Director: Carlos Fontes

 

 

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Saúde 

Se há área que funciona mal em Portugal é a da saúde. No entanto, é um dos países europeus que mais gasta na saúde em função do rendimento per capita. A despesa pública com a saúde, em 2003, atingiu os 7,1 % do PIB. Não apenas aumentou as despesas com a saúde, mas também o número de médicos, de enfermeiros, de técnicos e funcionários hospitalares, etc. Em Portugal, por exemplo, o número de médicos e de enfermeiros por habitante é superior ao da média europeia. Apesar disto, não tem parado de diminuir a qualidade dos serviços prestados nos hospitais e centros de saúde públicos.  

Hospitais. A esmagadora maioria são mal geridos (por médicos) e prestam um serviço deplorável aos cidadãos. Apesar dos enormes investimentos que tem sido alvo, alguns deles estão povoados de barracas e de lixeiras (Hospital do Rego, Hospital dos Capuchos, Hospital de São José, etc). Algumas medidas destinadas a melhorar a sua gestão, acabaram por resultar na criação de enormes privilégios para os seus gestores. Proliferam por todo o país hospitais e centros de saúde sobre-dimensionados para as populações que servem. A sua construção não obedeceu a qualquer planeamento, mas foi apenas motivada por estratégias partidárias ou lóbis locais. 

Médicos. Portugal tem um número de médicos por habitante superior à média da União Europeia, no entanto o país debate-se com o problema da falta de médicos. 

A partir dos anos oitenta do século XX, a Ordem dos Médicos opôs-se ao aumento da formação de novos médicos. O objectivo era proteger o emprego e os salários dos médicos. No princípio do século XXI, os cidadãos portugueses pagam agora uma factura pesadíssima por terem deixado que esta medida fosse aplicada:

a) Embora descontem para o sistema de saúde, os cidadãos vêm-se obrigados a recorrer a hospitais particulares ou aos consultórios privados de médicos que trabalham nos hospitais públicos. Um escandalo.

b) A maioria dois serviços de medicina só funciona quando os médicos estão em serviço extraordinário. Apoiados numa gestão caótica dos hospitais públicos, milhares de médicos fazem verdadeiras fortunas em horas extraordinárias e outros serviços similares.  

c) O número de médicos estrangeiros não pára de aumentar, para preencherem as vagas que os médicos portugueses não querem, nomeadamente no interior do país;

d) Não param de aumentar as denúncias de casos de ligações obscuras entre médicos e a industria farmacêutica. A condição de fragilidade do doente é explorada por verdadeiras mafias. 

c) Centenas de jovens são obrigados todos os anos a saírem de Portugal, para se poderem formar em medicina, dado que o sistema de entradas nestes cursos continua a ser muito restritivo. É cada vez maior o número de médicos portugueses formados no estrangeiro, porque o Estado e o sistema corporativo instalado impede a sua formação em Portugal. Um completo absurdo.

A medicina em Portugal está transformada numa roubo do erário público. A medicina tornou-se sinónimo de saque dos doentes e das suas famílias, proporcionando uma boa vida a quem não tenha escrúpulos de se aproveitar de pessoas debilitadas. 

Uma Vergonha !

Um estudo feito em 2003, mas só divulgado a 18 de Novembro de 2005, apresenta números impressionantes sobre o caos que reina no sistema de saúde em Portugal. O desperdício de recursos económicos e humanos é total.  Hospitais públicos com:

- Mais médicos do que enfermeiros.

- Mais médicos do que camas.

-  Uma média de doentes atendidos por ano/médico de apenas 30 pessoas... 

- Taxas de ocupação de internamento de apenas 73,5 %, quando o mínimo em termos de eficiência é de 80%.

A esmagadora maioria dos hospitais públicas não tem qualquer sistema minimamente fiável para verificar a assiduidade e  pontualidade do seu pessoal, em particular dos médicos e enfermeiros.

Um luxo só possível em Portugal.  

Enfermeiros. O seu número aumentou de forma significativa, assim como a sua formação,  o que não se reflectiu na melhoria da qualidade dos serviços prestados aos doentes.  

Farmacêuticos. As farmácias constituem um verdadeiro monopólio no sistema nacional de saúde. Os interesses dos consumidores são claramente secundarizados em função dos interesses instalados. 

Industrias Farmacêuticas. Muitos dos medicamentos em Portugal custam em média mais do que na Espanha, França ou na Itália. A razão é simples: o sistema instalado procura proteger as industrias e distribuidores instaladas no país á custa do dinheiro dos contribuintes.

 
 

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