ABC da Reforma do Ensino Secundário do PSD/CDS (2002-2004)

Carlos Fontes

 

Após ter suspendido em Junho de 2002 a Reforma do PS (ver ), o

PSD/CDS anunciou em finais de Novembro deste ano, um novo projecto de reforma do ensino secundário. 

Este projecto começou a ser concretizado ano lectivo de 2003/2004 e prosseguiu no ano lectivo seguinte. 

 

C . D . E . F . H IM

 

Medidas Adoptadas na Reforma de 2002 a 2004:

Ciclos de Escolaridade. A nova reforma pretende consagrar até 2010, uma nova estrutura no sistema de ensino dividida em 3 ciclos fundamentais: Ensino Infantil (até os 6 anos); Ensino Básico (dos 6 anos 12 anos); Ensino Secundário (dos 12 aos 18 anos). 

Cursos Gerais. Passarão a existir  cinco cursos: Curso de Ciências Tecnológicas, C.Ciências Sócio-Económicas, C.Ciências Sociais e Humanas, C. Linguas e Literaturas e C.Artes.

A grande inovação em relação ao que existe foi acrescentar apenas mais um curso. 

Cursos Tecnológicos. No ensino tecnológico são propostos dez cursos:Curso Tecnológico de Construção Civil e Edificações, C.T.Electrónica e Electromecânica, C.T.Informática, C.T.Ordenamento do Território, C.T.Design, C.T.Multimédia, C.T.Marketing, C.T.Administração, C.T.Acção Social, C.T.Desporto.

Na pratica são criados três novos cursos do que aqueles que actualmente existem. Comparando esta proposta com a do anterior governo do PS, torna-se evidente que a opção foi a de aumentar apenas o mínimo indispensável nas ofertas formativas. Num governo que aposta na contenção de custos do Estado, outra lógica não seria de esperar.

Currículo Mínimo. É estabelecido o conceito de um currículo mínimo, definido pelo Ministério da Educação, cabendo a cada escola aumentar a oferta de disciplinas em função das disponibilidades dos seus recursos.

Decreto. Em Junho de 2002 é publicado o Decreto-Lei nº.156/2002, de 20 de Junho que suspende a reforma do Ensino Secundário do Governo PS prevista para entrar em vigor neste ano lectivo (2002/2003). 

12º. Ano. Num país que ainda tem 9% de analfabetos, e onde as taxas de abandono do sistema educativo são as mais elevadas da Europa, o governo promete que até 2010 irá impor 12 anos de escolaridade obrigatória. 

Disciplinas. Na área de formação geral (obrigatória), no 10º. e 11º. Ano, para além das disciplinas obrigatórias de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Filosofia e Educação Física, foi introduzida uma nova disciplina com esta natureza: Tecnologias de Informação e Comunicação.

Exames. Prevê-se a existência de menos exames.Actualmente os estudantes prestam provas a cinco cadeiras no final do 12º ano. Os alunos do tecnológico têm ainda de fazer mais um exame a uma disciplina de formação técnica. A partir de 2004/2005 são feitos apenas quatro e em dois momentos diferentes: 11º e 12º ano. Os estudantes dos cursos tecnológicos terão de prestar uma Prova de Aptidão Tecnológica. Esta decisão anula a realização de provas globais

Filosofia . Com um programa extremamente simplificado no 10º. e 11º. Ano, a Filosofia irá ser retirada do 12º. Ano, mesmo enquanto opção nos cursos científico-humanisticos. Um absurdo !

Horas Lectivas. A carga horária que actualmente varia entre 27 e 32 horas, quer nos cursos gerais quer nos tecnológicos irá sofrer uma redução. Com a revisão, a carga horária diminui para 25,5 e 28,5 horas semanais para os cursos científico-humanístico e tecnológicos, respectivamente. No 12º ano muda para 24 e 30 horas. As aulas passam de 50 para 90 minutos. O corte vai ser feito na Área Projecto, que só é leccionada no 12º ano, e no número de disciplinas específicas

Início. Esta reforma entra em vigor no ano lectivo de 2003/2004

Modalidades de Ensino. A nova reforma estabelece quatro modalidades de ensino: Ensino Cientifico-Humanistico; Ensino Tecnológico; Ensino Artístico; Ensino Profissional.

O E.Científico-Humanistico destina-se a preparar alunos para as universidades.

O E.Tecnológico prepara-os para prosseguirem os seus estudos nos politécnicos.

O E. Artístico prepara-os para as escolas de artes

O E.Profissional para a inserção, tanto quanto possível imediata, no mercado de trabalho.

Carlos Fontes

Continuação

Carlos Fontes

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