Carlos Fontes

 

 

PORTUGAL  

Cristovão Colombo, português ?

 

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Almirante Mor de Portugal: Pedro de Albuquerque

 

O inventário dos pagamentos feitos a exilados portugueses pelos reis espanhóis, pode ser uma importante pista para descobrir a verdadeira identidade de Colombo. Não nos podemos  esquecer que o mesmo fugiu de Portugal, em 1484, após mais uma conspiração para assassinar D. João II. Alguns dos nobres que receberam dinheiro destes reis são um autêntico mistério para os quais não se encontra nenhuma explicação. 

 

Um dos nomes mais misteriosos é o de um "Almirante português" que, em 1492, recebeu a quantia de 60.000 maravedís (1) O facto reveste-se da maior importância, num ano que a Espanha iniciava a sua expansão marítima. 

 

Quem seria este almirante ? Cristovão Colombo?  As hipóteses sobre a sua identidade reduzem-se a duas:  Pedro de Albuquerque ou Cristovão Colombo.

 

No caso de ser Colombo, este pagamento prova de forma inequívoca a sua origem portuguesa. Recorde-se que em 1486 foi identificado como português num documento similar da corte espanhola.

 

Os resultados a que temos chegado são simplesmente surpreendentes, e apontam de forma precisa para esta possibilidade, permitindo inclusive solucionar inúmeros mistérios.  As investigações prosseguem.  

 

 

1. Pedro de Albuquerque

 

Pedro de Albuquerque, almirante-mor de Portugal  fez parte da conspiração contra D. João II liderada por D. Diogo, Duque de Viseu e de Beja. Tinha como missão, reter o rei em Setúbal, para o matarem e sublevar a fortaleza da Ordem de Santiago. O seu irmão, Lopo de Albuquerque, Conde de Penamacor esteve igualmente envolvido na conspiração.

 

A família de Pedro de Albuquerque já foi aqui analisada no essencial, tendo sido destacadas duas personagens: o seu irmão Lopo de Albuquerque e o seu sobrinho Mendes de Segura. Quem era este almirante de Portugal ?  

 

Sabemos muito pouco desta personagem. Em 1460, como veremos, foi preso em Aragão por andava, como capitão duma nau, com o seu irmão Henrique, capitão dum barinel, a roubar fustas, pessoas e bens dos aragoneses (17). 

 

Em 1462, no "Livro das moradias da casa do senhor Rey D. Afonso V", aparece mencionado como "cavaleiro fidalgo".

 

Capitão e Governador de Ceuta. Durante dois anos (1462 e 1463) foi nomeado capitão e governador de Ceuta, praça estratégica no Estreito de Gibraltar, mas também uma importante base dos piratas e corsários portugueses. 

 

Durante o curto período em que foi capitão de Ceuta, registaram-se dois importantes acontecimentos:

 

- O Duque de Medina Sidónia quando cercou Gibraltar, viu-se em dificuldades pela falta de mantimentos, tendo pedido auxilio aos portugueses. Pedro de Alburquerque não só o prestou, como fez questão de ser o primeiro a fazê-lo, só dando noticia do pedido auxilio mais tarde a Duarte de Meneses, capitão de Alcácer Ceguer (20).

 

- Estabeleceu, a 10 de Abril de 1463,  o primeiro tratado comercial entre portugueses e africanos (19).

 

Sabemos que, em 1462, D. Afonso V realizou uma expedição de socorro a esta praça, e no ano seguinte tentou conquistar Tânger por terra e mar. Trata-se de um dos períodos decisivos na expansão portuguesa: Inicia-se povoamento de Cabo Verde (1462); a Casa da Guiné é transferida de Lagos para Lisboa (1463), impondo-se um processo de centralização das expedições marítimas; Henrique IV de Castela doou as Canárias aos Condes de Atouguia (1463), navega-se já a sul do Cabo Mensurado (actual Libéria), etc.

 

D. Afonso V, em carta datada de a 14/11/1466, aparece de novo mencionado como "fidalgo da nossa casa", e pelos "muitos e estremados serviços" que lhe prestara deu-lhe os julgados de Avelãs e Sangalhos.  

 

Em  1468 casa-se com Catarina Costa irmã do célebre cardeal de Alpedrinha. Uma mulher que enfrentou, em 1484, D. João II e levou consigo para Sevilha, a marquesa de montemor-o-novo, sobrinha de Colombo.

  

Entre 1469 e 1474 realizou uma ou mais importantes missões ao serviço do rei, pelo qual recebeu uma importante quantia de dinheiro.

 

Em 1471, em Outubro, o rei dá-lhe a alcaidaria do Sabugal, por morte do Conde de Marialva. 

 

Em 1475 recebe ordens de D. Afonso V para travar uma possível invasão dos castelhanos. Era nesta altura capitão do Sabugal e Alfaiates. É neste ano que o rei lhe faz várias mercês dando-lhe, por exemplo, duas moradas na Rua da Ferraria em Lisboa. A carta do rei, datada de 16/10/1475, refere os muitos serviços que este lhe prestou em Castela, como em Portugal, África e em outras partes (15).

 

D. João II, a 3/10/1483, trata-o como "fidalgo da nossa casa" e do "nosso conselho", revelando a alta posição que continua a ocupar na corte. Nomeia-o almirante -mor de Portugal (16), cargo que aparentemente o terá obrigado a entregar os castelos do Sabugal e Alfaiates. Para o compensar de algum prejuízo deu-lhe também as lezírias da Azambuja, rendas em Sintra e Alhandra

 

Poucos meses depois de ser nomeado almirante-mor aparece envolvido na conspiração de Agosto de 1484. Foi acusado, julgado e aparentemente executado em Montemor-o-Novo. 

 

A sua história é todavia mais misteriosa do que se pensa, e são múltiplas as ligações a Cristovão Colombo. A vida de um e outro andam estreitamente unidas.

 

1.1. De Corsário a Almirante-Mor 

 

A nomeação de Pedro de Albuquerque para almirante -mor tinha que traduzir o reconhecimento real da sua sólida formação náutica e capacidades de comando. Estamos perante o cargo mais elevado da marinha portuguesa, num altura que era a mais poderosa do mundo. 

 

O mistério deste almirante português, revela-se de imediato quando estudamos os corsários portugueses dos reinados de D. Afonso V e D. João II. Em 1460, o rei de Aragão - Juan II - comunica a prisão de dois corsários portugueses que andavam a saquear navios no Mediterrâneo: Pedro de Albuquerque e o seu irmão Henrique ( 8 ). Desde o inicio do século XV que corsários portugueses percorriam o Mediterrâneo, nomeadamente os mares da Sicilia (9)

 

No Rol de despesas da Fazenda Real no período  que medeia entre 1470 e 1474, aparecem a listagem daqueles que foram pagos por expedições no mar (4 ). Três nomes destacam-se desde logo:

 

- "Pero d`Albuquerque" que recebeu 2.500 dobras.

- "Pedro João Cullão", que recebeu por 4 vezes, 22.000 dobras.

- "Pero d`Ataíde" por uma expedição ao cabo de Gué, 800 dobras.

 

A listagem infelizmente não nos permite estabelecer as datas em que foram realizadas as acções destes corsários. 

 

Apenas sabemos que Pedro de Albuquerque em 1471 recebeu várias mercês de D. Afonso V, como recompensa pelos seus serviços. Que serviços? a participação na conquista de Arzila (1471)? 

 

O que sabemos é que em Janeiro de 1473, um navio português - Santa Maria da Luz - que transportava mercadorias de Lisboa para os Países Baixos  foi aprisionado no porto cantábrico de Laredo, quando se abrigava de uma tempestade. A autorização para o aprisionamento fora dada pelo rei de Castela. Este outorgara a Juan de Arósteguy uma carta no valor de 8 mil dobras para reparação dos danos sofridos por ocasião do apresamento de uma caravela pelo cavaleiro português Pedro de Albuquerque (14), que vendeu o produto do saque aos mouros de Málaga. O seu navio de guerra chamava-se "Portra".

 

 Podemos concluir que entre 1460 e 1473 este corsário continuava muito activo ao serviço do rei de Portugal.

 

Pedro João Cullão tem sido apontado como o próprio Colombo (5 ), o qual desde 1469 andava no corso ao serviço de D. Afonso V. Repare-se no pormenor de que antes de 1474 ser identificado por Pedro João. Estamos em crer que trata do próprio Pedro de Albuquerque arranjou este nome, em finais dos anos 60, para não ser identificado.

 

Pedro de Ataíde, "o Inferno", um dos mais famosos corsários português, um verdadeiro terror dos mares. Morreu em 1476, na célebre batalha ao largo do Cabo de S. Vicente, na qual Cristovão Colombo participou como corsário. Mais

 

Tendo em conta a sua experiência no mediterrâneo é provável que, em 1480, tenha feito parte da armada que partiu de Lisboa em socorro do rei D. Fernando III de Nápoles que estava a ser atacado pelos turcos. Esta esquadra foi comandada pelo seu parente, o célebre Afonso de Albuquerque.

 

 

2. Conspiração e Morte

 

Fez parte com o seu irmão - Lopo de Albuquerque - da conspiração contra D. João II, em 1484, e segundo todos os cronistas do tempo, incluindo Garcia de Resende, Rui de Pina (Crónica de D. João II) e outros foi preso e decapitado. 

 

Um dos relatos da morte deste almirante:

 

"Pedro de Albuquerque foi preso em Lisboa, e levado à Casa da Suplicação aonde faz a El-Rei uma fala eloquente, e respeitosa, em que implorava a sua clemência, e lhe representava os seus serviços nos encontros mais rigorosos da guerra; mas todas as diligencias foram inúteis, e lhe cortarão a cabeça. A sua mulher D. Catarina da Costa, irmã do Cardeal desse apelido, fez el -rei mercê dos bens, que lhe confiscarão, em atenção a lhe dar (?) a Praça do Sabugal, que fora do seu marido". (2) .

 

Alguns pormenores são relevantes nesta história. Pedro terá fugido de Setúbal, refugiado-se em Lisboa onde acabou por ser preso. O D. João II interrogou-o pessoalmente, e após ter sido condenado foi levado para Montemor-o-Novo para ser degolado. O marquês desta vila, fugiu para Castela, sendo considerado o principal instigador da conspiração para matar o rei em Setúbal. 

 

2.1. Falsas Mortes   

 

Nem sempre as coisas são o que parecem ser nesta conspiração. Sobre o seu irmão, por exemplo, Rui de Pina e Garcia de Resende afirmaram que havia morrido em 1493, mas em 1496 ainda continuavam vivo. os seus familiares também a encenarem a sua morte em 1493 no Convento de Santo António da Castanheira. Uma operação que envolveu directamente D. João II.( Consultar ).

 

É por tudo isto que nos interrogamos se Pedro terá sido efectivamente morto, ou se tudo não passou de mais uma farsa como aconteceu com o seu irmão ? Estamos perante o "almirante português " que em 1492 foi pago pelos reis espanhóis, e que aparece incluido no rol dos nobres exilados ? 

 

3. Catarina da Costa

 

Uma boa parte do poder de Pedro de Albuquerque decorria da sua esposa - Catarina da Costa - com quem se casou em 1468, e da qual não teve descendência

 

Catarina era meia-irmã do Jorge da Costa (1406-1509), o poderoso arcebispo de Lisboa, mais conhecido por cardeal Alpedrinha (21). Este cardeal não se cansou de dar à sua meia-irmã inúmeros "presentes":   Em 1468 deu-lhe logo um prédio em Lisboa e uma boa renda para começo de vida. Deu-lhe também a herdade das Pancas, que comprou a compra a D.Fernando de Vasconcellos, que a tivera de seu sogro D. Pedro de Menezes (22)

 

Após a conspiração de Agosto de 1484 Catarina refugiou-se no Castelo do Sabugal, deslocando-se depois a Castelo Branco para conferenciar com D.João II. A troco da sua rendição o rei prometeu-lhe que não confiscaria os seus bens

 

O rei pede-lhe "siso e descrição grande", em troca dá-lhe uma tença 100.000 reis cada ano, para "soportamento da sua honra". Compromete-se também a seguir as instruções de Jorge da Costa. Afirma que sentiria um enorme prazer se a mesma quisesse ser "donzela" da sua esposa, a rainha dona Leonor, podendo andar na sua casa com total liberdade e quando quisesse.   

 

O que se seguiu continua a ser um mistério. Terá entrado para o Convento de Santa em Lisboa, sem votos, do qual o seu irmão Jorge foi um dos principais benfeitores. 

 

3.1. Fuga para Castela com a Marquesa de Montemor

 

A verdade é que, no ano seguinte D. João II numa carta do rei a Jorge da Costa, dá-se conta que Catarina não apenas fugiu para Castela, mas mandou matar Fernão de Lias, levando consigo sequestrado Alvaro Osório ( Aluaro Osorez), abade seu criado, e a Marquesa de Montemor-o-Novo, Isabel de Noronha (10).  

 

O rei dá conta que esta fuga fora coordenada com os reis de espanhóis, pois os fugitivos foram acompanhados por uma escolta castelhana ("lanças castelhanas"). O rei solicita ao cardeal a sua intervenção e pede-lhe que continue a confiar nele. Estava tudo planeado.  

 

Em Castela podemos todavia saber do seu rasto. Pelo menos em 1488 e 1490 recebeu uma significativa mercê dos reis espanhóis (13 ).

 

Votamos a ter noticias de Catarina da Costa, em Agosto de 1492, quando antes de ingressar no Convento de Santa Clara em Lisboa,  fez a doação a seu irmão o arcebispo de Braga D. Jorge da Costa da sua quinta junto a Alcochete (herdade das Pancas) e das suas casas junto a S. Jorge (22)

 

Depois da sua subida ao trono de D. Manuel I (1495), muitos destes nobres regressaram a Portugal. Outros permaneceram em Espanha, mas continuaram a gerir o seu património que lhes começou a ser devolvido. Parece ter sido este o caso de Catarina da Costa, a esposa do "almirante português".

 

Retrato de D. Jorge da Costa, no painel do Arcebispo de Nuno Gonçalves

 

3.1 Jorge da Costa, Cardeal de Alpedrinha 

 

Jorge da Costa entre 1480 e 1509, a partir de Roma dominou de forma ABSOLUTA a igreja em Portugal. Nada do que aqui se passava lhe era estranho. Foi o principal mentor da divisão do mundo entre Portugal e Espanha, tal como aparece consagrado no Tratado de Tordesilhas.

 

Embora não tenha participado nas conspirações de 1483 e 1484, viu os seus familiares directos nela envolvidos, e foi da mesma informado pessoalmente pelo rei. 

 

Jorge da Costa possuía um magnifico sistema de comunicações entre Lisboa e Roma. Encontra-se sepultado na Igreja de Santa Maria do Populo, em Roma. 

 

Pedro era cunhado de um dos homens são influentes da Europa, que estava por dentro das questões políticas e estratégicas dos descobrimentos e das relações ente Portugal, Espanha e a Santa Sé.

  

a) Casamentos reais. Esteve envolvido em todos os casamento estratégicos no reinado de D. Afonso V: contrato de casamento deste rei com Isabel, a Católica; casamento não realizado de D. João (futuro rei D. João II), com Joana, dita "Beltraneja" e de D. Afonso V com mesma. 

 

b) Lóios. Foi cónego dos Loios, ao qual estava ligado Alvaro de Bragança, no Convento dos quais se encontra sepultado em Évora.

 

c) Agostinhos. Dirigiu os agostinhos em Portugal (Grijó, S. Jorge, Roriz, Caramos, Junqueira, Landim, Oliveira, Macelos, Longovales),  num convento dos quais estava o panteão dos albuquerques (Convento da Graça em Lisboa).

 

d) Poder na Igreja. Possuía um enorme poder na Santa Sé, chegando a ser eleito papa, mas não aceitou. O seu poder estendia-se a dioceses, ordens religiosas e igrejas de Portugal, Espanha e Itália. Era arcebispado de Lisboa (1464-1501) e Braga (1501-1505). Sixto IV, nomeou-o cardeal em 1476.  Em Itália dirigiu as dioceses de Albano, Frascati e Porto-Santa Rufina (3 ), recebia as rendas de Tranteverim (Roma) e de uma abadia de Veneza, legado de Veneza e Ferrrara. Possuía também em Itália a Vila de Arpanica. Em Espanha o seu poder estendia-se a Navarra e Burgos (Deão). Em Portugal o seu poder era enorme

 

Graças à sua intervenção junto da santa Sé foi criada a Misericórdia de Lisboa, com o apoio da Rainha Dona Leonor. Tendo sido eleito papa recusou a favor do seu amigo Julio II, o qual, em 1506, devido à sua intervenção, aprovou finalmente o Tratado de Tordesilhas. Neste ano, recorde-se, Colombo morreu em Valhadolid. Portugal reforçava deste modo a sua posição na partilha do mundo. 

 

e) Descobrimentos. Esteve envolvido nas negociais internacionais sobre os descobrimentos. Terá sido da sua autoria a ideia de dividir o mundo entre Portugal e Espanha. D. João II e D.Manuel I teve nele o seu principal aliado agente na Santa Sé para a defesa dos interesses de Portugal. A ratificação do Tratado de Tordesilhas (1506) deve-se em grande parte à sua acção.

 

Jorge da Costa era portanto uma figura incontornável, não apenas em Portugal, mas também no Vaticano. 

 

 

 

 

 

B)  Pedro de Albuquerque  e Colombo

 

Não sabemos a relação que havia entre estes dois homens. Uma coisa é certa: a ligação existia e era muito forte, como se pode verificar nos muitos muitos factos que os unem.

 

1. Pedro Colón

 

Vários historiadores, como Alicia B.Gould, chamaram à atenção para o facto de que vários contemporâneos de Colombo, muito bem informados, afirmarem que o seu primeiro nome era Pedro e não Cristovão.

O cronista de Fernando de Aragão - Lucio Marineo Siculo (1444? -1536) - trata-o desta forma (3 ). Estamos perante um historiador italiano, cuja maior parte da sua vida foi passada em Espanha. É considerado credível e bem informado dos segredos da corte espanhola. 

Escreveu entre outras obras : Como cronista escribió el De laudibus Hispaniae Libri VII (1504) e De Aragoniae Regibus et eorum rebus gestis libri V (Saragoça, 1509), de qual se extraiu  Sumario de la vida de los Reyes Católicos, don Fernando y doña Isabel, Madrid,1587).

Esta afirmação foi também corroborada pelo padre português Gaspar Frutuoso, natural da Ilha de São Miguel (Açores), que em 1589 afirma ter encontrado documentos nos arquivos da Ilha de Graciosa (Açores), segundo os quais o capitão donatário Pedro Correia fora casado com Eseu, Hiscoa ou Hizeu Perestrello, cunhada de "Pedro Colombo que descobriu o Novo Mundo".

2. Corsário

 

A experiência marítima de Pedro de Albuquerque começou pelo menos em 1460, quando andou a atacar navios no Mediterrâneo. Colombo referiu explicitamente estas datas. 

 

"De muy pequeña hedad entré en la mar navegando y lo he continuado hasta hoy. Ya pasan de XL años que yo voy en este caso" (carta de 1501 aos Reis católicos). Colombo é muito claro ao afirmar que começou a navegar por volta de 1461.Neste ponto não podia mentir.

 

Os arquivos de Aragão, confirmam que na mesma altura Pedro de Albuquerque e o seu irmão Henrique na foram presos como corsários na Catalunha.  

 

"Yo he andado por el mar veintitres años sin salir por tiempo que deba descontarse. Navegué por todo el Levante e todo el Poente". (Diário de Bordo, 12 de Dezembro de 1492).

 

Este período, entre 1461 e 1484 coincide com aquele que Pedro de Albuquerque teve a sua grande actividade com corsário, até chegar a almirante-mor.

 

Ao serviço de Renato de Anjou. Colombo em 1472 ou 1473, como corsário comandou um navio de Renato de Anjou no Mediterraneo, tendo sido enviado a Tunes para prender uma galera Fernandina.

 

Na mesma altura esta zona do Mediterrâneo estava cheia de corsários e piratas portugueses, como refere o rei de Aragão, João II (carta de 20/6/1472). Entre 3 de Outubro de Outubro e 7 de Novembro de 1473, navios corsários portugueses atacam a armada do rei de Aragão e navios venezianos.

 

Reconhecimento de D. João II.  Em 1483 D. João II veio de Évora a Lisboa, a fim de se encontrar com Colombo na Igreja de Carnide, para lhe mostrar testemunhos de terras a Ocidente. Pedro de Albuquerque, em 1484, é nomeado por D. João II

almirante-mor de Portugal.   

 

 

3.  Almirante

 

"Não sou o primeiro almirante da minha família" (carta de Colombo ao príncipe D. João de Castela). Esta afirmação que continua a provocar alguma perplexidade entre os historiadores Na família de Pedro de Albuquerque existiram vários almirantes, mas na suposta familia italiana de Colombo nem um único. 

 

Mascarenhas Barreto, demonstrou todavia que Colombo poderia não estar a mentir mesmo se fosse italiano, pois entre os seus familiares da parte da sua esposa portuguesa (Filipa Moniz Perestrelo) podem encontrar-se também almirantes.

 

Estatuto de Almirante

 

Em 1492, durante a negociação das "Capitulações", Colombo exigiu ter o mesmo estatuto de um almirante castelhano, que durante a guerra entre Portugal e Castela (1475-1479) tomara o partido de Portugal.

 

Pagamentos em 1487 e 1492

 

No primeiro pagamento de Colombo, em 1487, aparece identificado como "português". Nos pagamentos seguintes até 1491, a sua identidade é ocultada.  Em 1492 Colombo aparentemente não recebeu qualquer quantia, o que é um facto anómalo. No entanto, neste ano como vimos, os reis católicos quando lhe dão o título de "Almirante do Mar Oceano", fazem um pagamento a um enigmático "almirante português".

 

Pirescoxe (Sacavém)

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4. Canárias 

 

 

O pai de Pedro - João de Albuquerque -, afirma ter andado a combater na Grã Canária, ao ponto de o lembrar no seu túmulo (1480). Fez questão se associar aos indios, o "homem selvagem", ladeando o seu brasão com dois deles. 

 

É natural que tivesse levado consigo o seu filho nestas expedições, o que nos permitia explicar o conhecimento que Colombo tinha deste arquipélago. 

 

Segredo da Grã Canária

 

Os feitos aludidos no túmulo de João de Albuquerque parecem terão ocorrido numas das expedições enviadas para conquistar a Grã Canária. Entre elas destaca-se a de 1466. Henrique IV de Castela, concedeu as Canárias a Martin Gonçalves de Castro, Conde de Atouguia e a Pedro de Meneses, Marquês (?) de Vila Real, que as venderam ao Infante D. Henrique. Este mandou neste ano uma expedição comandada por Diogo da Silva para tomar posse do arquipélago, no que foi particularmente  infeliz na Grã Canária. Apesar disso, D. João II, em 1483, fa-lo-á Conde de Portalegre. A expedição de 1478, com idênticos objectivos, redundou num fracasso também na Grã Canária. 

 

Colombo nas suas expedições à América evitou sempre aportar a esta ilha, revelando conhecer muito bem o arquipélago e as as suas histórias. Os desaires militares portugueses na Grã Canária estavam certamente na sua memória. Em contrapartida fez de La Gomera a sua base, onde tinha também a sua base um corsário português ( consultar ).

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  5. Norte de África

Os Albuquerques de Angeja estiveram todos ligados à conquista de várias praças do Norte de África: Ceuta, Tanger, Arzila, Alcácer Ceguer, etc. 

Neste sentido  não admira, a enorme preocupação que Colombo revela com a defesa destas praças portuguesas.

 

 

6. Guiné

 

Alguns historiadores tem chamado à atenção para a preocupação que Colombo revelavou com tudo o que dissesse respeito à Guiné, onde terá ido "muitas vezes". 

 

Guiné e Costa da Malagueta

 

O seu irmão Lopo de Albuquerque desde 1475 que tinha o trato da malagueta e especiarias da Guiné. Pedro de Albuquerque terá certamente ido à Guiné, nomeadamente para tratar de interesses familiares. 

 

"Vi algumas sereias na costa da manegueta (Malagueta) embora não fossem tão semelhantes às mulheres como as pintam".

 

Colombo refere que navegou muitas vezes de Lisboa para a Guiné. no Diário de Bordo, refere uma destas viagens, dizendo que trouxe da Guiné dois navios, tendo deixado um em Porto Santo (Madeira). 

 

"Naveguei muitas vezes desde Lisboa até à Guiné, considerei diligentemente, que o grau corresponde na terra a 56 milhas e dois terços"

 

Castelo de S. Jorge da Mina

 

Não deixa de ser curioso que o mais celebrado navegador de Aveiro - João Afonso de Aveiro - tenha participado na expedição à costa da Mina (1481) e na descoberta do Rio Zaire e Reino do Congo com Diogo Cão. A ele se associa, ainda, a descoberta do Benim (1486), durante algum tempo conhecido por Terras de João Afonso ou de Terras de Afonso de Aveiro, onde estabeleceu uma feitoria, bem como a vinda da primeira pimenta para Lisboa. Os Albuquerques de Angeja, como vimos,  tinham interesses na região da Guiné. 

 

Colombo naturalmente afirma que conhecia este castelo: "Estive no castelo de São Jorge da Mina do Rei de Portugal, que está debaixo do Equatorial e sou boa testemunha de que não é inabitável, como querem alguns".

 

 

 

7. Terra Nova (Canadá)

 

  

Terra dos Bacalhaus

 

A circunstância do ramos dos Albuquerques  de Pedro ser da região de Aveiro, permite-nos explicar outro facto importante, as referências de Colombo à "Terra do Bacalhau". Como é sabido, a maioria dos pescadores de bacalhau em Portugal eram de  Aveiro. Em 1504 havia na Terra Nova ( Canadá) colónias de pescadores de Aveiro e de Viana do Minho. Em 1506 um dos principais portos bacalhoeiros era Aveiro. No reinado de D. Manuel I,  Aveiro foi o porto que mais navios enviou para a Terra Nova (cerca de 60 naus) e em 1550 saíram cerca de 150 naus. 

 

Corte Reais   

 

Nesta região onde predominam os Albuquerques de Angeja, os melos e os pereira temos também importantes casas do Corte Real, descobridores da América do Norte.

 

O primeiro que teve o apelido de Corte Real foi Vasco Anês Corte Real, alcaide-mor de Tavira, fronteiro-mor do Algarve, povoador da Ilha Terceira (Açores). Estamos perante um ilustre cavaleiro da Ordem de Aviz. Entre os seus filhos destaca-se João Vaz Corte Real, descobridor da Terra Nova, e pai de outros famosos navegadores e descobridores da Terra do Bacalhau: Gaspar, Miguel e Vasco Anês Corte Real. As coincidências são ainda maiores se tivermos em conta as famílias das suas esposas.

 

Colombo refere a família dos Corte Real, assim como as suas descobertas.

 

Projecto da navegação para Ocidente

 

Numa carta a Fernando de Aragão, datada de 1505, refere que milagrosamente veio aportar a Portugal, onde o rei entendia melhor que qualquer sobre navegações. Afirma que tentou por todos os meios convencê-lo da sua ideia de atingir a India navegando. O inicio destas conversações aponta para 1471, ou o mais tardar para 1474.  

 

O facto nada tem de extraordinário se tivermos em conta os testemunhos do próprio Colombo sobre as expedições que estavam a acorrer em Portugal.  Em 1471 João Corte Real navegando para Ocidente terá descoberto a Terra do Bacalhau (Tierra de los Bacallao ou Terra Nova (Canadá), uma descoberta confirmada por outras expedições: na companhia de Alvaro Martins Homem (1473) e de Pedro de Barcelos ( 1473-1475). Nos seus apontamentos deixou registada precisamente estas descobertas, as quais foram repetidas por Las Casas e Hernando Colón. 

 

Andando no mar desde 1460, vivendo na região de Aveiro ligada à pesca do bacalhau, era relativamente fácil ter acesso a estas informações. O acesso ao rei era ainda mais simples: o pai de Pedro de Albuquerque (Colombo) fazia parte do conselho do rei D. Afonso V. 

 

 

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8. Reencontro no Ribatejo

 

No regresso da sua primeira viagem à América, Colombo durante dez (10 ) dias andou por Lisboa e dirigiu-se justamente para a região onde Pedro e Lopo de Albuquerque possuía vastas propriedades, nomeadamente Azambuja e Alhandra

 

Trata-se de um também de uma região, onde se destacavam povoações como Alhandra, Vila Verde dos Francos ou Alenquer (10), onde predominavam os albuquerques e os noronhas ( Consultar )

 

Dois exemplos destes reencontros: Antes de partir para Espanha, foi ao  Convento de Santo António da Castanheira (Panteão dos Ataídes e Albuquerques) e passou a noite de 11 para 12 de Março em Alhandra ((Vila Franca de Xira), no Palácio dos Albuquerques, situado na Quinta do Paraíso. Pedro tinha aqui uma propriedade.

Foi nesta povoação que nasceu D. Afonso de Albuquerque (1453-1515), vice-rei da India e construtor do Império Português no Oriente. Recorde-se que um antepassado homónimo, no finais do século XIV, foi grão mestre da Ordem de Santiago de espada, à qual Colombo tem evidentes afinidades. 

 

9. Ordens Militares 

 

A palavra "Colon", com o seu filho esclarece significa "membro de uma Ordem/Irmandade". Mostramos já dezenas de exemplos das suas ligações a duas ordens militares portuguesas. 

 

Ordem de Cristo

 

D. Fernando, Duque de Beja e de Viseu foi mestre da Ordem de Cristo e de Santiago. Os seus filhos, apenas herdaram, o mestrado da Ordem de Cristo. Henrique de Albuquerque pertencia a esta Casa Ducal, mas não sabemos a que ordem militar estava ligado.  

 

Ordem de Aviz

 

A Ordem Militar de Aviz tinha na região de Santa Maria da Feira e em Aveiro os seus mais fiéis seguidores. Era aqui que o Condestável Nuno Alvares Pereira tinha as raízes históricas da sua família - os Pereira.  A mãe de Pedro chamava-se justamente Helena Pereira, e era filha dos senhores de Santa Maria.

 

A ordem de Avis eram uma das grandes proprietárias de terrenos em Aveiro, nomeadamente da envolto dos terrenos do Convento de Santo António.

 

Bandeira de Aviz. Não admira que Colombo, com todas estas referências familiares, quando chegou à América a 12/10/1492, tenha mandado erguer a sua bandeira pessoal com uma cruz verde, símbolo da ordem de Avis e de Portugal. 

 

 

Ordem de Santiago 

 

Colombo tinha também uma enorme afinidade com a Ordem de Santiago de Espada, sobretudo com a sua sede em Alcácer do Sal. O facto nada tem de extraordinário se soubermos que a principal capela da Igreja dos Martires, no panteão dos mestres desta Ordem Militar, era justamente a capela de um comendador da família dos pereira.  

 

Os albuquerques estavam profundamente ligados à Ordem de Santiago. Em finais do século XIV - Fernão Afonso de Albuquerque - , mestre desta Ordem militar, durante a revolta de 1383 colocou desde logo as suas forças e o castelo de Santiago do Cacém (Alentejo) ao serviço da causa do Mestre da Ordem de Aviz. 

 

A dinastia de Aviz estava assim ligada desde a sua origem aos pereira, mas também aos albuquerques.

 

O mais célebre de todos os albuquerques - Afonso de Albuquerque -, segundo a lenda foi sepultado com o estandarte santiaguista, a cuja ordem pertencia.

 

A região ribatejana dos albuquerques estava repartida entre a Ordem de Santiago e a Ordem de Aviz. Não admira que Colombo apareça associado a estas ordens militares e quando regressou da América foi para lá que se dirigiu..

 

 

10. Judeus e Judiarias

 

Os Albuquerques de Angeja estavam intimamente ligados a várias comunidades de judaicas. Os seus domínios estavam implantados nas regiões onde as mesmas predominavam. Lopo de Albuquerque, como vimos, possui as rendas das judiarias de Faro, Tavira e Trancoso. 

 

Esgueira (Aveiro), junto a Angela,  tinha também uma importante comunidade de judeus. No século XVII no brasão desta povoação surge representado a estrela de David (seis pontas, popularmente conhecida por sino-saimão = símbolo de salomão). Colombo revela ligação não esporádica com o judaísmo (consultar).  

 

 

 

11. Contactos Internacionais

 

 

França e Inglaterra 

É espantosa a coincidência de datas e itinerários de Bartolomeu Colón e Lopo de Albuquerque. Em 1488 quando este estava em Londres, chega Bartolomeu. Lopo vai para França Bartolomeu segue-o. Lopo chega a Espanha em 1493, não tarda a aparecer também Bartolomeu à procura do seu filho adoptivo - Diego Mendes de Segura, o secretário vitalício de Colombo ( consultar ).

 

Ainda que Bartolomeu e Lopo não fossem a mesma pessoa, bastava admitirmos a hipótese de ambos estarem a trabalhar em conjunto para os inúmeros problemas que se tem levantado para explicar o percurso de vida de Bartolomeu terem completa explicação, nomeadamente a aparente facilidade que tinha de acesso aos reis e às casas da alta nobreza nestes países.

 

 

Jorge da Costa, Cardeal Alpedrinha 

 

O acesso de Colombo á correspondência entre D. Afonso V manteve com Toscanelli, por volta de 1474, tem nesta hipótese a sua completa explicação. 

 

Pedro de Albuquerque era cunhado desde 1468 do arcebispo de Lisboa. Acontece que o padre português ( Fernando Martins) que se correspondia como cosmógrafo italiano pertencia à Sé de Lisboa, sendo portanto subordinado de Jorge da Costa.

 

Os outros clérigos portugueses que se corresponderam com italianos trocando informações sobre Colombo, estavam todos também na dependência do poderoso Cardeal de Alpedrinha. 

 

Ali encontramos a  "casa dos cavaleiros", anterior ao século XV, e que pertencia à família dos Albuquerques de Viseu. 

 

 

 

Carlos Fontes

  Notas:

(1) Quesado,  Miguel-Ángel Ladero - La receptoría y pagaduría general de la Hacienda regia castellana entre 1491 y 1494 (De Rabí Meír Melamed a Fernán Núñez Coronel), Universidad Complutense. Madrid, in En la España Medieval, 2002. 

(2) Faria e Castro, Damião António de Lemos - História Geral de Portugal e Suas Conquistas, , 1787. Tomo VIII. Livro XXX, Cap. I, p.107. 

(3 ) Mendonça, Manuela - D. Jorge da Costa - Cardeal de Alpedrinha. Lisboa. Colibri. 1991.

(10 ) Em Alenquer estava no coração das famílias que sempre o rodearam - os Noronhas, Albuquerques e Ataídes -, mas também de grandes navegadores a que anda quase sempre associados.

Em Vila Verde(dos Francos), junto a Alenquer,  residiam os Albuquerques, aparentados com os Noronhas, contando desde o século XIV com vários almirantes

Eram naturais de Alenquer entre outros, os seguintes navegadores: 

 

- João Afonso de Alenquer, avó do navegador João Gonçalves Zarco (1), teve um papel muito importante na conquista de Ceuta (1415). Os Zarcos (Câmaras) ligaram-se aos Noronhas no século XV.

 

- Bartolomeu Dias (1460- ), cuja descoberta do Cabo da Boa Esperança foi justamente  salientada por Colombo. Este navegador participou na 1ª. viagem de Vasco da Gama à India (1497/8), e na Armada de Alvares Cabral que "achou", em 1500, o Brasil, tendo falecido no regresso. 

 

- Pêro de Alenquer,conhecido certamente de Colombo, pois fez parte da expedição de Bartolomeu Dias. A nau era pilotada por Pêro de Alenquer, que fez muitas observações e cálculos que Colombo afirma ter discutido com os próprios intervenientes. 

 

- Vasco da Gama. As duas vilas são apontadas para a sua origem: Alenquer e Sines.

 

(4 ) Faro, Jorge - Duas Expedições enviadas à Guiné anteriormente a 1474 e custeadas pela Fazenda de D. Afonso V, in, Boletim cultural da Guiné portuguesa. Vol. XII, janeiro de 1957, nº.54, pp.71, e segs. ; e Receitas e despesas da Fazenda Real de 1384 a 1481 (subsídios documentais), 1965.pp. 5 e segs. 

 

(5) Pedrosa, Fernando - Cristovão Colombo. Corsário Português (1469-1485). Academia da marinha. Lisboa. 1989.p79

 

(7) Não é de excluir a hipótese  de estarmos perante uma ataide:  Seria Filipa de Ataíde, casada com Nuno Vaz de Castelo-Branco, 10º almirante de Portugal, monteiro-mor de D. Afonso V e Alcaide de Moura ? Não há relatos da sua saída para Espanha no grupo dos conspiradores de 1484.

Filipa de Ataide era filha de João de Ataíde, senhor de Penacova. Nuno Castelo Branco fazia parte de uma familia de almirantes de Portugal.  O filho de ambos - Pedro de Castelo Branco - foi também almirante. Casou-se com Mécia de Camões, filha do alcaide-mor de Aviz. Ao que se sabe teve dois filhos: Pedro de Castelo Branco, que se casou com Margarida de Lima e Mécia de Castelo Branco que se casou com Aires da Gama. Estamos todavia ligados a cavaleiros da Ordem de Aviz que D. João II era mestre, e cuja bandeira Colombo exibiu a 12 de Outubro de 1492 quando chegou às Indias.

( 8) Carta de 2/9/1460 de Juan II de Aragão a Mossen Requesens sobre dois barcos portugueses de Pedro e Henrique de Albuquerque que haviam sido feitos prisioneiros por catalães, sendo acusados de serem corsários. Cfr. Archivo de la Corona de Aragón (Barcelona), Cancillería, reg.3374, fol.13 V-14 v.. Publicado por Luis Adão da Fonseca - Navegacion y Corso en el Mediterraneo Occidental. Los Portugueses a Mediados del siglo XV. Pamplona. 1978..    

( 9 ) Dinis, A. Dias - Monumenta Henricina, vol.5, Coimbra. 1963, doc.2, pág.52-53.

(10 ) Lopes de Chaves, Alvaro - Libro de Apontamentos (1438-1489), Códice 443 da Colecção Pombalina da BNL. Lisboa. IN-CM. p.307-309.

(11) Pinto, Maria Cristina Gomes Pimenta - As ordens de Avis e de Santiago na Baixa ... 

(13 ) De cada vez recebeu 150.000 maravedis, o que diz bem do estatuto que lhe era atribuido como irmã do cardeal de Alpedrinha. Cfr. Quesado, Miguel Ángel Ladero - La Hacienda Real de Castilla en el Siglo XV. Edições Santa Cruz de Tenarife. 1973. p.297.

Trata-se de Catarina da Costa, mulher de Pedro de Albuquerque ou a primeira mulher de Duarte Galvão ?

(14) Guerreiro, Luis R. - O Grande Livro da Pirataria e do corso. Circulo dos Leitores, Lisboa. 1996. p. 46. ; Answaarden, Robert Van - Les Portugais devant le Grand Conseil de Pays-Bas (1460-1580). Paris. FCG.Centro Cultural Português.1991.pp.118 e segs.

(15) José maria Cordeiro de Sousa, ...., in, Anais  , 2ª. Série, vol. III, 1951

(16) Chancelaria de D. João II, livro 23º. fl.45 v.  Pedro de Albuquerque sucedeu no cargo a Nuno Vasquez de Castelbranco ( ?- 1481), a quem D. Afonso V, com grande solenidade criou almirantado em Évora (Abril de 1467). Cfr. Duarte Nunes de Leão, Crónicas, parte II; Chronica e vida deley dom alfonso o V, p.30.

(17) Adão da Fonseca, Navegacion y Corso...., p.95

(19) Afonso de Dornelas - História e Genealogia, vol. 2 ; "Historia de Ceuta.Es del Prebº. d. Lucas Caro", transcrição e notas - José Luis Gómes Barceló. Ceuta. 1989. pp.77-78.

(20) Jerónimo de Mascarenhas - Historia de la Ciudad de Ceuta. Coimbra. 1918. p. 237

(21) Manuel Abranches de Soveral, no "Ensaio sobre a origem dos Costa medievais", esclareceu que Jorge da Costa, filho de Martim Vaz, caseiro de uma quinta chamada da Costa, em Alpedrinha (Fundão), teve vários meios irmãos, filhos do seu pai e da madrasta Catarina Gonçalves: Jorge Vaz, depois também D. Jorge da Costa quando foi arcebispo de Braga (1486-1501); Martim Vaz (n. cerca de 1434 e fal. a 28.11.1521), depois D. Martinho da Costa quando foi arcebispo de Lisboa (1500-1521); Catarina da Costa, esposa de Pedro de Albuquerque; Isabel da Costa, que casou com D.João de Sottomayor, filho do conde de Caminha; Luiza (Vaz) da Costa, que casou com D. Cristóvão de Cardenas; Isabel (Vaz) da Costa, que foi a 1ª mulher do galego Pedro Álvares Marinho de Valadares; Margarida Vaz, nascida cerca de 1450/5 (portanto 44 a 49 anos mais nova do que seu meio-irmão), que casou cerca de 1480 com Lopo Álvares (Feio).

(22) Catarina da Costa, a 28 de Agosto de 1492 em Lisboa, pelo notário geral Martim de Guimarães, com outorga de sua mãe Catarina Gonçalves, fez a doação a seu irmão o arcebispo de Braga D. Jorge da Costa da sua quinta junto a Alcochete e das suas casas junto a S. Jorge. Este mesmo arcebispo D. Jorge da Costa, homónimo do seu meio irmão, o célebre cardeal Alpedrinha, a 6 de Agosto de 1493, no tabelião de Braga João Fernandes, doou a Helena da Costa, filha de Margarida Vaz, sua irmã, e de Lopo Álvares, as casas e quinta de Pancas, termo de Samora Correa, em vínculo para si e sua geração, e se sua linha findar passaria à de Pedro Feio, irmão da doada. cfr. Ensaio sobre a origem dos Costa medievais, Manuel Abranches de Soveral, net.

  

 

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  Carlos Fontes
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