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Bicicleta
e Consciência Global
O excesso de automóveis estão a
matar as nossas cidades. Em Lisboa, por exemplo, as pessoas foram expulsas
dos passeios, os espaços verdes foram reduzidos para alargar as fachas de
rodagem para automóveis. Muitos jardins foram transformados em parques de estacionamento.
O centro histórico devassado por automóveis degradou-se completamente. Vastas
áreas da cidade, a poluição sonora e atmosférica tornou-se um perigo para a
saúde pública. Deixou de ser agradável viver nestas condições. A
população deslocou-se em massa para os arredores. Entre 1981 e 2008,
Lisboa perdeu 41% da sua população. O êxodo continua. A pressão dos automóveis não
diminuiu, mas aumentou. A enorme massa dos que foram atirados para a
periferia, todos os dias entra na cidade para trabalhar, conduzindo centenas de milhares de
automóveis. De manhã e ao fim do dia forma-se longas filas, tornando a
vida das pessoas num pesadelo.. O
mundo está repleto de cidades com Lisboa, onde as pessoas deixaram de ter
importância. As consequências globais desta política de motorização
total estão à vista: a poluição provocada pelos automóveis e outros veículos
motorizados está a colocar em perigo a vida no planeta
!. É tempo de pensar em outros paradigmas de mobilidade, voltar a dar
importância às pessoas. A bicicleta é hoje o símbolo de uma nova
consciência global. É silenciosa, não polui e é amiga do ambiente.Como
se isto não bastasse, andar de bicicleta faz bem à saúde. Carlos
Fontes
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