Navegando na Filosofia - Carlos Fontes

Quais as principais  características da religiosidade no mundo contemporâneo

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Síntese da matéria

Des-sacralização do Mundo Contemporâneo

 

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Secularização (A dessacralização do mundo e a perda do sentido)

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Religião, Ciência e Ateísmo no Mundo Contemporâneo

As sociedades ocidentais sofreram nos últimos três séculos, um enorme processo de intensa secularização. O fenómeno não é novo. Na Antiga Grécia e Roma, muitos fora os filósofos que colocaram em causa a existência de deuses ou desvalorizara a sua importância. O ateísmo foi vigorosamente condenado pelas grandes religiões, como o cristianismo ou o islamismo.

O que aconteceu nos últimos séculos é que se criaram um conjunto de movimentos históricos que minaram  sentido do sagrado, colocando em causa a dimensão religiosa do ser humano. A questão, como vemos, não é todavia consensual

1. O sistema económico que se implanta depois do século XVI, ao privilegiar os valores materiais, desvalorizou os valores espirituais..

2. A ciência desde o século XVII que começou a ocupar o lugar da religião como fonte de verdade. O cientismo transformou-se numa nova religião que se assume como capaz responder a todas as grandes questões.

3. Durante o Iluminismo (século XVIII), os filósofos negaram que Deus tenha qualquer intervenção nos fenómenos naturais, incluindo na própria formação do Universo. Muitos foram os que baseados na Ciência negaram a existência de Deus. 

4. Feuerback e Karl Marx lançaram as bases do ateísmo contemporâneo: a crença em Deus constitui uma alienação, uma fuga à realidade. Ficou célebre a afirmação de Marx de que  "a religião é o ópio do povo". F. Nietzsche procurou mostrar que as religiões foram sobretudo instrumentos de domínio dos fracos.   

5. Muitos regimes políticos de matriz marxista-leninista difundiram uma visão materialista da realidade e combateram activamente a religião, identificada com o obscurantismo.

6. Vários filósofos existencialistas, com J.-P. Sartre ou Camus, procuraram conciliar os seres humanos com um mundo sem sentido, absurdo. O sentido das coisas somos nós que o damos, não nenhuma entidade que nos seja exterior.

É um facto que as religiões tradicionais, como o cristianismo, têm indo a sofrer uma diminuição dos seus crentes e viram também diminuir a sua influência na sociedade.   

Apesar disto o fenómeno religioso não desapareceu, muitos são os que defende até que o mesmo terá recrudescido  nos últimos tempos. 

Consta-se todavia que o conceito de religião tende a banalizar-se e a assumir formas sincréticas. 

O termo é frequentemente aplicado para designar todo o tipo de crenças que de forma difusa evocam o transcendente ou o misterioso. 

Fruto de um processo de globalização da informação, muitos dos crentes de religiões tradicionais, tendem a combiná-las com elementos de outras religiões muito distintas, produzindo uma espécie de sincretismo religioso.

 

  

Continuação

        Carlos Fontes

 

Carlos Fontes

 11º. Ano - Programa de Filosofia

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