Paata, 18 Anos

   
Paata, 18 anos, nascido na Geórgia. Veio para Portugal em Março de 2007. Vivia com o pai e o irmão na Lourinhã onde trabalhava na construção civil. Após três meses sem receber ordenado, no dia 21 de Junho decidiu vir para Lisboa à procura de trabalho, com 15 euros nos bolsos.

Na Estação do Metro do Campo Grande esperavam-no três delinquentes. É impossivel apurar as suas reais motivações (roubo, racismo, xenofobia, etc), mas conhecem-se os seus actos e consequências: pelas  23h20, desferiram no peito do jovem Paata várias facadas até o matarem, pondo-se de seguida em fuga. 

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Imigrantes Mortos em Portugal

Não é fácil a vida de um imigrante. Afastado do seu país e familiares, vivendo num país estranho onde não raro desconhece a língua, é obrigado a travar uma dura luta para sobreviver e não cair na indegência. 

A primeira certeza que tem é que os piores trabalhos e ordenados estão-lhe reservados. A segunda é que as suas fragilidades irão ser exploradas por mafias e patrões sem escrúpulos. Como se tudo isto não bastasse tem que suportar por vezes ameaças e insultos racistas e xenófobos. Portugal não é excepção neste domínio.

Quando imigrou tinha um sonho - conseguir uma vida melhor - mas, o que encontra muitas vezes é miséria e a própria morte numa terra distante. 

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2007.07.15.Alverca.Imigrante ucraniano.Tinha 33 anos.Conduzia um camião que se despistou nas portagens do auto-estrada.
2007.06.21.Lisboa. Imigrante da Geórgia. Paata tinha 18 anos quando foi barbaramente assassinado na Estação do Metro do Campo Grande.
2007.04.17. Imigrante ucraniano.Proença-a-Nova. Viktor Palymar há anos que estava em Portugal onde morreu na mais completa miséria.
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2006.10.14.Portimão.Imigrante Ucraniano. Foi encontrado morto, junto ao porto de pesca de Portimão, no interior de um edifício abandonado, onde se encontravam a dormir com quatro compatriotas.
2006.06.22. Caldas da Rainha. Imigrante ucraniano. Tinha 52 anos. Foi encontrado morto na cave da ex-UAL das Caldas da Rainha. Vivia na mais extrema miséria.
2006.03.14.Peniche,Casal dos Ninhos/Baleal.Imigrante ucraniano.Morto à facada em casa.Mishel Vitricuch tinha 35 anos e era trabalhador rural
2006.03.14. Entroncamento.Imigrante moldavo. Foi vítima de agressões por parte de três homens. 
2006.03.09.Albufeira, Olhos de Água (Algarve).Imigrante ucraniano.Tinha 49 anos. Era encarregado de uma obra. Foi esfaqueado até à morte e deixado a dez metros do contentor onde habitualmente pernoitava. 
2006.02.22.Porto, Avenida Fernão Magalhães. Imigrante brasileiro. Um grupo de doze adolescentes matou à paulada Gisberto Salce Júnior. Era travesti e costumava usar o nome Gisberta ou Gist. Tinha 45 anos e vivia em Portugal há 14 anos.Nos últimos anos vivia na mais extrema pobreza.
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2005.12.13 .Angra do Heroismo.Imigrante ucraniano. Tinha 40 anos. Foi morto numa rixa.
2005.01.16. Bombarral, Columbeira.Imigrante moldavo. Vadim Crupnov, servente de construção civil, tinha 30 anos. Foi assassinado a tiro pelo patrão.
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2004.05.27.Lisboa. Imigrante ucraniano. Georgy Petko morreu aos 37 anos, no aeroporto da Portela, quando tentava não ser entregue pela Polícia Judiciária às autoridades ucranianas, que o procuravam por crimes de burla numa empresa estatal.
2004.09.16. Cadaval, aldeia Vermelha. Imigrante Ucraniano. Vasyl Lazarenko tinha 51 anos. Estava em Portugal há três anos. Morreu à fome.
2004.08.26.Tomar, Choromela.Imigrante Ucraniano. Aparece morto, na mais completa miséria 
2004.02.17. Marinha Grande, Amieirinha.Tinha 25 anos.Veio do leste da Europa para morrer em Portugal.
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2003. 08.20. Porto. Trindade. Imigrantes letónios e lituanos. Mortos à paulada.
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2001.Dezembro. Almodôvar. Imigrantes brasileiros e guineenses. Cinco operários imigrantes morrem na queda de uma plataforma, num viaduto em construção na freguesia de Gomes Aires.

2001. S. Marcos da Serra. Imigrante ucraniano. Morre nos estaleiros dos Adrianos, na Azilheira.

2001. São Marcos da Serra. Imigrante ucraniano. Morre carbonizado dentro de um contentor, nos estaleiros da empresa MSF, na Azilheira. 

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1995.06.10.Lisboa, Bairro Alto. Imigrante caboverdiano. Um bando de 20 skinheads, oriundos de Almada, matam à paulada Alcindo Monteiro, um cidadão cabo-verdiano. A morte de Alcino tornou-se num símbolo da barbária racista em Portugal.

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