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                |  | EMIGRAÇÃO 
                    PORTUGUESA PARA O BRASIL Portugal e Brasil partilharam uma história comum desde o 
                    seu  descobrimento, em 1500, por Pedro Álvares Cabral. Em rigor 
                    só se pode falar de imigração portuguesa no Brasil após a 
                    Independência deste país em 1822. Diversos estudos revelaram um 
                    constante movimento migratório de portugueses para o Brasil desde o 
                    século XVI, o qual aumentou no século XVIII. Após a Independência prosseguiu
                    o fluxo migratório, tendo atingido a sua 
                    máxima dimensão entre 1901 e 1930. Esta emigração manteve-se muito elevado
                    até finais dos anos 50 do século XX, quando cessou quase completamente. A
                    partir dos anos 60 o movimento migratório passou a ser do Brasil para Portugal,
                    atingindo a partir do final dos anos 90 valores muito significativos.   |  |  
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                   Portugal e Brasil partilharam uma história comum desde o 
                    seu  descobrimento, em 1500, por Pedro Álvares Cabral. Em rigor 
                    só se pode falar de imigração portuguesa no Brasil após a 
                    Independência deste país em 1822. Diversos estudos tem revelado um 
                    constante movimento migratório de portugueses para o Brasil desde o 
                    século XVI, a qual aumentou no século XVIII tendo atingido a sua 
                    máxima dimensão entre 1901 e 1930. O fluxo migratório manteve-se muito elevado
                    até inícios dos anos 60 do século XX.
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                   Antecedentes
                   As migração de portugueses para o Brasil, iniciou-se logo
                    após a sua descoberta em 1500. Estas migrações estiveram ligadas, sobretudo
                    no século XVI, à
                    acção de colonização, e que se traduz na ocupação durante este século de
                    todo o litoral costeiro desde o amazonas ao Rio da Prata. A ocupação do
                    interior será incrementada nos dois séculos seguintes. 
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                |  | O Brasil apresenta-se como um terra de enormes oportunidades para os
                  portugueses, sem os perigos que têm que enfrentar noutras regiões
                  do mundo. Não é pois de estranhar que esta obra colonizadora acabe
                  por despovoar o país retirando-lhe durante séculos a mão-de-obra
                  que este carecia para o seu desenvolvimento. Com o apoio do Estado recrutam-se à força
                  milhares de "colonizadores", nomeadamente nos orfanatos, nos asilos,
                  prisões, etc.. |  |  
                |  | As oportunidades abertas pela exploração do açúcar (c.1530), o
                  tabaco(1550) e depois do ouro e pedras preciosas (séculos XVII e
                  XVIII) estimulam esta verdadeira debandada em relação ao Brasil. Durante
                  cerca de dois séculos foi tal o impacto destas migrações para o Brasil que a
                  população em Portugal praticamente não aumenta. O início do século XIX é marcado por uma
                    enorme vaga migratória para o Brasil. Só com a família real, em 1807, foram
                    mais de 15 mil pessoas. Desde então e até à independência do Brasil, em 1822,
                    largos milhares ter-se-ão instalado neste país. Recorde-se que Portugal, devido às invasões
                    franco-espanholas (1807-1814) tinha as suas estruturas económicas todas arruinadas.    .. |  |  
                |  | Emigração no século XIX A migração não termina com a independência do
                    Brasil, muito pelo contrário, assiste-se ao seu incremento sobretudo a
                    partir do último quartel do século. Os fluxos migratórios eram suscitados
                    pelas necessidades de mão-de-obra em inúmeras actividades, em espacial as
                    relacionadas com o comércio, a industria, mas também as plantações de café e
                    de algodão. Estas necessidades foram agravadas pelo fim
                    do tráfico de escravos (1850) e depois com a abolição
                    da escravatura (1888). Os imigrantes europeus, incluindo os portugueses, foram
                    substituindo progressivamente a mão-de-obra escrava. No final do século,
                    milhares de emigrantes dirigiam-se também para o Amazonas, onde se iniciou a
                    exploração da borracha.  A maioria dos emigrantes portugueses eram
                    oriundos do Minho, Douro e das Beiras. As ilhas dos Açores, e em menor grau a
                    Ilha da Madeira, enviaram também grande número emigrantes.  A partir de meados do século XIX
                    assiste-se à criação de uma vasta rede de engajadores de emigrantes, que
                    fazem enormes fortunas exportando mão-de-obra. Os principais portos eram
                    os da foz do Douro (Porto) e o de Lisboa. Os engajadores recorriam também aos
                    portos da Galiza. É durante este século que se criam no Brasil
                    uma importante conjunto de instituições desta comunidade. Calcula-se que entre
                    1822 e 1900 perto de 1 milhão de portugueses do Continente e das Ilhas terão emigrado para o Brasil. A emigração no Brasil tornou-se uma das
                    principais fontes de receitas do Estado português.  Emigração no Século XX A vaga de emigrantes que aumentou logo após a
                    abolição da escravatura, cresce ainda mais com a implantação da república
                    em Portugal (1910). A vaga embora tenha diminuído durante a 1ª. Guerra Mundial (1914-1918),
                    cresce de novo na década seguinte. Entre 1930 e 1945 Getúlio Vargas assume uma
                    política proteccionista em relação aos imigrantes portugueses, que se mantém
                    depois da sua queda. Entre 1900 e 1950 o Brasil recebeu 903.186 imigrantes
                    legais portugueses. O valor real terá sido certamente muito superior.  No período entre 1950 e 1959 registam-se 237.327
                    imigrantes, valor que diminui na década seguinte para 73.267. Nos anos 70
                    a emigração para o Brasil tornou-se insignificante, só voltando a subir no
                    período entre 1974/75, ligada ao processo de descolonização e ao derrube da
                    ditadura. O Brasil acolheu então milhares de refugiados portugueses vindos das
                    suas ex-colónias, mas também de Portugal. .. |  |  
                |  | Apesar destes números registam-se algumas mudanças na emigração.
                  Entre o século XVII e finais do século XIX, o Brasil absorve a
                  esmagadora maioria dos emigrantes portugueses, mas à medida que
                  entramos no século XX, um número sempre crescente dirigem-se para
                  outros destinos, como os EUA, Argentina, Venezuela, etc. . |  |  
                |  | A maioria destes emigrantes eram oriundos dos campos, 
                  às vezes do pequeno comércio de província, da
                  construção civil, de profissões domésticas. Era em geral gente desprovida de capacidade técnica para a direcção e
                  orientação das grandes tarefas do comércio e da industria. Saíam
                  em famílias completas, com elevada percentagem de mulheres e de
                  crianças, na sua maior parte analfabetas. Dada a sua condição
                  esperava-os uma vida dura. Não raro mais dura do que aquela que os
                  motivara a sair de Portugal. Os principais apoios locais assentavam nas redes
                    de solidariedade entre os próprios imigrantes, assim como num conjunto de
                    instituições por eles criadas que facilitavam a sua integração social e
                    política. .Carlos Fontes  |  |  
                |  | Estatísticas
                    da Emigração Portuguesa para o Brasil .. |  |  
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