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Egas Moniz (1874-1955), natural de Avanca,
formou-se em medicina (1899), manifestando de princípio grande interesse pela
actividade política. Em 1903 foi eleito deputado pelo Partido Progressista. Lutou
contra a Ditadura de João Franco, tendo participado na tentativa golpista de
28 de Janeiro de 1908. Após a implantação da 1ª. Republica (1910-1926),
aderiu ao novo regime, tendo comabtido ao lado de António José de Almeida no
Partido Evolucionista. Em 1916 formou o Partido Centrista de vida efémera. Em
1917 entra para o Governo populista de Sidónio Pais, exercendo os cargos
Ministro dos Negócios Estrangeiros, embaixador de Portugal em Espanha, e
depois o de presidente da delegação portuguesa à Conferência de Paz, em
Paris, no final da I Guerra Mundial (1914-1918). Foi ainda o obreiro no
restabelecimento das relações diplomáticas de Portugal com o Vaticano.
Foi professor das Universidade
de Coimbra e de Lisboa, onde regeu a cadeira de Neurologia. Realizou pela
primeira vez a angiografia cerebral do homem, contribuindo com estes
exames radiológicos, para o diagnóstico de tumores cerebrais e para os
progressos de neurocirurgia. A primeira descrição desta operação aparece na
sua obra "Diagnostic des Tumeurs Cérébrales et l`Épreuve de l`Encephalographie
artérielle", obra publica em Paris(1931).
Foi
ainda o notável criador de uma nova forma de cirurgia cerebral - a
leucotomia pré-frontal. Em reconhecimento dos seus méritos científicos,
em 1947, foi-lhe atribuido o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia.
Entre
as suas numeras obras destacam-se: Vida Sexual (1900), onde dá conta
das modernas teorias europeias, nomeadamente da psicanálise de S. Freud; As
Bases da Psicanálise (1915), O Conflito Sexual (1922), Conferências
Médicas (quatro volumes), Júlio Dinis e a Psicanálise (1920), A
Necrofilia de Camilo Castelo Branco (1925), Confidências de um
Investigador Científico(1949), A Nossa Casa (1950).
Carlos
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