Director: Carlos Fontes

 

EDITORIAL

ANGOLA

BRASIL

CABO VERDE

GUINÉ-BISSAU

MOÇAMBIQUE

PORTUGAL

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

TIMOR

OUTROS PORTOS

CONTACTOS
.
.

Comunidades Portuguesas no Mundo

..

 

..

Caravela. Navio português (séc.XV) 

Uma Viagem pelo Mundo em Português

Seleccione o país:

A-C . D-F . G-I . J-M . N-S . T-Z

Início. Anterior . Próximo.

 

Reino Unido  ( Inglaterra ) - Portugal

Desde a Idade Média que se regista a presença regular de portugueses em Inglaterra pelos motivos mais diversos (económicos, políticos, etc). 

Alianças e Conflitos Político-Militares

Portugal mantém com o Reino Unido a mais antiga aliança político-militar do mundo (data do século XIV). A Aliança foi para os portugueses um importante apoio na luta contra as tentações totalitárias dos espanhóis, tendo pago pela mesma um pesado tributo económico e político. Mais

Casamentos Reais

Dois casamentos reais estiveram ligados a esta Aliança. Um no século XV entre D. João I e Dona Filipa de Lencastre. Outro no século XVII, de Catarina de Bragança com Carlos II. Foi Catarina de Bragança quem introduziu na Inglaterra o hábito de tomar chá, mas levou consigo um dote fabuloso no qual fazia parte muitas terras portuguesas como Tanger (Marrocos) e Bombaim na India. Bombaim foi a porta de entrada dos ingleses no sub-continente asiático. Ao longos dos séculos as relações entre os dois países tem sido assinaladas por visitas regulares dos seus mais altos representantes. 

Expansão Marítima e Territorial

Desde os séculos XVI que encontramos um grande de portugueses ao serviço de piratas, corsários ou da própria marinha inglesa. Foram mesmo decisivos na condução dos piratas e corsários ingleses ao coração das possessões espanholas. Outros realizaram importantes expedições, como o piloto Simão Fernandes. Em 1576 era o piloto-mor e mestre do galeão da Coroa inglesa Tiger. Em 1580 fez uma viagem de reconhecimento à Nova Inglaterra na América do Norte, enviado pelo navegador Sir Humphrey Gilbert. Cinco anos depois, encontrava-se a navegar nas Caraíbas, mestre a bordo do Lion, navio-almirante da expedição de Grenville à efémera colónia inglesa na costa norte-americana (ilha de Roanoke, na actual Carolina do Norte). 

No século XVII, pelo apoio militar que os ingleses prestavam a Portugal receberam em troca possessões portuguesas em África e na India, para além de informações essenciais para a sua expansão no mundo.

Economia

Ao longo dos séculos as relações comerciais entre a Inglaterra e Portugal foram sempre muito intensas. Em 1353, por exemplo, firmou-se um tratado comercial entre as cidades do Porto e Londres. Nos século XV e XVI os mercadores ingleses tinham com os italianos (genoveses e florentinos) e os alemães, privilégios especiais. No entanto, a preponderância dos ingleses na economia de Portugal só ocorre durante as Guerras da Restauração (1640-1668), sendo mesmo uma das suas consequências mais notórias. Na realidade tratava-se da contrapartida que o país se viu obrigado a pagar pelo apoio à sua defesa. 

O primeiro grande tratado que selou estas relações foi o Tratado de Methuen (1703), no qual os portugueses se comprometiam a comprar tecidos da Inglaterra e os ingleses a consumir os vinhos de Portugal. O segundo ocorreu em 1808, quando Portugal abriu os portos do Brasil, e logo a seguir assinou um acordo com a Inglaterra concedendo-lhes privilégios especiais. 

Desde finais do século XVII até  fins do século XIX, os ingleses tiveram em Portugal condições sempre excepcionais para desenvolverem os seus negócios. As suas companhias estavam solidamente implantadas não apenas no país, mas também nas suas colónias. 

Em 1960 ambos os países estão no grupo fundador da EFTA e hoje integram a União Europeia. As trocas comerciais e investimentos mútuos, depois de 1986 diminuiam de forma significativa. 

Comunidade Inglesa em Portugal

A emigração inglesa para Portugal foi sempre muito numerosa. Em Lisboa e depois no Porto tiveram  importantes Feitorias, que espelhava a dimensão dos seus negócios, nomeadamente no Vinho do Porto e no Vinho da Madeira (séculos XVIII/XIX). Em Lisboa, a comunidade possui hospital, cemitério, escolas, etc. No cemitério inglês de Lisboa, pode admirar-se o túmulo do escritor Henry Fielding falecido em Lisboa a 8 de Outubro de 1754. Foi o criador do romance inglês e autor da obra História de Tom Jones (The History of Tom Jones ).

Comunidade Portuguesa na Grã-Bretanha

A emigração portuguesa para Inglaterra foi durante séculos constituida essencialmente por gente ligada ao mar (marinheiros, pilotos, etc), mercadores, judeus e exilados políticos. A emigração só se tornou expressiva nas duas últimas décadas. Mais 

Cultura

Apesar a profunda ligação entre o dois países, nomeadamente no campo económico, político e militar, a influência cultural mútua foi sempre residual. Um das explicações para este facto, reside nas diferenças religiosas dos dois povos, um é predominantemente católico e o outro protestante. Este facto provocou da parte dos ingleses frequentes ditos jucosos sobre o povo português, classificado  como "ingovernável" e "incivilizado", dado que não se deixava aculturar, mantendo-se agarrado ao catolicismo (papistas) e às suas tradições.

Os portugueses entre os séculos XVIII e XIX viram também com maus olhos o excessivo peso dos ingleses na sua economia, a maioria das vezes ligada ao mero saque de recursos ou exploração de mão-de-obra. 

Embora aliados em termos militares desde o século XIV, os portugueses cedo se aperceberam que não podiam confiar nos ingleses, por isso procuraram evitar cair na sua total dependência. Usarem neste domínio uma estratégia muito diversificada de recursos: 

Entre 1640 e 1820, o período em que Portugal esteve mais dependente da Inglaterra em termos  militares e económicos, procuraram diversificar as suas relações internacionais, mas também impedir o seu domínio cultural, uma dimensão fundamental na preservação da sua independência.

Inúmeras medidas foram então tomadas para que tal acontecesse, como por exemplo: Os principais especialistas militares que contratados pelo Estado português eram alemães, como o Conde Lippe. Os protestantes ingleses foram sempre condicionados no seu culto e na difusão das suas ideias em Portugal. A própria Inquisição, uma estrutura político-religiosa que controlava os desvíos neste domínio, só foi dissolvida em 1820. Não deixa de ser curioso que a própria formação dos padres católicos irlandeses, que combatiam o domínio inglês na Irlanda, foi feita em Portugal. A familia real portuguesa depois de ir para o Brasil (1807), deu um sinal claro que devia de ser evitada a  influência cultural inglesa, ao contratar franceses para as grandes obras que aí mandou realizar.nglaterra mantém com Portugal a mais antiga aliança político-militar entre dois países 

  Carlos Fontes

Editorial | lAngola | Brasil | Cabo Verde | Guiné-Bissau  | Moçambique | Portugal | São Tomé e Príncipe | Timor |  | Contactos

Para nos contactar: