Director: Carlos Fontes

 

 

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Resistência ao Colonialismo em Moçambique

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A história oficial de Moçambique que é ensinada nas escolas, à semelhança de qualquer outro país procura enaltecer certas personagens que simbolizam a identidade nacional. A escolha recai, neste caso, naturalmente sobre os negros que de uma forma ou outra resistiram ao colonialismo. O período  mais valorizado tem sido o do final do século XIX, quando a resistência atingiu enormes proporções. A realidade revela-se contudo muito mais complexa do que a versão oficial, e a propaganda anti-colonialista dos anos 60 e 70. 

A verdade é que a consciência nacional destes resistentes, transformados em heróis, quase nunca ultrapassou os limites da tribo a que pertenciam. Acontece inclusivé que, na sua esmagadora maioria  estavam estreitamente ligadas ao tráfico de escravos e a genocídios de outras tribos. Uma das causas aliás porque desencadearam a grande Resistência na segunda metade do século XIX, foi precisamente pelo facto de Portugal ter proibido o tráfico de escravos e a escravatura de africanos. Estes negreiros africanos sentiram-se ameaçados no seu modo de vida. 

Ironia do destino: - Algumas das figuras mais odiosas para a historiografia Moçambicana, como Mouzinho de Albuquerque, acabaram funcionar como verdadeiros libertadores do povo, quando submeteram militarmente as tribos que se dedicavam à pilhagem e à escravatura.

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Suaílis.Foram no contexto da Costa Oriental de África, os grandes negreiros. Exportavam-nos para tudo quanto era sítio (Arquipélago de Camores, Madasgáscar, Mascarenhas, Zamzibar, Golfo Pérsico, América do Norte, América do Sul, etc, etc).Compravam-nos em Moçambique aos ajauas e bisas, atacavam os macuas para os fazerem escravos. Centros suaílis como Angoche, Quintangonha, Sancul e Sangage eram na segunda metade do século XIX, os maiores locais de exportação de escravos da Costa Oriental de África. 

No final do século XIX, sentindo-se ameaçados no seu comércio negreiro  reuniram às tribos do norte de Moçambique para resistirem ao colonialismo português. Nesta resistência contaram com o apoio de negreiros franceses, árabes, ingleses, afro-portugueses, etc.

Grandes heróis suaílis, não passavam de chefes de quadrilhas armadas que  viviam da pilhagem e do tráfico de escravos, como Mussa Quanto, Faraley (sultanato do Angoche), Marave, Ali Amisse, Amadí Abdallah, Hassan Molidi (xeques),  Omar Sanoul, Makusi Omar (capitão-mores). 

 

 
Chicungas, antigos escravos-guerreiros dos Senhores dos Prazos (vale do Zambézia), formaram uma república militar independente, na Majanca da Costa (1862-1898), onde praticaram em larga escala a escravatura das populações moçambicanas.

 

 
Namarrais (ou Lómèus), por volta de 1865, cerca de 10 mil abandonaram os Montes Namuli após os ataques dos Angonis-Guangaras, estabelecendo-se na região da Macuana. Praticaram em larga escala a pilhagem de caravanas e o tráfico de escravos.Os portugueses só os conseguiram vencer por volta de 1913, pondo fim a uma longa prática de atrocidades. Entre os heróis Namarramais, destaca-se o negreiro Mocuto-Muno.

 

 
Império de Gaza (Sul de Moçambique).Formado em meados do século XIX, praticavam o tráfico e a escravatura das populações. Gongunhane, o último imperadores, foi de uma crueldade inaudita. Quando decidiu fixar a sua capital no sul, escravizou e praticou um verdadeiro genocídio dos Chopes. Entre 1889/1890, cerca de 80 mil vandaus foram obrigados a deixarem as suas terras férteis nos planaltos para o acompanharem, na marcha para as proximidades do vale do Limpopo. A maioria morreu nesta atravessia. Em termos simbólicos, o Império de Gaza, e em particular Gongunhane é apresentado como um dos símbolos maiores da nacionalidade moçambicana.

 

 
Macuas (Norte de Moçambique). Os macuas foram uma das tribos africanas que mais foi devastada pelo tráfico negreiro. Contudo, as coisas não são igualmente assim tão simples: os seus chefes tribais, estavam igualmente envolvidos no comércio do seus súbditos. Quando na segunda metade do século XIX sentiram em perigo o tráfico negreiro uniram-se aos Suaílis, Narramais e outros para se oporem à colonização portuguesa e ao que ela significava, no contexto do tempo: o fim do tráfico de escravos.Entre os heróis da resistência macua, destaca-se o negreiro Muepala-Muno.  
 

Á semelhança do que aconteceu na maioria das colónias europeias, a consciência nacional moçambicana, surgiu primeiro entre os brancos nascidos nas colónias, os mulatos e as elites negras escolarizadas. Foram estes grupos sociais que protagonizaram a resistência activa ao colonialismo da Metrópole (Portugal), numa perspectiva nacional. Primeiro limitaram-se a reinvindicar uma maior autonomia e depois a Independência.

Carlos Fontes

 

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Moçambique

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