Carlos Fontes

 

 

 

ANGOLA

 

Economia Angolana

 

Panorama

A economia angola desde 2002 entrou numa fase de franco crescimento, sustentado nas receitas do petróleo e dos diamantes. Em 2007 na estrutura da economia angolana, os recursos naturais (petróleo e diamantes) representam 54 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), e na óptica da despesa, estas exportações representavam 80 por cento do PIB (dados de 2007). 

A partir de 2004, apesar da enorme pobreza do povo angolano, os resultados macro-económicos tem sido excelentes: Em 2004 registou-se um superavit de 1,1% do PIB, que em 2005 aumentou para 8,5% do PIB. As taxas de crescimento mantém-se a um excelente ritmo: 2004: 11% 2005: 14% 2006: 20%.

Em grande parte devido às caraterísticas da economia angolana, assente essencialmente nas receitas do petróleo e diamantes, o desemprego continua elevadíssimo (Estimada em 40%, Julho de 2007). Tratam-se de actividades que empregam um reduzido número de trabalhadores e que estão concentradas num número muito reduzido de empresas. O que se pode traduz em brutais desigualdades e tensões sociais. 

- O sector petrolífero tem aumentado de forma continua a sua produção.O volume de produção era de 1,2 milhões de barris por dia em 2006, deve atingir os 2 milhões de barris por dia em 2007.

- Na indústria diamantífera, tem sido lançadas novas concessões de exploração. Foi recentemente inaugurada uma fábrica de lapidação de diamantes em Luanda.

- O sector da construção vive um dos seus melhores momentos, sucedendo-se os projectos construtivos em várias áreas, tais como: a) Reabilitação de infra-estruturas (caminhos de ferro, estradas, portos, aeroportos, comunicações, acesso a água, saneamento básico, etc); b) Habitação, nomeadamente no realojamento de cerca de quatro milhões de deslocados internos.

- A produção agrícola tem melhorado depois da introdução do sistema de irrigação, e com a reinserção social das populações deslocadas. Trata-se de uma área fundamental, nomeadamente para a criação de emprego e fixação das populações fora de Luanda. 

- Na industria transformadora os progressos são muito lentos devido à morosidade dos processos de licenciamento (leia-se corrupção), mas também à falta de quadros qualificados, problemas energéticos e de logistica (abastecimento de matérias-primas, transportes, distribuição, etc.).

Desafios

O principal desafio de Angola é o de aproveitar o bom momento que vive as finanças públicas para promover um crescimento sustentando, mas para isso precisa de ultrapassar alguns obstáculos básicos, tais como:

- Reorganizar o sector público, acabando com as suas enormes desfuncionalidades e a escandalosa dimensão que atingiu a corrupção.

- Alargar a sua estrutura produtiva totalmente centrada na extracção de recursos naturais (petróleo e diamantes).

- Acabar com a dolarização.

- Melhorar as infra-estruturas energéticas, onde os cortes no fornecimento de energia são constantes;

- Desenvolver a formação de dirigentes e quadros técnicos, de modo a sustentar o próprio crescimento económico. A simples importação de tecnologias não resolve nenhum problema de Angola, antes os agrava. O melhor exemplo desta situação foi o caso da TAAG. Os aviões eram novos, mas tudo o mais falhava (formação de pessoal de voo e em terra, manutenção, apoio logístico, fiscalização, etc). Resultado foi a interdição desta companhia poder voar no espaço aéreo da União Europeia (Julho de 2007). 

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  Historial

A economia angola até aos anos 60 do século XX assentava numa lógica puramente colonial, exportava em bruto matérias-primas e importava de Portugal produtos transformados. Entre os grandes produtos de exportação estavam o café (4ºprodutor a nível mundial), diamantes (4º.produtor mundial) e os minérios de ferro.

Com a guerra colonial (1961-1974) ocorrem enormes investimentos em Angola, assistindo-se a uma progressiva autonomização da sua economia face a Portugal.

Entre 1960 e 1974 a taxa média anual do PIB foi de 7,8% (dados do Banco Mundial). A partir de 1972 o petróleo torna-se no principal produto de exportação, superando o café.

Este forte crescimento económico é interrompido após a independência, tendo-se assistindo durante a primeira fase da longa guerra civil, entre 1975-1992, a uma regressão da quase totalidade dos sectores económicos, provocada pela destruição sistemática de infra-estruturas, fuga das populações e abandono das actividades produtivas tradicionais. O país torna-se num dos mais pobres do mundo (PNUD).

Angola fica totalmente dependente das receitas obtidas do petróleo (4º produtor africano de petróleo) e das flutuações do preço do barril. A sua exportação bruta abriu espaço para uma economia baseada na importação ilegal e ilegal de bens e serviços, onde impera a corrupção. A dívida externa não parou de acumular, constituindo uma factor que passou a condicionar o desenvolvimento do país.

O inicio da efectiva recuperação económica só começou em 2002 com a pacificação de Angola, recuperação que tem sido ajudada pela alta excepcional do preço do petróleo. A queda do preço do barril de petróleo em 2014 lançou a economia angola numa profunda crise.

Carlos Fontes

   
 

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