Navegando na Filosofia - Carlos Fontes

Quais as principais  características da religiosidade no mundo contemporâneo

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Síntese da matéria

Das Grandes Religiões à Des-sacralização do Mundo Contemporâneo

 

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.Tolerância Religiosa

Conceito de tolerância. O problema dos limites, nomeadamente quanto à aceitação de certas práticas religiosas

Intolerância Religiosa.

Conceito de Intolerância. Serão as religiões monoteístas por natureza intolerantes? Argumentações políticas contra a liberdade religiosa (unidade dos Estados etc). As guerras religiosas na Europa nos séculos XVI-XVII. Exemplos históricos. Ideias fundamentais de John Locke em defesa da liberdade religiosa.

A paz mundial e o diálogo inter-religioso

As sociedades ocidentais em particular as europeias, vivem um período único de tolerância religiosa. O comum dos cidadãos encara hoje a religião como um assunto que diz respeito apenas à consciência de cada um. Assunto que qualquer Estado deve abster-se de intervir. 

Na Europa, as religiões tradicionais coexistem pacificamente com aquelas que durante séculos consideraram suas inimigas, pondo fim desta forma a guerras que devastaram países inteiros. Não nos referimos apenas às lutas entre cristãos e muçulmanos, mas também às que opuseram as diferentes igrejas cristãs. Recorde-se que ainda em meados do século XX, milhões de pessoas foram exterminadas na Europa por motivos alegadamente religiosos.

Esta coexistência pacifica é um facto verdadeiramente novo na história do mundo ocidental. As diferentes confissões religiosas parecem ter deixado de usar a força para afirmarem as suas convicções, confiam agora no poder da palavra. Esta mudança é interpretada por muitos como o resultado de uma quebra nas convicções religiosas no Ocidente. A maioria inclina-se todavia a pensar que a mesma se deve ao resultado de uma aprendizagem social: a de que existem valores que devem ser preservados na convivência social, como a liberdade e a vida.

O que acontece no mundo ocidental, parece não ter correspondência na maior parte do mundo. Em países como a China, continuam s perseguições por motivos religiosos. Em diversas partes do mundo, em particular no continente africano, as diferenças religiosas são frequentemente evocadas como justificar genocídios. 

Uma das situações mais preocupantes é a do mundo islâmico. Nas últimas décadas temos assistido aqui à emergência de movimentos religiosos caracterizados pelo fanatismo dos seus líderes. Estes acreditam sem hesitações que possuem a verdade absoluta e manifestam-se dispostos usar todos os meios para a imporem. Desde finais dos ano 70 do século XIX, vários líderes religiosos lançaram à escala global uma "guerra santa" (djihad islâmica) para matarem de forma indiscriminada o maior número possível de infiéis. Muitos destes fanáticos religiosos, aproveitam-se da liberdade religiosa existente nos países ocidentais para espalharem a morte. Um exemplo desta acção foram os atentados de 11 de Setembro de 2001, nos EUA. O objectivo foi aqui produzir uma matança de forma indiscriminada.

A liberdade religiosa é impossível ?  Ao contrário do que muitos pretendem fazer crer, estes actos não são do foro religioso, mesmo que a religião esteja a ser evocada para os legitimar. Não estamos perante nenhuma guerra entre religiões. Tratam-se de crimes contra a humanidade e como tal devem ser assumidos. Esta distinção faz toda a diferença no modo como os ocidentais passaram a encarar estas questões.

A destruição das "torres gémeas", em Nova Iorque, tornaram-se em verdadeiros icones da djihad islâmica (guerra santa) dos  tempos modernos

 

Em todo o caso, no contexto mundial, podemos dizer que a tolerância religiosa é algo característico dos países ocidentais e continua a estar longe de ser uma realidade planetária. 

 

  

Continuação

        Carlos Fontes

 

Carlos Fontes

 11º. Ano - Programa de Filosofia

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