40 anos de guerra, 13 de Libertação do Colonialismo e 27 de Guerra Civil deixaram Angola completamente destruída. A paz parece ter finalmente chegado, mas os problemas que os angolanos se debatem são enormes.  

Fome

Um relatório conjunto divulgado, em Roma pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) alerta que, em Angola, 1,4 milhões de pessoas estão ameaçadas de fome e precisam urgentemente de alimentos (Julho de 2002). 

Nos muitos campos de deslocados de Angola, onde se calcula que existam cerca de 350 mil pessoas (dados de 2002),o número de mortes não pára de aumentar. As organizações internacionais afirmam que está para breve a ocorrência de uma enorme tragédia em Angola se não for prestado um rápido auxílio humanitário a estas pessoas. As crianças, como sempre, são as principais vítimas. Só no cemitério de Chipinda foram abertas 4 mil sepulturas de crianças entre Novembro de 2001 e Março de 2002.  

Nos campos de acantonamento de Militares da UNITA e suas familias, cerca de 75 mil, sobrevivem no limiar da pobreza, muitos dos quais começaram a morrer de fome. (Dados de Junho de 2002).A situação é particularmente dramática no Centro e Sul, e do Huambo ao Luena. 

Calcula-se que guerra tenha provocado cerca de 4 milhões de deslocados.

O  número de deslocados internos e de refugiados nos países vizinhos eleva-se actualmente a 1,5 milhões de pessoas. As províncias com uma maior número de novos deslocados internos são as de Huambo (115.000), Malange (73.000) e Bié (59.000). Sem casa, comida, lavras, trabalho, escola ou saúde, pouco mais lhes resta do que tentarem sobreviver e confiarem na solidariedade de outros países. Recorde-se que na última fase da guerra se recorreu à estratégia da "terra queimada" de modo a destruir os apoios locais aos guerrilheiros da UNITA. 

Calcula-se que ainda existam cerca 480 mil refugiados nos países vizinhos de Angola (dados de Junho de 2002).

Dos quatro milhões de deslocados, apenas uns dois milhões receberam terras, e não precisam de assistência segundo a FAO e PAM (Julho de 2002).. 

Mais de 15 milhões de minas estão espalhadas por Angola, provocando morte e mutilações diárias entre a população.