Director: Carlos Fontes

 

 

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Mandioca. Alimentado levado do Brasil para África, pelos portugueses, onde se tornou na base da alimentação.

Portugal, embora sendo um pequeno povo, orgulha-se de ter uma longa história rica de contribuições para a Humanidade. Espalhados por todo o mundo, os portugueses construíram um fabuloso património cultural que dá uma imagem surpreendente da sua enorme capacidade de adaptação e diálogo com diferentes culturas e religiões. 

 

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Contrastes Culturais

A cultura em Portugal, reflecte não apenas os contrastes sociais que são visíveis na sociedade portuguesa, mas também uma longa história que criou inúmeras especificidades locais. Este é um dado básico a ter em conta para analisar o que se passa em termos culturais no país.   

. As regiões de Lisboa e Porto, onde se concentram mais de 60% da população, monopolizam naturalmente a maioria dos eventos de grande impacto mediático. Mas será que nada mais acontece no resto do país ?  Nada mais absurdo! O que acontece é que os eventos locais, muitos dos quais de excelente qualidade, raramente conseguem alguma projecção nacional. 

. A produção literária sempre foi pujante, mesmo nos períodos mais críticos da história de Portugal. Foi numa fase de "decadência", em finais do século XX e princípios do século XX, que surgiram, por exemplo,  um conjunto notáveis escritores e poetas como Eça de Queirós ou Fernando Pessoa. Durante a longa noite da ditadura (1926-1974), apesar de todos os constrangimentos, é notável a galeria de romancistas e poetas. Após o regresso à democracia, em 1974, conta-se inclusive um Prémio Nobel da Literatura. 

. O património cultural é muito rico e diversificado. Contudo, está em geral pouco cuidado, estudado e divulgado. O Estado, as autarquias locais, mas também a maioria das sociedades científicas oficiais tem revelado um total incompetência e desleixe neste domínio. A maioria dos que ainda estão à sua frente foram formados durante a ditadura, continuando a ser alimentados pelo erário público.  

 

 

Marcos Históricos da Cultura em Portugal

. Séculos XII-XIV. Após a Independência (1143) seguiu-se um período de notável produção cultural, num pequeno país situado num dos extremos da Europa. Portugal pouco mais teria que 1 milhão de habitantes, no entanto foram os suficientes para afirmarem uma nova língua - o português. Numa escala ajustada a realidade do país, todas as correntes artísticas europeias são igualmente aqui difundidas e desenvolvidas em magnificas obras. Criaram-se grandes instituições culturais dotadas de excelentes bibliotecas (Santa Cruz de Coimbra, Alcobaça, etc), e em 1290 uma das primeiras Universidades da Europa. É neste contexto que surgem figuras de projecção internacional como Fernando de Bulhões (Santo António de Lisboa), Pedro Hespano (Papa João XXI), Álvaro Pais, D. Dinis, etc.

. Séculos XV-XVI. Trata-se do período considerado a "época de ouro" de Portugal. Em termos tecnológicos, científicos e artísticos o país está na vanguarda do mundo. 

. 1580-1640. A ocupação espanhola lança Portugal no caos, fechando-o em relação ao mundo. Domina a intolerância religiosa (Inquisição). O país regride em todos os domínios. O ambiente cultural torna-se irrespirável. A vanguarda do país, em termos culturais foge para o estrangeiro ou vive nas colónias como o Brasil. Não é pois de estranhar que personalidades como Espinosa (filósofo) ou Velasquez (pintor) filhos de portugueses. 

. Séculos XVII-XVIII.  A obra de reconstrução de Portugal, após a restauração da Independência em 1640, é das mais notáveis que um país fez no plano internacional. Cerca de 3 milhões de portugueses, sustentam uma longa guerra com a Espanha ( 60 anos), e  iniciam a reconstrução do país em todos os domínios. Portugal, no início do século XVIII, volta de novo a ser uma potência europeia, aberta à inovação e criação cultural. Em muitas áreas científicas e técnicas está de novo na vanguarda. O próprio Terramoto de Lisboa, em 1755, é aproveitado como um impulso para a modernização da capital do país - Lisboa torna-se na primeira cidade iluminista do mundo. A aposta na cultura é traço marcante de vários governantes no século XVIII.

. 1801-1814. As invasões franco-espanholas arruínam Portugal. Um terço da população é morta ou massacrada por tropas francesas e espanholas. A família real é obrigada a partir para o Brasil, o Império colonial fica à deriva. As consequências destas invasões e dos seus saques serão tremendas durante décadas. 

. Séculos XIX-1925. Expulsos e derrotados os invasores, inicia-se a segunda reconstrução de Portugal. Em 1834 é decidido reforçar a presença portuguesa em África, criando aí uma grande colónia, o que exigiu enormes recursos financeiros e humanos, condicionando desta forma a reconstrução interna. A apesar de tudo, o dinamismo cultural é enorme, destacando-se nas artes e ciências o aparecimento de inúmeras figuras como Abade Correia da Serra (cientista), Alexandre Herculano (historiador), Amadeu de Sousa Cardoso (pintor), etc. As instituições científicas em Portugal, na maior das áreas, acompanham o que de mais avançado se faz no mundo.

. 1926-1974. Durante 48 anos a ditadura procura isolar o país, e estimular uma mentalidade pouco exigente, medrosa e avessa à inovação. A dependência do Estado de milhões de portugueses, através de empregos, subsídios ou privilégios corporativos,  é um dos factores que contribui interiorizar estes valores. A pobreza e o analfabetismo são consideradas virtudes públicas. Apesar de tudo, como diz o poeta "Há sempre alguém que resiste / Há sempre alguém que diz não ."  Em todos os domínios surgiram personalidades que se destacaram no plano internacional. Egas Moniz, por exemplo, foi Prémio Nobel em Medicina.

. Séculos XX/XXI. O fim do Império Colonial, em 1974, permitiu a progressiva libertação do país dos entraves ao seu desenvolvimento. Facto que se começou a reflectir, não apenas na melhoria dos indicadores sobre a escolaridade da população, mas também nas suas práticas e consumos culturais. 

Carlos Fontes

 

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