Carlos Fontes

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Rota Cisterciense

(Ordem de Cister)

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Mosteiro ´de São Mamede e São Paio do Lorvão

Fundado por Afonso III de Leão, pouco depois da reconquista de Coimbra em 878. No século X adquiriu grandes domínios na região entre os rios Vouga e o Mondego. Em 1086 adoptou a regra beneditina.

Em 1109 foi doado pelo Conde D. Henrique à diocese de Coimbra. No final do século XII o mosteiro possuía um elevado nível cultural, tendo sido copiados e iluminados nos seu scriptorium obras como o Livros das Aves (1183), o Comentário ao Apocalipse de São João pelo monge de Liébana (Apocalipse do Lorvão) ou o Comentário de Santo Agostinho aos Salmos (1183)

No inicio do século XIII, a filha de D. Sancho I - Dona Teresa (1177-1250) vendo o seu casamento anulado com Afonso IX de Leão, tomou a protecção do mosteiro, tendo em 1211 afastado os monges beneditinos e instalado definitiva no mosteiro de uma comunidade feminina sob a regra de cister, com a invocação de Santa Maria.

Aqui viveu e encontra-se sepultada outra das suas irmãs: Dona Sancha (1180-1229) (fundadora do Mosteiro de Santa Maria de Celas, 1210). É provável que a outra das irmãs - Dona Mafalda (1195-1256), esposa de Henrique I de Castela, tenha também vivido algum tempo no Lorvão, logo após o seu casamento ter sido anulado(1216), tendo depois ingressado no Mosteiro de Arouca onde se encontra sepultada.

Numa campanha de obras no final do século XVI foi construído um claustro em linguagem renascentista. Nos séculos XVII e XVIII o mosteiro foi profundamente remodelado que lhe confiram os seu aspecto barroco atual, sendo de destacar o seu magnifico cadeiral do coro-baixo (1742 e 1747) e o seu orgão realizado por António Xavier Machado Cerveira (1795).

Teresa e Sancha foram beatificadas pelo Papa Clemente XI, a 13 de Dezembro de 1705. Dez anos depois  instalou-se no Lorvão o culto das santas rainhas (Teresa e Sancha) , quando ocorreu a transladação dos dos sarcófagos de pedra para os túmulos de prata, da autoria do ourives portuense Manuel Carneiro da Silva.

A última das irmãs a ser beatificada foi Mafalda, o que só ocorreu em 1792.

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  Carlos Fontes
 

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