Navegando na Filosofia . Carlos Fontes

 

Panorama da Filosofia Medieval

 

 

Agostinho de Hipona, pintura de António Rodriguez (1637-1691)

O Poder do Deus Único

A consagração do cristianismo como região oficial do Império Romano, no ano de 380, marca  o inicio de uma transformação profunda nas formas de pensar do mundo antigo. A teologia (reflexão sobre Deus) torna-se rapidamente no saber supremo (teocentrismo) que todos os filósofos aspiram alcançar. Esta é a razão porque a esmagadora maioria dos filósofos medievais eram teólogos, como Santo Agostinho de Hipona (354-430), S. Tomás de Aquino (1225-74), S. Boaventura , Guilherme de Ockham (1287-1347), etc).

Tudo conduz a Deus. O mundo material surge como a manifestação da vontade divina.  A própria política é formalmente submetida aos grandes princípios definidos pela religião. O indivíduo ao mesmo tempo que se afirma como único, é limitado na sua autonomia. Apesar disto muitos problemas de enorme relevância filosófica são debatidos, tais como o problema dos universais, as provas da existência de Deus, a compatibilidade entre a presciência de Deus e o livre arbítrio humano.

Tomás de Aquino, pintura de Francisco de Zurbarán (1631)

 

Renascimento Europeu (séc.XI-XV)

A partir do ano 1000 por toda a Europa multiplicam-se os sinais de renascimento do pensamento clássico. Este movimento foi despertado pelas cruzadas (1096-1270), do comércio e das cidades. Assistiu-se ao aparecimento e expansão de novas ordens religiosas (como os cistercienses ou os franciscanos) e à formação das primeiras universidades. 

Apesar dos conflitos armados entre os cristãos e os muçulmanos, os contactos entre eles tornam-se mais intensos permitido aos primeiros redescobrirem a  cultura clássica e ter conhecimento das importantes avanços técnicos e científicos realizados pela civilização muçulmana.

`A medida que se desenvolvem as universidades e se propagam as novas ideias, abre-se um conflito entre a Razão e a Fé. Conflito que é agravado pelo facto dos filósofos medievais, a partir do século XIII, serem todos professores universitários. Uma boa parte da sua actividade intelectual consistia na elaboração de comentários aos textos clássicos que eram usados na Universidades, numa linguagem erudita, apenas acessível a um grupo restrito de letrados.   Aristóteles e Platão tornam-se nos dois filósofos que inspiram as principais correntes de pensamento a partir do século XIII, especialmente durante o Renascimento.  

Filosofia Medieval

Séculos II- VIII

Patrística (1º. Período: até 325)  Tertuliano, Clemente de Alexandria (c.145-25), Orígenes (c.185-253),
Patrística (2º. Período: até 451)  Gregório de Nisa (c.335-394),  Agostinho de Hipona (354-430), Boécio (?-525), Casiodoro,   Gregório Magno (?-604),  Isidoro de Sevilha (?-636),
Patrística (3º. Período: até ao Século IX)  Beda (?-735)

 Séculos IX - X

Início da Escolástica  Escoto de Eriúgena, Alcuíno de York, Rabano Mauro

Séculos XI- XIV

Árabes e Judeus  Avicena (c.980-1037, filósofo e médico muçulmano), Averróis (1126 -1198, filosofo e médico muçulmano), Maimónides (1135 -1204, filósofo e médico judeu)
Escolástica  Anselmo de Canterbury, Pedro Abelardo (?-1142), Pedro Lombardo (?-1164), Bernardo de  Claraval, S. de Brabante (?-1281), Roger Bacon (1210-1292), S. Boaventura (1221-1274),  Alberto Magno (?-1280), Tomás de Aquino (1224-1274), Duns Escoto (?-1308), Guilherme de  Ockham (?-1349), Eckart (?-1327)

Século XV

Renascimento Nicolau de Cusa (1401-1464), Marsílio Ficino (-1499), Pico della Mirandola (-1499)

 

Carlos Fontes

Referências Históricas

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