Carlos Fontes

 

 

   

Cristovão Colombo, português ?

 

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Colombo: Italiano ?

 

 

Papéis de Assereto

 e a

Farsa de Colombo Mercador

 

Os célebres papeis de Assareto, folhas soltas de uma alegada Acta notorial, por incrível que possa parecer só apareceram em 1904 ! O descobridor das mesmas foi um coronel de infantaria italiana  - Hugo de Asseretto -, que devido a tão patriótica "descoberta" não tardou a ser promovido a general. 

 

Durante séculos inúmeros italianos, nomeadamente de Génova, haviam procurado sem êxito documentos que ligassem o dito tecelão Colombo à cidade de Lisboa.

 

Ao longo de todo o século XVI, na disputas judiciais pela posse da herança e dos títulos de Colombo esta folha solta de rascunho nunca apareceu. Uma multidão de caça heranças vasculhou por toda a Itália um documento semelhante, mas nada encontrou. Este documento apareceu em 1904, saído do nada, num arquivo que fora visto e revisto durante séculos por investigadores que procuravam um documento que ligasse um homem chamado Colombo a Lisboa.

 

Historieta:

 

O rascunho da Acta, começa com uma dúvida: Luis Centurión, identificado como "jurista", não sabe se tem um caso com "Paulo de Negro", "antes chamado de Lucas" (sic), ou com Casiano, seu irmão. Para justificar a inexistência de um contraditório no Tribunal, diz-se que Paulo está de partida para uma grande viagem...

 

Pelo que é dito, depreende-se que Paulo Negro, por volta de Julho de 1478, fora incumbido por Luis ou por Casiano de ir à Ilha da Madeira comprar açúcar. Ao certo ninguém sabe quem tomou a decisão da compra...

 

Paulo de Negro, estando em Lisboa, encarregou nesta cidade "Cristoforus" de ir à Ilha da Madeira comprar o dito carregamento de Açucar, dando-lhe panos de lã e outras mercadorias para troca, para além de 427.000 reais (115.000 em Lisboa, e 312.000 na Madeira).

 

O português "Fernando Palensio" era o patrão do barco, que na Madeira faria o carregamento de açucar, mas uma vez que "Cristoforus" não tinha o dinheiro necessário, acabou por não o fazer. O patrão português, na altura, acusou Paulo Negro do negócio não se ter realizado, segundo o testemunho de "Cristoforus".

 

"Cristoforus", apesar disto, ainda assim conseguiu comprar 200 arrobas para Jerónimo, médico e administrador de Paulo Negro, trocando-os por "panos de lã" e outras mercadorias,  que pertenciam a Paulo Negro e ao seu médico. Na troca que fez teve um prejuízo de 10 a 15%.

 

Um catalão - Roig - conseguiu comprar também 200 arrobas de açúcar, mas cujo preço foi aumentado, porque Paulo Negro não enviou o dinheiro, o que ainda não tinha feito em Janeiro de 1479. 

 

Luis Centurion, primeiramente identificado como "jurista", e depois como "nobre", convoca como testemunha deste negócio falhado "Cristoforus", identificando-o como "cidadão genovês".

 

Este limita-se a dizer que Paulo Negro não lhe deu o dinheiro necessário para comprar o açúcar, e por isso o patrão português - Fernando Palensio - não carregou o navio, tendo o mesmo dito que tinha sido prejudicado com a situação.

 

"Cristoforus", colocando as mãos sobre as "Escrituras" (biblia), jurou que tudo o que tinha dito era verdade. Em apoio a tudo o que dissera, limita-se a referir o testemunho do patrão português.

"Cristoforus" quando interrogado se conhecia Luis Centurión, afirma que não o conhecia. Diz que tem 27 anos mais ou menos, e de bens 100 florins.

 

"Cristoforus" afirma, por último, que seguia no dia seguinte para Lisboa.

 

As folhas não registam o início, nem a conclusão do processo. Ficamos sem saber se foram ouvidas outras testemunhas. Fica no ar a ideia que o patrão português também foi ouvido no Tribunal em Génova...

 

 

Importância destes papéis:

 

A importância deste documento foi desde logo destacada, por dois motivos essenciais:

 

a) Fixava uma data para o nascimento de Colombo - 1451 -, uma data que até então tinha oscilado entre 1436 e 1456...(1).

 

b) Permitia ligar Colombo a Génova e aos grandes mercadores-banqueiros da cidade.

 

A verdade é que estes papéis de Assereto, apenas nos permitem afirmar que o suposto Colombo-mercador estava em Lisboa, no ano de 1478, onde recebeu dinheiro e mercadorias para ir à Ilha da Madeira, a mando de Paulo Negro para comprar açúcar. Fora encarregado de um negócio de compra de açucar, mas desconhecia inclusive a quem se destinava...

 

O próprio Colombo mercador afirma, em Tribunal, que não conhece o mercador-banqueiro Luis Centurión que vivia em Génova, mas apenas Paulo de Negro que vivia em Lisboa ...

 

A propaganda italiana foi tremenda, nomeadamente nos países anglófonos e francófonos, de modo a consolidarem a ideia que Colombo andara ao serviço da economia "italiana", embora de uma forma muito incompetente. O seu projecto pessoal, como veremos, procurava justamente destruir a economia italiana, deslocando o comércio das especiarias do Mediterrâneo para o Atlântico.

 

Sinais de Falsificação:

 

Tudo nos leva a concluir que se trata de um documento falso, embora possa ter sido baseado em alguns factos verdadeiros. 

 

- Rascunho. Não se tratam de folhas notoriais, mas de sim de folhas avulso, de simples rascunhos para uma suposta acta. Nunca foi encontrada a Acta propriamente dita, nem qualquer outro elemento do alegado processo, registo em livro ou no cartulário. Armando Cortesão (2) foi dos primeiros a destacar este facto.

 

- Sem assinaturas e selo notorial. As folhas estão sem assinaturas dos declarantes ou do tabelião e não possuem qualquer selo notorial. Este facto não nos permite confirmar se ocorreu qualquer processo e quem foram os intervenientes. Apenas se refere de forma muito vaga que o processo judicial teria tido lugar em Génova a 25 de Agosto de 1479. 

 

- Latim e procedimentos oficiais. O suposto redactor do rascunho da acta desconhece a forma e os procedimentos próprios para a elaboração de documentos oficiais, e usa um latim muito arcaico para os finais do século XV (3).

 

- Caligrafias diferentes. Nas folhas de rascunho existem diferentes caligrafias, palavras sobrepostas e letras rasuradas. Um facto que indicia a tentativa de justificar o carácter não oficial das folhas e desculpar a pouca precisão da sua informação.

 

- Nome. É mencionado que um individuo chamado "Xristoforus" , mas depois o mesmo muda de nome e passa a ser designado por "Cristoforus". Há uma evidente tentativa de lhe atribuir vários nomes para coincidir com as variações do nome de "Cristovão" nos documentos oficiais.

 

- Idade. Nesta folha "Cristoforus", supostamente Cristovão Colombo, declara que tem "vinte e sete anos ou à volta disso". É inimaginável que Colombo não soubesse a sua idade e o notário aceitasse que o mesmo respondesse desta maneira num processo judicial.

 

- Moço de Recados. O "Cristoforus" que, em 1479, aparece neste rascunho não era comandante de navios, mas apenas um simples agente de um negócio de Paulo Negro. Vivia em Lisboa, como Paulo Negro, e foi aqui lhe foram dadas as ordens. Um facto que não se encaixa com a descrição que o próprio faz do seu passado de comandante. O patrão do navio é identificado como um português - "Fernando Palensio".

 

- Último dia. "Cristoforus" (Colombo ? ) só foi ao Tribunal Mercantil de Génova, de onde era natural, na véspera de partir para Lisboa, onde vivia. Estranhamente fez questão de registar este facto no rascunho da suposta acta oficial, mencionando inclusive que partiria no outro dia de manhã para Portugal.

 

Pela leitura do depreende-se só se deslocou a Génova, em 1479, para tratar deste processo. Não é crível que tenha feito uma tão longa e perigosa viagem naquele tempo para se demorar apenas algumas horas na sua suposta cidade natal, correndo logo a seguir para a sua amada Lisboa. 

 

- Paulo Negro. Este mercador, que tanto se pode chamar "Pedro" como "Lucas",  surge com um nome português - Paulo di Negro- vive em Lisboa, e foi nesta cidade que mandou Colombo à Ilha da madeira. 

Os falsários não escrevem o seu nome em italiano ou espanhol, nem sequer o latinizam. Porquê ? Com receio talvez de serem facilmente desmascarados.

 

Na verdade existia em Génova, no século XV, uma familia de mercadores com o apelido "Negro", mas era de origem portuguesa. Este apelido  era muito frequente em Portugal desde o século XII, nomeadamente entre mercadores judeus.

 

- Fernando Palensio",o patrão português que faria o carregamento do açúcar. Os falsários italianos serviram-se do nome de um conhecido corsário português - Alvaro Fernandes Palenço, verdadeiro terror dos mares. Mais

 

- Imprecisões. Para além das já mencionadas omissões, esta "Acta" é imprecisa em relação a todos os elementos que nos pudessem ajudar a precisar os individuos envolvidos neste misterioso negócio de açucar, assim como a a quantia que seria necessária para a compra se puder realizar, a razão do contencioso judicial, etc. 

 

Os falsários basearam-se num facto real - o comércio de açúcar com a Ilha da Madeira envolvia mercadores italianos, nomeadamente genoveses -, mas furtaram-se a precisar detalhes sobre o negócio de "Colombo" afim de evitar poder vir a serem desmentidos. 

 

O objectivo da falsificação deste "documento" parece ter sido o de criar a ideia que Colombo era um mercador genovês, de forma a ocultar o seu passado de corsário. Recorde-se que Colombo se evidenciou no saque de navios italianos, nomeadamente ao serviço de Portugal. Trata-se de um passado muito dificil de encaixar na sua suposta origem genovesa, e por os falsários trataram de forjar outra estória mais conforme à sua alegada origem italiana.

 

 

Farsa de Colombo Mercador

Os historiadores italianos têm procurado construir a fabula de Colombo mercador, baseados em dois documentos falsos ou falsificados: -o apêndice ao "Testamento" de 1506 e as folhas de Assereto.

Com base nestes documentos, como dissemos, pretendeu-se transformá-lo num mercador genovês estabelecido em Lisboa, com negócios de açúcar na Ilha da Madeira. 

O apêndice ao Testamento de 1506, como vimos, apresenta uma série de credores genoveses de Colombo: António Vazo, Luís Centurion Escoto, Paulo Negro e Baptista Espínola.

Nas folhas de Assereto surge, em 1478, ligado ao negócio do açúcar madeirense. Embora o carregamento não se tenha efectivado, afirma-se que era genovês e tinha negócios com o mercador genovês Paulo Negro (18), intermediário da Casa Centurión. 

Para tornar a história mais credível e completa, inventaram que num dos seus fretes para adquirir açucar, na Ilha da Madeira, encontrou com Filipa Moniz Perestrelo com quem se veio a casar. As viagem que fez foram aos serviço dos mercadores genoveses, etc.

Como é que Colombo se tornou mercador ? A explicação dos historiadores italianos e alguns portugueses é delirante:

a) Ao longo de 21 anos em Espanha (1485-1506), Colombo ignorou completamente todas as grandes casas genovesas, como os Di Negro, Centurione, Vazo ou Spinola. Não é crível que em Portugal tivesse andado ao serviço destes mercadores, e depois em Espanha os tivesse simplesmente ignorado. Os únicos em que se apoiou foi nos florentinos, justamente os únicos italianos que eram da confiança do reis de Portugal.

b )  Após 7 anos como corsário (1469-1476), em que andou a atacar barcos genoveses e venezianos, mas sobretudo depois de ter participado no saque e matança de genoveses ao largo do cabo de S. Vicente (1476), resolveu fixar-se em Lisboa, dedicando-se ao comércio com os seus conterrâneos aqui residentes.

c ) Não contente com o que fizera aos genoveses, entre 1476 e 1484 andou a pedir-lhes dinheiro emprestado que nunca lhes pagou. Só se lembrou de novo deles dezenas de anos depois, quando estava "pobre" e  apenas um dia antes de morrer (1506), e depois de saber que os seus credores haviam já falecido... 

As suas alegadas dividas ficaram registadas num apêndice ao seu Testamento para que os seus herdeiros se entendessem com os herdeiros dos ditos credores genoveses. As referências que deixou dos credores são de tal forma vagas, que não permitiam a ninguém pagar o que quer que fosse (texto nesta página). Faz ainda questão que o dinheiro para saldar as dividas fosse português !

d ) Apesar de ter prejudicado os genoveses, nunca se lembrou de os compensar, nomeadamente propondo-lhes a expedição às Indias. Ele e o seu irmão Bartolomeu Colon passaram anos a tentarem convencer os portugueses, castelhanos, ingleses, franceses, mas nunca os italianos.

e ) O desprezo para com os genoveses era de tal forma evidente que embora fosse alegadamente um deles, e vivesse no meio de mercadores genoveses, não sabia uma única palavra de italiano, o mesmo se passava com os seus irmãos. A sua correspondência com os italianos, incluindo os genoveses, é feita em latim e castelhano aportuguesado, nunca em italiano. Também nunca se lembrou de nomes italianos para dar a uma das muitas terras que descobriu. Os seus escritos estão repletos de elogios a Portugal e aos portugueses, mas nenhum aos italianos.

f )  Para cúmulo, nas Indias mandava mutilar ou matar todos aqueles que lhe chamasse de genovês. Os genoveses que foram para as Indias terminaram mortos, perseguidos ou afastados das descobertas por Colombo. 

Esta história de Colombo mercador é tão descabelada, que só os historiadores italianos e alguns portugueses eram capazes de a escrever, a fim de continuarem a prolongar a mentira.

Confusão de Negócios e Mercadores de Açúcar da Madeira

 

 

Paulo di Negro e a Casa Centuríon, em 1478, tinham negócios de açúcar na Madeira? É pouco provável. Os nomes destes genoveses estão claramente a ser confundidos com outros nomes similares para darem credibilidade à história.

 

a) Julho de 1478

 

Os falsários não escolheram ao acaso nem o ano, nem o mês de 1478. Neste ano, Bartolomeu Dias, ao comando da nau "Charachone" levou para o porto de Pisa, um enorme carregamento de açúcar (26),mandado de Lisboa por ordem do mercador-banqueiro Giovanni Guidetti para a companhia Cambini de Florença.

 

Bartolomeu Dias não se limitava a andar a fazer fretes no Mediterrâneo, andava também no corso-pirataria. 

 

A 21 de Junho de 1478, D. João II, prescindiu do quinto das presas, isto é, a parte que lhe cabia nos saques de navios, porque Bartolomeu Dias tinha pago pelo resgate de um escravo (português) em Génova, a soma de 12.000 reais.  

 

- Quem seria este português aprisionado pelos genoveses,  e pelo qual exigiram um valor tão elevado pelo seu resgate ? Ninguém sabe (26). 

 

Não deixa de ser significativo que Bartolomeu Dias estivesse nesta altura em Génova. 

 

Trata-se de um navegador que foi várias vezes referido por Colombo, e com quem, segundo Las Casas, terá navegado até ao Cabo da Boa Esperança. 

 

A nau que Bartolomeu era patrão denominava-se "San Christovan" (26). 

 

 

b) Paulo Negro.

O  nome do alegado mercador de açucar, como dissemos, aparece escrito em português por um notário genovês. O facto é revelador da confusão que se pretendeu criar. Porque os falsários referiram esta família ?

 

Desde o século XIX que está provado que a família  "Negro" ou "Nigro" que exercia a sua actividade  em Itália, no século XV, eram de origem portuguesa. Um facto que os falsários italianos não puderam esconder.

 

O apelido "Negro" era muito corrente, nomeadamente entre mercadores judeus. Em Lisboa, mas também em Alcácer do Sal (sede da Ordem de Santiago de Espada), registamos dezenas de  judeus no século XV com este apelido. Na verdade, uma das famílias mais antigas de Portugal tem justamente este apelido. 

 

D. Afonso Henriques, o 1º. rei de Portugal, no século XII, deu a um mercador judeu com este nome importantes privilégios por o ter ajudado na conquista de Lisboa, permitindo-lhe inclusive usar brasão. 

 

O cargo vitalício de Rabino-Mor, criado por D. Diniz no princípio séc.XIV, foi quase sempre exercido por uma única família, a dos negros. Eles tinham acesso directo ao rei, mas também no século XV à Casa Real de Bragança. O seu prestígio e poder era enorme na época. O último rabino-mor vitalício foi Abrão Negro, físico do rei D. Afonso V  (16).

 

Vitorino Magalhães Godinho demonstrou que na Madeira e em Antuérpia, existia uma poderosa família portuguesa de judeus e cristãos-novos, ligados ao comércio de açúcar, entre os seus membros destacavam-se Luíz Vaz de Negro, Ramires de Negro (filho) e Gabriel de Negro(17). Esta família não tinha qualquer relação com os genoveses Di Negro. Virgínia Rau, refere outro De Negro sem ligação a Génova (27).

 

Muitos outros exemplos podem ser referidos, o que revela que os falsários italianos se serviram destes factos para fabricar uma história sobre alegadas relações entre Colombo e os mercadores italianos "Di Negro".

 

c) Casa Centurian

 

Esta casa genovesa, em 1478, não tinha negócios com a Madeira. Os falsários sabendo isto, limitam-se a afirmar que Paulo Negro, funcionou como o intermediário de um negócio de açúcar que não se realizou...

 

O Codicilo de 1506, como vimos, refere o nome de Luís Centurion Escoto, como tendo emprestado dinheiro

a Colombo. Não há rastos destes mercador genovês em Portugal. 

 

O Codicilo acrescenta que era sogro de Baptista Espínola, irmão de António Spinola. Sabemos que este, em 1472, negociava trigo em Lisboa, e quando obteve a carta de naturalização, a 28/5/1490, já morava na Ilha da Madeira. Ambos eram filhos do mercador genovês Nicolo Spinola estabelecido em Lisboa.

 

Baseados em documentos falsos, com referências vagas e contraditórias, muitos historiadores portugueses dedicaram-se também a inventar historietas sobre Colombo-Mercador ao serviço da Casa Centurione, Di Negro, Spinola, Vazo... 

 

d) De Corsário a Patrão  

 

Um dos factos mais intrigantes, ainda não estudado é o do patrão português - Fernando Palensio". Os falsários italianos, como dissemos, serviram-se do nome de um conhecido corsário português - Alvaro Fernandes Palenço, verdadeiro terror dos mares. Estamos perante uma alusão ao passado de corsário do próprio Colombo. Mais

 

 

Carlos Fontes

 

  Notas:

(1) Herráez, Julio Pescador - El "Assereto": Estado de la  Cuestión, in, Jesus Varela Marcos (coord.) - Descubrimientos y Cartografia (II), Seminário Iberoamericano de Descobrimiento y cartografia. Tordesillas.1998, p.45.

(2) Cortesão, Armando - cartografia e cartógrafos portugueses dos séculos XV e XVI, Lisboa, 1935, vol. I, pp.200-201de

 3) Carrera de la Rede, Avelina - Traducción en Castellnano del Documento Assereto, in, Jesus Varela Marcos (coord.) - Descubrimientos y Cartografia (II), Seminário Iberoamericano de Descobrimiento y cartografia. Tordesillas.1998, p.54. É lamentável que esta primeira versão castelhana seja pouco rigorosa, tendo a tradutora alterado nomes, simplicado expressões, etc.

(16 ) Maria José Ferro Tavares, A Herança Judaica em Portugal. Lisboa. 2004

(17) Godinho, Vitoriano Magalhães - Os Descobrimentos e a Economia Mundial. 2ª. Edição.Vol. III, p. 212.

( 18 ) É um facto que no século XV havia em Génova uma familia Negro de mercadores. A verdade é que em Portugal também existia e muito mais antiga. No século XIX, os historiadores espanhóis já haviam referido que se tratava de uma familia judaica de origem portuguesa. Na verdade, o apelido Negro era corrente em Portugal, nomeadamente entre mercadores judeus. 

Um das familias mais antigas de Portugal tinha este apelido e era de mercadores.

D. Afonso Henriques, o 1º. rei de Portugal (século XII) deu a um judeu com este apelido importantes privilégios por este o ter ajudado na conquista de Lisboa, permitindo-lhe usar brasão. O cargo vitalício de Rabino-Mor, criado por D. Diniz no princípio séc.XIV, foi quase sempre exercido por uma única família, a dos negros. Eles tinham acesso directo ao rei, mas também no século XV à Casa Real de Bragança. O seu prestígio e poder era enorme na época. O último rabino-mor vitalício foi Abrão Negro, físico do rei D. Afonso V. 

Vitorino Magalhães Godinho demonstrou que em Antuérpia, esta família de judeus e cristãos-novos portugueses continou a ser muito poderosa, contando com mercadores como Luíz Vaz de Negro e Gabriel de Negro (Cf.Oceanos). Muitos outros exemplos podem ser referidos, o que revela que os falsários italianos se serviram destes factos para fabricar uma história sobre as relações entre Colombo e os mercadores italianos "Di Negro".

(26) Rau, Virginia -  Portugal e o Mediterrâneo no Século XV. Alguns Aspectos Diplomáticos e Económicos das Relações com a Itália. Lisboa. Centro de Estudos da Marinha. 1973. p.16

 

(27) 

   
 

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Carlos Fontes

 
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