Navegando na Filosofia .Carlos Fontes

 

Diversidade de culturas e valores

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Síntese

Diversidade de culturas e valores

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1. Diversidade Cultural

Os valores que escolhemos como orientações para as nossas ações são em grande parte, fruto do contexto cultural em que estamos integrados,  pensamos, agimos e com a qual somos identificados.

Podemos entender por cultura, tudo aquilo que uma sociedade criou e vai criando como resposta às suas necessidades, nomeadamente de sobrevivência e convivência pacifica dos seus membros.

Os membros de uma sociedade desde que nascem são educados de acordo com os padrões culturais próprios do seu grupo social e da  sua sociedade. Neste sentido cada comunidade, seja um grupo social ou a sociedade no seus conjunto, vai criando ao longo do tempo as suas  auto-representações, referências colectivas, língua, crenças, costumes, tradições, valores, modos de interpretação da realidade, práticas sociais, etc., com as quais os seus membros se vão identificando. Os que não o fizerem tendem a ser marginalizados por outros membros do seu grupo ou pela própria sociedade.

Denominamos socialização a este processo de integração de um individuo numa dada cultura, desde que nasce até que morre.

O mundo em que vivemos é constituído uma enorme diversidade de comunidades humanas, cada qual com a sua cultura, a sua identidade cultural.

Por aculturação entende-se a aquisição de novas crenças e comportamentos provenientes de outras culturas, ou quando um individuo adopta hábitos culturais de outras culturas que não a sua.

As comunidades humanas não são fechadas. A abertura ou fechamento a relações com outras comunidades depende em grande medida das circunstâncias históricas, mas igualmente dos valores culturais da própria comunidade. Estas relações entre as comunidades humanas nem sempre são pacificas, gerando frequentes conflitos ou "choques culturais".

2. Duas tendências históricas:

2.1. Etnocentrismo

O etnocentrismo é uma atitude que tende a considerar a cultura de outros povos como inferior. Esta atitude tem uma longa tradição na Europa. Os gregos, por exemplo, consideravam a cultura de outros povos como inferior. Os romanos assumiram idêntica atitude. Foi  todavia nos século XIX e XX esta atitude acabou por provocar enormes conflitos à escala mundial. As principais potencias europeias consideravam outros povos, em particular os africanos e os asiáticos, como culturalmente inferiores, sentindo-se por essa razão no direito de os dominarem e governarem, tendo criado grandes impérios coloniais.

Tintin no Congo (1931). Tintin: "Meus caros amigos, hoje vou falar da vossa pátria: a Bélgica". Milu: "Digamos, Tintin que somos dois a conversar". Hergé escreveu mais tarde sobre esta obra: "Da mesma maneira quando desenhei Tintim no país dos sovietes, ao desenhar Tintim no Congo estava alimentado de preconceitos do meio burguês no qual vivia... Era 1930. Conhecia deste país apenas o que as pessoas contavam na época: 'os negros são grandes crianças, felizmente estamos lá!', etc. E desenhei os africanos de acordo com estes critérios, de puro espírito paternalista, que era o da época na Bélgica"."

- Xenofobia

- Racismo

- Nacionalismo

2.2. Relativismo Cultural

O relativismo tem as suas raiz nas concepções sofistas, para os quais não havia verdade, nem mentira, tudo não passa de convenções, dependentes da nossa capacidade de persuasão para levar outros a acharem que o nosso ponto de vista é o mais correto.

No século XX, com o desenvolvimento do estudo dos "povos primitivos actuais" na antropologia cultural surge concepção de relativismo cultural, como uma abordagem descritiva das culturas humanas, segundo a qual  nenhuma cultura devia ser considerada "superior" ou melhor do que outra. Cada uma devia ser entendida a partir das suas próprias regras e sistema de significações.

Do relativismo cultural passou-se ao relativismo moral, segundo não existe um padrão definitivo de bem ou mal, nem "valores universais". Neste sentido os julgamentos sobre o certo e o errado são sempre produto de uma dada sociedade, podendo também afirmar-se que a moralidade ou ética está sujeita à perspectiva cultural de cada pessoa. Todos os julgamentos são aceitáveis, dado que não temos num critério para nos permita dizer que um é melhor do que outro.

O "pluralismo", "tolerância" e o "respeito pelo Outro", baseados nesta concepção relativista,  assumiram uma importância crescente nas nossas sociedades levando a uma situação insustentável: a impossibilidade de qualquer julgamento sobre as ações humanas já que todas são aceitáveis.

- Indiferentismo

 - Multiculturalismo

3. Novos Desafios

- Globalização

- A Identidade Cultural - Migrações

- Aliança de Civilizações

- Diálogo Interculturas

- 21 de Março. Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento.

 

        Carlos Fontes

Carlos Fontes

10º. Ano - Programa de Filosofia

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