. República Democrática do Congo
(ex-Zaire, Congo-Kinshasa).
Antiga colónia Belga, doada como propriedade
pessoal ao rei Leopoldo da Bélgica (Conferência de Berlim 1884-85), tornou-se independente
em 1960, tendo desempenhado um papel muito importante na luta de libertação de
Angola e nos conflitos que se seguiram à sua independência.
No final dos anos 50, desenvolveu-se no ex-Zaire
o projecto político de reconstruir o antigo Congo, expulsando os brancos e
anexando o norte de Angola e Cabinda (antigo protectorado português, e que
actualmente faz parte de Angola). A questão provocou desde logo em Portugal uma
crescente precupação. O ex-Zaire mergulhou rapidamente numa guerra civil,
cujos conflitos se perlongaram até aos nossos dias.
Em relação a Portugal, o problema agravou-se
quando se iniciou, em 1961, a guerra de libertação dos angolanos do domínio
colonial português. O ex-Zaire apoiou os vários movimentos de libertação (FNLA,
MPLA e UNITA), dando-lhes armamento e permitindo a instalação de bases para
atacarem as forças portuguesas em Angola. A FNLA rapidamente se tornou num
braço armado do próprio Zaire, em especial dos projectos políticos de seu
ditador Mobutu (1965 - 1997).
A resposta portuguesa não se fez
esperar, passando a apoiar os movimentos de destabilização interna deste
país, em especial o movimento de separação do Katanga que era financiado
pelos belgas. Este movimento era chefiado por Moise Tshombé. Após a subida ao
poder de Mobutu (1965), as relações tornaram-se menos conflituosas, em
especial porque este ditador passou a apoiar na região, as posições dos EUA
contra a crescente influência da antiga União Soviética. Sinal desta viragem
foi o facto de, em 1970, Mobutu ter autorizado a presença diplomática
portuguesa no seu país.
Em 1971, resssurge no Zaire um
forte movimento xenófabo que procura acabar com os vestígios dos antigos
colonialistas. Os brancos voltaram a ser de novo alvo de perseguições e os
seus bens confiscados (os portugueses foram em
Novembro de 1973).
Independência de Angola
/Cabinda. Depois do 25 de Abril de 1974,
quando Portugal se prepara iniciar as negociações, com o três movimentos de
libertação para a independência a Angola (Novembro de 1975), o ex-Zaire
inicia a prepara-se para participar na partilha desta antiga colónia
portuguesa:
a) A FNLA, apoiada por
tropas zairenses, não tarda a invadir Angola;
b) A FLEC (Frente
de Libertação do Enclave de Cabinda), apoiada também pelo Zaire, prepara-se
para uma enorme movimentação armada em Cabinda. Os EUA e a França apoiam e
participam igualmente nesta acção (armamento, mercenários, etc).
Através
de intensas negociações bilaterais, Portugal procura manter o Zaire fora de
qualquer acção militar, o que se revelou um fracasso, nomeadamente depois da União
Soviética ter enviado para Angola milhares cubanos e assessores militares. Esta
intervenção, em plena Guerra Fria, acabou por provocar a internacionalização
do conflito angolano.O que se seguiu foi uma incrivel sucessão de matanças,
destruições e saques.
Pós-Mobutu.
A miséria e instabilidade na R.D.Congo, não pararam após a expulsão de
Mobutu (1997). O que se tem seguido não se recomenda. Portugal tem estado mais
perto do que se imagina do que se passa neste país.Em Julho de 2006, por
exemplo, tropas portuguesas participaram numa acção internacional para
assegurar aqui a realização de eleições democráticas. O candidato derrotado
por Joseph Kabila, e líder da oposição é Jean-Pierre Pemba tem a
dupla nacionalidade portuguesa e a sua mulher e filhos são todos portugueses.
Pemba foi o fundador em 1998, do Movimento de Libertação do Congo,
organização político-militar outrora apoiado pelo Uganda.
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