no facto de ser, um dos seu principais fornecedores de gás natural, permitindo-lhe obter enormes receitas.

Perante uma potencial ameaça russa, os países da UE, mais dependentes destes hidrocarbonetos, têm vindo a diversificar as suas fontes energéticas e a origem das suas aquisições. Como resposta a esta situação, alguns multimilionários russos, passaram a financiar equipas de futebol da UE...

As enormes receitas dos hidrocarbonetos têm sido uma importante alavanca para a diversificação e internacionalização das empresas russas. A partir de 2000 o número destas empresas no seio da UE,  tem vindo a aumentar ano após ano.

Marinha, São Petersburgo

 

 

 

A União Soviética faz falta à União Europeia ?

A pergunta nada tem de original, tantas vezes nos últimos anos tem sido feita. Durante a "Guerra Fria", a CEE (actual UE), combatia o avanço do comunismo, mostrando que os países capitalistas e democratas garantiam aos trabalhadores melhores condições de vida, oportunidades e uma segurança social pródiga de recursos.

Enquanto durou a antiga União Soviética (1917-1991), quando um país membro da CEE/UE tinha dificuldades financeiras, a solidariedade dos restantes membros não se fazia esperar.

Depois da queda do Muro de Berlim (1989) e da consequente derrocada do "Bloco Soviético" (Comunista), tudo começou a mudar. Para a UE o importante era agora aumentar a dimensão do mercado comunitário através da  integração de novos países. A feroz luta pelo domínio do vasto mercado que ia sendo construído, tornou ridículo o velho discurso da solidariedade, coesão, desenvolvimento, etc.    

Enterrado o comunismo na Rússia, como na China, o liberalismo triunfante na UE, depois de 2008, passou a atacar os Estado Social, a regulamentação das leis laborais, etc.

 

 
 

Carlos Fontes

 
 

 

Rússia- União Europeia, razões históricas de um conflito latente

Império Russo/União Soviética

 

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