Carlos Fontes
ENTRADA

 

 
 

 

Filosofias Anarquistas

Espere um pouco !

1.Introdução

2. Emergência Histórica

"Se Deus existisse realmente, seria necessário destrui-lo", Bakunine.

Como se criaram nos séculos XVII e XVIII as condições ideológicas para uma crítica radical aos processos de domínio de uns sobre outros ? Como ao longo do século XIX emerge um movimento que que se afirma herdeiro e continuador da luta contra todas as formas de poder ? A abordagem destas questões implica o estudo do imaginário político ocidental, no qual Deus foi durante séculos o legitimador de todo o poder. Quando Deus empalideceu emergiu o anarquismo.

Arquitectura Política Medieval. Toda a concepção cristã de poder na Idade Média tinha como referencial a figura de Deus. Podemos mesmo dizer que as concepções de poder legitimas desde que no topo da hierarquia fosse colocada a figura de Deus. O Agostinismo político atomiou forma pela intermediação dos cléricos (os bispos) entre Deus e os laicos. Posição que a progressiva supremacia pontificia veio reclamar para si, e mais tarde por sua vez, os reis vão assumir nos seus domínios.

Na arquitectura politica medieval esta posição dos intermediários entre Deus e os subditos será razão de inúmeros conflitos. É neste espaço que os vários grupos sociais prentendem posicionar pelo domínio legitimado que sobre outros passam a dispor. As criticas à sociedade poderiam ser radicais como fez Hildeberte de Lavardin (bispo de Mains, 1097-1125) desde que não tocassem na fonte de todo o poder (Deus), nem abordar a necessidade de uma reforma social. Ideia estranha a espírito do tempo. A rebelião é sempre condenável, visto que toda a ordem terrena é a expressão da vontade divina. Quando as revoltas eclodem frequentemente afirmam serem inspiradas por Deus. Os seus mentores dizem-se interpretes da Sua vontade. Defendem que a Sua palavra está a ser deturpada pela Igreja ou os poderosos, como aconteceu com os movimentos dos "Jacquerie" ou "Flangelistas". Não raro estas revoltas tem entre os seus membros padres expulsos da própria Igreja.

As revoltas mais radicais eram encaradas como expressões satânicas. Os seus mentores pretendiam uma nova submissão trocando Deus pelo Diabo. Gilles de Rais ilustra claramente esta tentação medieval. Os mágicos são os únicos que saiem desta luta entre os dois poderes apontando para um novo domínio: o poder humano sobre a natureza.

Genealogias do Poder. Numa sociedade profundamente ligada à terra, as relações de partentesco afirmam-se na lógica do divino: as genealogias entrelaçam-se, ligam e religam-se ao divino: o Papa a s. Pedro, S. Pedro a Cristo; a nobreza à figura do reiu, o rei a Deus. Havia um poder (mando) encarnado em figuras reais, seja o fidalgo, o cavaleiro, o rei ou o bispo. Esta estrutura de parentesco que liga cada um a Deus, tornou-se o suporte ideológico de um poder divinizado. Aos que dele estava excluídos, os subditos, escravos só restava obedecerem.

(...)

Novos Demónios

No século XVIII dessacralizou-se o poder ao transformar Deus numa crença em vez de uma evidência, constatável nos simples fenómenos quotidianos. O poder mundanizou-se, perdeu a sua ligação ao sagrado. Revelou com Hobbes os seus mecanismos coação, domínio sobre os corpos e as mentes: a força e o medo. Outros acrescentam a ignorância dos subditos, que ao interiozarem um conjunto de ficções que os leva a aceitarem como naturais a sua inferioridade e a inevitablidade do domínio a que estão submetidos.

Esta mundanização do poder implicou igualmente a própria mundanização dos governantes que deixaram de ser encarados como representantes de Deus na terra.

Os "novos demónios" que começaram a surgir a partir do século XVIII já não pretendem opôr ao poder de um Deus que legitimava e sancionava o poder estabelecido, o poder de um Demónio qualquer. Os "novos demónios" pretendem abolir o próprio poder. Operam um salto radical ao questionarem os fundamentos do domínir de uns sobre outros e os mecanismo da sua perpetuação.

Fazer tábua rasa sobre os valores antigos, as crenças que criarem e sustentarem durante milênios as várias formas de poder para libertarem os individuos constituiu a primeira fase do movimento anarquista. Godwin, Coerderoy, Proudhon, Bakunine e outrso fioram os obreiros desta desconstrução libertadora. Um periodo que vai de 1793, data da publicação de "Enquiry" a 1873 quando foi publicada o obra capital de Bakunine- Estado e Anarquia. Kropokine será o expoente cimeiro de uma segunda fase, qaundo o movimento anarquista fez uma releitura do seu passado e procurou encontrar na ciência os seus fundamentos.

3. Willian Godwin

4. Coerderoy

5. Max Stirner

6. Bakunine

7. Kropotkini

8. Silva Mendes

9. Charles Malato

10. Murray Bookchin

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Carlos Fontes

Anarquismo (literalmente "sem poder") 

Movimento político que defende uma organização social baseada em consensos e na cooperação de indivíduos livres e autónomos, abolindo entre eles todas as formas de poder. A Anarquia seria assim uma sociedade sem poder, dado que os indivíduos se auto-organizariam de tal forma que garantiriam que cada um teria em todas as circunstâncias a mesma capacidade de decisão. Esta sociedade, objecto de inúmeras configurações, apresenta-se como uma "Utopia" (algo sem tempo ou espaço determinado). É um ideal a atingir. Continuação

Anarquismo em Portugal

A História do Movimento Anarquista em Portugal ao longo mais de 225 anos, nem sempre teve a mesma repercussão social. Podemos dividi-la em cinco grandes períodos. Continuação

 

 

 

 

   

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