Naufrágios de Imigrantes na Europa

A União Europeia está a tornar-se numa autentica fortaleza, reforçando as suas fronteiras externas e o controlo sobre a entrada de novos imigrantes. Tudo em nome da paz interna e da prosperidade económica.

Atingir a UE continua a ser o sonho para milhões de pessoas que vivem em países mergulhados na miséria e em contínuas guerras. Este sonho conduz á morte centenas de pessoas, em naufrágios no mediterrâneo. A maior parte das vítimas são africanos e curdos. 

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Itália

Os imigrantes que se dirigem para este país, por via marítima, provém de três zonas distintas:

- Albânia. Barcos de todo o tipo atravessam o mar adriático, levando para Itália imigrantes de muitos países do leste (Roménia, Moldávia, Ucrânia, etc) 

- Tunísia. É um dos locais de embarque de muitos imigrantes do Magreb e Africa sub-saariana.

- Líbia. Existe um longo contencioso entre a Itália e a Líbia devido à imigração clandestina. Na Líbia operam grandes redes mafiosas que controlam o tráfego de imigrantes do Magreb e da Africa sub-saariana. Calcula-se que cerca de 2 milhões de africanos, em 2004, se encontram na Líbia esperando uma oportunidade para emigrar clandestinamente para Itália.

- Ilha de Lampedusa, na Sicília, situada entre o sul da Itália e a Tunísia. É o principal local onde desembarcam milhares de imigrantes a partir de vários pontos do Magreb, em especial da Líbia e da Tunísia. Os imigrantes que aportam a esta ilha são provenientes de todo o Magreb, África sub-saariana, mas também de outras regiões como o Sri Lanka, Índia, Iraque e territórios palestinos, etc.

O centro de imigrantes desta ilha está hoje completamente saturado.
Todos os anos um número não determinado de imigrantes morrem nestas atravessias. 

Cartaz da Benetton. 1992. Vaga de imigrantes tentando atingir a Itália

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Espanha

A entrada clandestina de imigrantes, por via marítima, começou a manifestar-se depois de 1994. O grande surto ocorreu contudo a partir de 2001, à semelhança do que ocorreu em Portugal. 

- Ilhas Canárias. Devido à proximidade da costa africana, as ilhas de Fuertventura e Lanzarote são procuradas por milhares de africanos para tentarem atingir a Europa. Na sua maioria partem de Marrocos (Sidi Ifmi, Vad Amma Fatma, Tarfaya), em em menor escala do Saara Ocidental (El Aiaim e Dajla). 

- Estreito de Gilbraltar. A atravessia para Espanha faz-se a partir de Marrocos (Tanger), dirigindo-se depois as embarcações repletas de imigrantes para Cadiz, Málaga e Almeria.

Calcula-se que entre 2001 e 2004 mais de 4 mil pessoas tenham perdido netas atravessias. A maioria são imigrantes oriundos da África subsaariana.

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