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A Bíblia Medieval - Do Românico ao Gótico (Sécs. XII-XIII).

16 de Fevereiro- 21 Maio de 2016

Comissário: Luís Correia de Sousa

Biblioteca Nacional de Portugal

 

Catálogo da Exposição:

In Principio
A Bíblia Medieval em diálogo com a pintura de Ilda David

 

A presentação do catálogo - In Principio- A Bíblia Medieval em diálogo com a pintura de Ilda David - no dia 11 de Maio de 2016 esteve a cargo de Patricia Stirnemann (Institut de Recherche et d’Histoire des Textes - CNRS, Paris). O catálogo, organizado por Luís Correia de Sousa, reune textos dos seguintes autores: José Mattoso, Xavier van Binnebeke, Luís Correia de Sousa, José Tolentino Mendonça, Teresa Duarte Ferreira, Ana Cristina de Santana Silva e Lígia de Azevedo Martins.
 
A edição que, de certa forma, perpetua a exposição A Bíblia Medieval - do Românico ao Gótico (séculos XII-XIII), comissariada por Luís Correia de Sousa e patente na Biblioteca Nacional de Portugal – que reúne um conjunto de Bíblias medievais, pertencentes aos acervos da BNP, Biblioteca Pública de Évora e Biblioteca da Ajuda, e uma seleção de pinturas de Ilda David – é um documento que propõe uma reflexão em torno da importância do livro na Idade Média europeia, sublinhando um dos seus períodos mais marcantes, as décadas de transição entre os séculos XII e XIII, ao mesmo tempo que aponta as relações texto/imagem, como significativo impulsor no âmbito da criação artística, quer na época medieval, quer nos nossos dias. Objetos de arte e cultura, alguns destes códices acompanham-nos desde a fundação da nacionalidade e são testemunhos eloquentes da importância da cultura erudita no percurso histórico do Ocidente.

Concedendo natural destaque à imagem, a obra reproduz a quase totalidade dos manuscritos expostos, bem como vinte obras de Ilda David.

 

 

Estamos perante mais uma notável exposição sobre iluminura em Portugal, onde s mostra um precioso conjunto de  manuscritos bíblicos iluminados dos acervos da BNP, da Biblioteca Pública de Évora e da Biblioteca da Ajuda.

A exposição está organizada em dois núcleos fundamentais: as bíblias românicas e as góticas, permitido evidenciar as profundas transformações sociais e culturais que lhes estão subjacentes.

 

Bíblias Românicas

 

São expostos exemplares das grandes Bíblias do Românico, com particular destaque para as monumentais bíblias da Abadia de Santa Maria de Alcobaça, em vários volumes.

 

 

Luis Correia de Sousa, na visita guiada que fez à exposição, começou por salientar a figura incontornável de São Jerónimo (c.342-420), como tradutor e organizador de uma versão única dos textos bíblicos, mais tarde conhecida por Vulgata. Mostrou alguns aspectos das grandes bíblias românicas (fins do séc.XI-séc.XII), nomeadamente a riqueza da paleta de cores, as inicias de forte impacto visual, a profusão de seres que as povoam.

 

Tratam-se de bíblias produzidas em ambientes monásticos, destinadas à formação dos monges e para as necessidades litúrgicas. As bíblias românicas estavam distribuídas por vários volumes. O Saltério eram frequentemente copiado num volume separado.

 

Bíblias Góticas

 

 

Neste núcleo são expostas as chamadas Bíblias portáteis do século XIII, mostrando as diferenças entre os seus distintos centros de produção.

 

Assumem primazia os manuscritos de produção francesa, sobretudo dos ateliers de Paris, mas podemos observar também códices de origem inglesa, catalã ou italiana, e dois manuscritos que terão sido copiados no scriptorium de Alcobaça.

 

Destaca-se ainda a «Bíblia de bolso» que terá pertencido à rainha D. Mafalda (ca 1195/1196-1256), filha de D. Sancho I, um códice que poderá ser a primeira tradução da Bíblia para francês e, ainda, um manuscrito produzido nos ateliers de Bolonha em finais de 1200.
 

 

A exposição coloca em destaque a relevância da produção e circulação da Bíblia, não apenas como livro sagrado mas também como objeto de cultura associado à nossa matriz civilizacional.

 

 

Luis Correia de Sousa, sobre este núcleo, referiu que no século XIII ocorreu uma verdadeira revolução na produção dos manuscritos bíblicos, a qual saiu da exclusiva esfera monástica para serem também produzidos em ateliers laicos e oficinas de livreiros. 

 

Esta mudança deveu-se ao aumento de leitores, estimulada pelo desenvolvimento das grandes universidades europeias, como Paris, Oxford e Bolonha, mas também pelo aparecimento de novas ordens religiosas, como os mendicantes.

 

As bíblias, como referiu, passaram então a serem num único volume, de reduzidas dimensões para poder ser facilmente transportado e lidas em privada. Esta alteração obrigou a obterem pergaminhos mais finos, letras de reduzidas dimensões, mas também a definirem a sequência dos livros bíblicos, a sua divisão em capítulos, a padronizarem o local e a sequências das iluminuras, etc.  

   

Ilda David

Em paralelo com estes códices medievais são expostas um grupo significativo de obras da pintora Ilda David, produzidas, precisamente, para uma recente edição da Bíblia.

 

Desta forma o visitante tem a oportunidade de estabelecer um diálogo entre a arte medieval  e a criação contemporânea, numa renovada reflexão em torno das relações texto/imagem.

 

Ponto de Encontro

A exposição constituiu também um ponto de encontro dos vários investigadores que se debruçam, em várias perspectivas, sobre a iluminura de manuscritos medievais.

 

 

 

A exposição enquadra-se no projeto de pós-doutoramento do comissário da mesma, Luís Correia de Sousa, intitulado Bíblias portáteis francesas do século XIII. Estudo iconográfico, codicológico e textual (ref: SFRH/BPD/78844/2011), financiado pela FCT, que culminou na realização do colóquio internacional A Bíblia medieval – do Românico ao Gótico (sécs. XII – XIII).

 

 

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