Carlos Fontes

 

 

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A Europa no Mundo

 

O discurso sobre a decadência da Europa não é novo. A novidade está no facto de que no passado, se falava de decadência cultural, e hoje se fala sobretudo de decadência económica e política. A Europa, o "museu do mundo", assumiu a sua irrelevância internacional vivendo de recordações de um passado "glorioso".

Ao longo do século XX foram constantes os sinais desta decadência: a resolução da Iª Guerra Mundial (1914-1918) e depois da 2ª. (1939-1945), embora tenham começado na Europa, só terminaram, em grande parte, devido à intervenção de uma potência externa - os EUA. Nada disto foi, no entanto, suficiente para abalar a confiança dos europeus na Europa, mergulhados que estavam num discurso europocentrico.

A "crise europeia" começou nos anos 80 do século XX, com aquilo que se denominou chamar de "globalização". Uma conceito que mascara todavia uma realidade mais complexa.

A crise não começou no mundo, mas na Europa: As empresas europeias na procura de maiores lucros, deslocalizaram as suas unidades produtivas para os países de mão-de-obra barata (China, India, etc). A maioria dos países europeus, decidiram abandonar a industria, pescas e agricultura, e centrarem-se nos serviços (comércio, turismo e finanças). A própria CEE/UE acelerou este processo dando incentivos ao encerramento de unidades produtivas.

Os cidadãos dos países que integravam a UE foram estimulados a consumirem e a viajarem para fora da Europa, recorrendo a uma qualquer linha de crédito, a juros extremamente baixos. O endividamento público e privado disparou.

A UE para agravar a situação, em 2002, adoptou uma moeda forte - o Euro -, que estimulava as importações, e incentivava os encerramentos ou deslocalizações na maioria do sectores produtivos para os países de mão-de-obra barata.

O resultado de tudo isto foi o aumento brutal do défice comercial dos países da UE. O desemprego galopou. Assistiu-se à fuga de capitais e investimentos para fora da Europa, em particular para os países que forneciam de produtos à UE. A partir do inicio do século XXI acelerou a diminuição do peso dos produtos oriundos da UE no comércio mundial, representando actualmente pouco mais 18% (2013).

 
 

 

 
 

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Carlos Fontes

 
 

 

   
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