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Passos Coelho: 

 Neoliberalismo em Acção

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O PSD depois da derrota eleitoral de 27/9/2009, acabou por escolher um novo líder ultra-liberal com algumas características inéditas na política portuguesa. 

Passos Coelho é um produto das "juventudes partidárias", que durante muitos anos o sustentou. Um dia quando resolveu estudar foi para uma universidade privada (Univ. Lusíada), e depois arranjaram-lhe um emprego em empresas propriedade de antigos dirigentes do PSD. 

Ao longo da sua militância partidária nunca teve uma ideia política própria, mas apenas algumas "atitudes" que os politólogos portugueses interpretam como ideias em gestão.

Chantagista

Passos Coelho, após ser eleito líder partidário (26/3/2010), continuou a recusar qualquer entendimento com o governo do PS (minoritário). A novidade sua actuação foi o facto de submeter o governo do PS, a uma constante chantagem ameaçando derrubá-lo a qualquer momento. Uma acção conjugada com Cavaco Silva (presidente da República), e apoiada pelo PCP, BE e do CDS-PP.

 

As Primeiras "Ideias"

As suas primeiras "ideias políticas" sobre o país surgiram apenas, em 30/6/2010, quando foi chamado a pronunciar-se sobre a polémica venda da participação que a PT (portuguesa) detinha na empresa Vivo (brasileira) à Telefonica (espanhola). Ficou então claro que:  

1. Defendia um Estado mínimo, apenas preocupado com a segurança interna e externa do país;

2. Defendia o princípio da subordinação da política aos "mercados", isto é, especuladores, banqueiros e empresários;

3. O Estado devia apenas servir para fazer o que o mercado quer, e no limite apoiar os lançados na pobreza extrema.

 

As suas posições foram acolhidas com grande entusiasmo não apenas na imprensa espanhola, mas pelos ultra-liberais da União Europeia, em especial Durão Barroso (PSD). Passos Coelho dava-lhes garantia que Portugal seria posto à venda, podendo aqui realizar um amplo saque..

 

Anti-Patriotismo. Passos Coelho, revelou nesta altura, outro aspecto polémico do seu relacionamento com os portugueses: Sempre que tem algo importante a comunicar não se dirige directamente aos portugueses, mas fá-lo primeiro à comunicação social de outros países. 

 

No auge do conflito entre a PT e a Telefónica, correu para Madrid (6/7/2010) ao encontro do presidente do Partido Popular de Espanha, Mariano Rajoy, para explicar aos espanhóis porque é que estava do lado deles. No mesmo dia à noite, esteve num jantar com empresários oferecido pela patronal espanhola, liderada por Gerardo Diaz Ferrán, ex-sócio do grupo Viajes Marsans, empresa que acabara de lesar milhares de portugueses. 

 

O que seguiu ainda foi pior. Desdobrando-se em entrevistas a jornais espanhóis (El Monde, etc), atacou o governo português em Espanha, e jurou fidelidade ao interesses espanhóis em Portugal.  Nunca nenhum líder partidário fez semelhante acção no país vizinho, o que diz tudo da ausência de patriotismo dos lideres dos partidos da 3ª. República. 

 

Desde então multiplicaram-se este tipo de acções, que revelam a sua total falta de sentido patriótico.

 

Demagogia.  O pretexto para derrubar o governo do PS (23/3/2011), foi porque que não concordava  com o programa de austeridade. Dois dias depois de o fazer, assegurava à União Europeia que não apenas estava de acordo com as medidas, mas pretendia ir mais longe nas mesmas, nomeadamente no programa de privatizações. Depois de aprovar uma polémica Avaliação dos Professores, quando entrou  no período pré-eleitoral, para arranjar mais votos, deu o dito por não dito, e a lei foi revogada com o apoio do BE-PCP-CD-PP. A demagogia era a sua marca  de actuação.

 

 

Manipulação da Opinião Pública. A ascensão ao poder do PSD deveu-se em grande parte ao trabalho de manipulação da opinião pública por parte dos principais orgãos de comunicação em Portugal, dominados por grandes grupos económicos. 

 

Jornais como o Público, Expresso, Sol, ou canais de televisão privados como a TVI ou a SIC, chegaram a constituir grupos especiais o ataque à vida pessoal de José Sócrates, alimentado um clima de permanente conflitualidade na vida portuguesa.

 

Bandos de comentadores e jornalistas na comunicação social, de forma sistemática, enxovalharam a figura do lider do PS e primeiro-ministro (José Sócrates), num ataque pessoal como nunca se viu no país. A maioria dos comentadores que participaram nesta acção de intoxicação da opinião pública, em troca dos seus serviços recebeu depois lugares no governo ou na Assembleia da República.

 

Com o apoio do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda, o governo do PS foi finalmente derrubado e a direita ultra-liberal chegou ao poder (5/6/2011).    

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Trapalhada de Fernando Nobre

Fernando Nobre, fundador da AMI desfrutava de um grande prestígio na sociedade portuguesa, até que um dia a vaidade o levou a sonhar ser presidente da República Portuguesa. A sua candidatura revelou-se um completo desastre. Passos Coelho, à mingua de figuras credíveis para as listas das eleições de  5/6/2011, acabou por o repescar, prometendo-lhe o lugar de presidente da Assembleia da República (AR). Fernando Nobre, orgulhosamente anunciou ao país que não era simples candidato a deputado, mas apenas seria ao lugar de presidente da A.R. 

Como ficou evidente ao longo deste processo, revelou que não tinha ideias ou princípios políticos. Um dia afirmava identificar-se como os partidos de extrema esquerda, no outro com os da direita. Por fim dizia-se já membro da maçonaria, esperando o apoio dos seus membros. Entretanto descobriu-se que a AMI, está transformada numa organização humanitária ao serviço da sua família, recebendo avultadas contribuições dos portugueses. 

O PSD indiferente a este lamaçal, acabou por apresentar a sua candidatura a presidente da A.R. Fê-lo por duas vezes (20/6/2011), e duas vezes os deputados eleitos a recusaram, dando mostra que não estão totalmente reduzidos à condição de meros fantoches.

Governação

O PSD ao longo dos últimos anos afirmou que possuía quadros mais bem preparados para governar Portugal, acusando o anterior governo de incompetência. A verdade é que após ter ganho as eleições, ficou patente não tinha ninguém, tendo que recrutar ministros à última hora, nomeadamente no Canadá...

O programa do governo do PSD resumiu-se a três ideias simples::

1. Venda do património publico ou de importantes participações do Estado em grandes empresas portuguesas:

EDP (energia), REN (distribuição de energia), TAP (transportadora Area), ANA (aeroportos), RTP (televisão pública), Aguas de Portugal, CGD (Banco do Estado), Cimpor (cimentos), hospitais, etc.

Os beneficiários destas destas vendas, ao desbarato, não foram apenas os grandes grupos económicos internacionais, mas também políticos corruptos ligados ao PSD / CDS-PP que estiveram envolvidos no próprio negócios das privatizações.

2. Diminuição de salários dos trabalhadores.

3. Apelo à emigração de jovens e desempregados.

 

Aberrações: Miguel Relvas

Se primeiro-ministro Santana Lopes era considerado um caso de aberração política, o ministro Miguel Relvas conseguiu ultrapassar tudo o que se possa imaginar neste domínio, tornando-se no símbolo da política em Portugal, neste período negro da história do país.

 

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Carlos Fontes

 

  Notas:
 

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Partidos Políticos em Portugal

Monarquia (1820-1910)

1ª. República (1910-1926)

Ditadura (2ª. República -1926-1910)

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