Impérios

Impérios Ocidentais no Mundo

 

2. Império Espanhol  

A criação do Império espanhol é uma obra de estrangeiros, sobretudo de portugueses e italianos. Tudo começou em 1492, quando Cristovão Colombo ( Português ou italiano ? ), para afastar os espanhóis das rotas marítimas que estavam a ser seguidas pelos portugueses navega para Ocidente à procura da Índia e chega à América. Este aparente acaso dá aos espanhóis a possibilidade de formarem um grande Império na América, acabando por o fazer sobre os escombros da destruição de culturas e povos milenares (Azetcas, Maias, incas, etc). 

Fernão de Magalhães ( português ), em 1521 leva-os para outras paragens fora do continente americano, expandindo o Império espanhol até às Filipinas. Muitos experimentados navegadores, cartógrafos, mercadores e negreiros portugueses tem um papel decisivo na construção deste Império Espanhol. A partilha do mundo feita em 1494, no Tratado de Tordesilhas, possibilitava estas acções sem que fossem acusados de traição.   

A Espanha, na segunda metade do século XVI, devido a outros acasos, como a morte do rei português - D. Sebastião - numa batalha em Alcacér Quibir (Marrocos), torna-se na principal potência mundial. O Império espanhol é desta forma uma obra do acaso, não de uma intenção de expansão como aconteceu com os portugueses. 

Senhores de um vasto Império, sem esforço nem grande engenho, no século XVII começam a perder tudo o que adquiriram. Na Europa vão sendo expulsos dos territórios que adquiram  por casamentos reais, e no resto do mundo pela concorrência da Holanda, Inglaterra, França e de Portugal (após a restauração da independência, em 1640). No inicio do século XIX, os movimentos independência na América acabam com o seu domínio nesta região do mundo, um processo que será concluído em 1889 com a independência de Cuba e a sua expulsão das Filipinas pelos Americanos. 

Em África, a presença espanhola consistiu inicialmente na ocupação das territórios ou cidades que haviam pertencido aos portugueses em Marrocos, Saara Ocidental e  Mauritânia. Destes territórios espanhóis, o único onde a religião cristã predomina é na Guiné Equatorial, uma colónia portuguesa (até fins do século XVIII) .  

O Império espanhol nunca foi justificado como uma obra de evangelização. Tratava-se acima de tudo de uma conquista, um saque proporcionado por o engano de um navegador estrangeiro. Neste sentido, a América espanhola desde o início que se tornou numa região onde sempre imperou as lutas entre poderosos caciques locais, herdeiros dos primeiros conquistadores (Pizarro, Cortés, etc). Nunca foi também um território homogéneo, mas uma região de contínuas guerras entre os caciques que dominavam as várias partes do Império, tendo-se fragmentado no século XIX. Um processo que ainda não parou, tais são os conflitos históricos entre os caciques. 

As únicas regiões que ainda hoje possuem alguma unidade interna, foram aquelas onde ocorreram extermínios quase completos das populações indigenas, sendo a sua população actual constituída maioritariamente por descendentes de imigrantes europeus (Argentina, Chile). 

A  coroa espanhola limitava-se a arrecadar os impostos, competindo aos conquistadores e colonos locais efectuarem o saque, aniquilando indiscriminadamente os povos que lhe resistiam e substituíndo as culturas indígenas por aquela que lhes impunham. Calcula-se que entre 1492 e 1889, os espanhóis tenham exterminado cerca de 70 milhões de pessoas através de várias formas, desde matanças a epidemias que aqui introduziram.

Carlos Fontes

 

1. Império Português.  3. Império Holandês.  4. Império Inglês5. Império Francês 6. Império Belga . 7. Império Alemão . 8. Império Italiano

 

 

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