Carlos Fontes

 

 

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Caravela. Navio português (séc.XV) 

Uma Viagem pelo Mundo em Português

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Vaticano

Igreja de Santo António dos Portugueses,Roma

Roma como sede da Igreja Católica era para todos os países católicos um espaço de afirmação do seu poder.

Os italianos cedo de aperceberam disso, investido na nomeação de papas, utilizando o Vaticano como um fonte de informação, receitas e poder no plano mundial. Dos 262 papas, 210 nasceram na Itália, 16 eram franceses, 12 do antigo mundo grego, 6 da Síria e 3 da Palestina, 5 da Alemanha, 3 da Espanha, 3 de África e 1 de Portugal (João XXI), Inglaterra, Holanda e Polónia. Entre 1522 e 1978 todos os papas foram italianos. 

Nos arquivos do Vaticano existe um vastíssimo espólio sobre Portugal, mas também sobre as suas antigas possessões no mundo.

Espalhados pela cidade de Roma existem vários momentos portugueses ou ligados a Portugal, como a Igreja de Santo António dos Portugueses - 1638 (Chiesa di sant`Antonio dei Portoghesi ), construída num local de culto, onde existia uma importante comunidade portuguesa. Mais

As relações entre Portugal e o Vaticano nem sempre forma pacíficas, ocorrendo ao longos dos séculos frequentes rupturas diplomáticas.

Independência de Portugal: No século XII o último acto do reconhecimento internacional de um país passava pela da Santa Sé. Em 1143 é reconhecida a Independência de Portugal, mas não pela Santa Sé. D. Afonso Henriques bem afirmou a sua obediência ao papa e tenha colocado o reino sob a protecção de S. Pedro e da Santa Sé. A Verdade é que a Santa Sé, só depois de avaliar as vantagens que poderia daí obter deste reconhecimento, assim como verificar a irreversibilidade da própria independência a reconheceu em 1179 (Bula Manifestis Probatum, do Papa Alexandre III). Portugal passou a integrar o grupo restrito dos reinos cristãos da Europa. Tudo passou pelo dinheiro e assim continuou ao longo dos séculos.

Padroado: Em meados do século XV a Santa Sé delegou em Portugal a administração da Igreja no seus domínios africanos e depois no Oriente. O padroado português do Oriente só terminou no final do século XX. 

Ocupação Espanhola (1580-1640): Os diversos papas no séculos XVI e XVII estavam em grande parte dependentes dos recursos financeiros espanhóis. Foi por este motivo que o reconhecimento da restauração da Independência de Portugal (1640) tenha sido um processo muito lento e que exigiu muito dinheiro. O papado só acedeu a este reconhecimento  depois dos portugueses terem várias vezes derrotado as tropas espanholas, e sido assinado um tratado de paz (1468). Durante este longo período a Santa Sé recebeu rios de dinheiro da Espanha para adiar a decisão.

Barretes cardinalícios. Manietados pela Espanha os papas tentaram por todos os meios impedir a afirmação independente da Igreja Católica em Portugal. Uma questão diplomática relevante para a época. Em 1728 D. João V acabou por corta relações com o Vaticano porque o Papa não havia concedido o barrete cardinalício ao Núncio em Lisboa. O enviado português André de Melo e Castro, retira-se imediatamente de Roma, sendo expulsos de Portugal todos os súbditos do Papa. As relações só são reatadas dez anos depois, tendo em 1748 o Papa Bento XIV concedido a D. João V o título de Fidelíssimo.

1ª. República: A república implantada em 1910 era profundamente anti-clerical, conduzindo pouco depois ao corte de relações diplomáticas.

Concordata: A implantação de uma diatadura em Portugal (1926), abriu as portas para um novo entendimento com o Vaticano. Em 1940 erfa assinada a célebre Concordata. O catolicismo foi definido como a religião oficial do país, sendo dada à Igreja Católica condições excepcionais de funcionamento.

Guerras Coloniais: Em 1970 o papa Paulo VI recebe no Vaticano os movimentos de libertação que lutavam em África pela independência de Portugal. O ditador Marcelo Caetano manda regressar a Lisboa o embaixador português na Santa Sé (Vaticano).

Liberdade Religiosa: O derrube da ditadura, em 1974, instaurou a liberdade religiosa no país. Um processo que nunca mais parou de se aprofundar desde então. Entre as diversas confissões religiosas a Igreja Católica continua a ser predominante, embora sem a influência que desfrutou no passado. Em 2004 Portugal e o Vaticano assinaram uma nova concordata, respeitando o princípio da liberdade religiosa. 

Consultar: Itália-Portugal

  Carlos Fontes
 
 

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