Carlos Fontes

 

 

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Alemanha contra o EURO

 

Para o comum dos cidadãos europeus é difícil perceber porque a Alemanha constitui um perigo para os países que adoptaram o Euro. As acusações que lhe são feitas, numa perspectiva alemã são interpretadas como elogios...

1. Economia baseada nas exportações

A economia alemã assenta nas exportações, procurando por todos os meios conter o aumento das importações, através de uma gestão restritiva das finanças públicas, adoptação de medidas de contenção salarial e da procura interna.  A UE permitiu-lhe o acesso a um enorme mercado de consumidores, sem que a Alemanha tenha alterado esta política económica. Passou a exportar mais, mas não beneficiou a economia dos países para os quais exporta.

Desde 2006 tem um excedente da balança de transações correntes superiores a 6% do PIB. Em 2013, o excedente deve atingir os 7% do PIB.

2. Vantagens do Euro

Se a Alemanha tivesse uma moeda própria, a mesma teria valor superior ao euro, e as suas exportações seriam bem menores. Por outro lado, as suas exportações no interior da UE estão naturalmente beneficiadas também por dispor de uma moeda comum a 19 outros estados (2013).

3. Arquitectura do Euro

A Alemanha, através de hábil estratégia conseguiu que fosse adoptada uma arquitetura de suporte do euro, que retirou aos estados qualquer poder sobre a moeda e a concessão do crédito, fazendo disparar as importações. Opôs-se, por sua vez, à adopção de medidas básicas sobre uma efectiva união monetária, que permitissem responder a previsíveis crises da zona euro.

4. Gestão da Crise das Dívidas Soberanas

Durante a crise das dívidas soberanas que afectaram países como a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Chipre ou a Hungria, o seu principal objectivo foi sempre o de exigir a liberalização das relações laborais, corte nos salários, privatização das empresas públicas, asfixia do crédito às empresas de modo a facilitar a sua aquisição e a entrada dos produtos alemães.

O que Alemanha se recusa a fazer?

Os que a criticam apontam o facto de mesma só pensar nos seus interesses, isto, é aumentar as exportações, recusando-se  a ajudar os países em dificuldade. Como ? Estimulando a procura interna e aceitando reformular em profundidade a arquitectura do euro.

 

É preciso todavia não alimentar grandes ilusões sobre o poder da economia alemã, representa apenas um quinto do PIB de toda a UE, e apenas metade da soma do PIB da França, Itália e Espanha (2012).

 

É preciso todavia dizer que se todos os países da UE adoptassem a política alemã, a UE, desagregava-se em pouco tempo. Face a esta situação, só resta a países como Portugal procurarem mercados ora da UE para os seus produtos, e aprenderem a lição do presente.

 

 
 

Em construção!

Carlos Fontes

 
 

 

   
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