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Venezuela - Portugal

I

A presença de portugueses na região data do tempo de Colombo. Quando este em 1498 aportou a esta região (Península Pária e Rio Orinaco), levava consigo pelo menos dois portugueses: João Castanho e Diogo de Évora, ambos balesteiros. 

Exploração do Amazonas. A partir do século XVI os portugueses realizam expedições sistemáticas no Rio Amazonas e seus afluentes, implantando povoações  e fortes no seu interior. Não é por acaso que, em 1744, um sacerdote jesuita, Manuel Ramón, quando explorava a partir da Venezuela o canal Cassiquiare, que interliga o rio Amazonas ao rio Orinoco, depara-se com um grupo de portugueses que há muito navegavam através destes rios.

Comunidades. Os portugueses desde muito cedo assumiram-se como povoadores da região. Sebastião de Belo Cabreira, em 1528, é um dos primeiro a solicitar ao autorização para o fazer, envolvendo um vasto grupo de portugueses. 

O seu número e cargos que ocuparam foi de tal modo elevado, nomeadamente em Coro e Santiago de León de Caracas, que a corte espanhola temendo qualquer movimento separatista, a 21/4/1578, manda que todos eles fossem expulsos. 

Alguns terão saído, mas a maioria encontrou forma de continuar na Venezuela, como Juan Fernandez de León Pacheco (1543-?), natural de Portimão, alcaide de carabelleda, rigidor do cabildo de Caracas, fundador de cidades como Espírito Santo (1578) e Guanare (1591, capital do estado Portuguesa), etc.

Em 1607, num censo à província da Venezuela, foram identificados 125 estrangeiros, dos quais 115 eram portugueses. Um número que nos dá uma pálida imagem da sua implantação neste território espanhol 

Filipe II de Espanha, país que então ocupava Portugal (1580-1640), permitiu em 1601 que os cristão-novos portugueses (judeus que se haviam convertido ao cristianismo) se estabelecessem nas suas colónias na América, incluindo a Venezuela (Maracaibo, Caracas ). 

Muitos destes portugueses voltaram a praticar o judaísmo, conhece-se apenas um caso de uma condenação à morte, o de Joseph Diaz, em 1720. No século XVIII esta comunidade interliga-se com outras de judeus que se haviam fixado nas Caraíbas vindos da Holanda

Século XIX. A figura mítica da Venezuela - Simao Bolívar - segundo os genealogistas venezuelanos tem entre os seus antepassados judeus portugueses. Entre os que acompanharam Bolivar na luta de libertação da América espanhola, conta-se José Inácio de Abreu e Lima (1794- 1869), um português nascido no Brasil. Saíu do Brasil, em 1818, depois do seu pai ter sido morto por ter participado na "Revolução de Pernambuco (1817). 

Um dos 23 estados venezuelanos chama-se Estado Portuguesa (capital Guanare), fundado em 1864. Em 1851 já existia uma provincia com o nome Portuguesa. Segundo uma lenda local, em 1591, uma mulher oriunda de Portugal afugou-se nas águas de um rio da região, a que foi dado o nome de Rio Portuguesa.

Século XX. A emigração portuguesa foi muito importante nos anos 40 e 50 do século XX.A esmagadora  maioria dos portugueses eram oriundos da Madeira e os restantes de Aveiro e Coimbra. 

Em 1950 viviam na Venezuela cerca de 10.954 portugueses ( 8% do total da população estrangeira), dedicando-se primeiro à agricultura e depois também ao comércio. 

A comunidade é muito dinâmica, o que se reflecte nas suas numerosas associações. Em 1958 fundaram o Centro Português de Caracas. Os clubes de futebol portugueses eram também muito populares: o Desportivo Português, conquistou o título campeonato venezuela no futebol em 1958, e depois em 1960, 1962 e 1967. O Sport Clube Marítimo de Venezuela (fundado em 1957) foi também campeão venezuelano de futebol em 1987, 1988, 1990 e 1993 e ganhou a copa da Venezuela (1988) .

Actualmente cerca de 70% das padeirias e dos restaurantes, 50% das mercearias  são propriedade de portugueses ou dos seus descendentes. Vivem na Venezuela cerca de 400 mil imigrantes portugueses, 200 mil em Caracas (capital). (Dados de 2006)

Refugiados Políticos. Entre os anos 40 e 60 muitos portugueses refugiaram-se na Venezuela por motivos políticos, tais como: o Tenente Coronel Luís Calafate que fez parte da chamada "Revolta da Sé" (1959), contra a ditadura em Portugal.

O mais conhecidos dos exilados políticos foi Henrique Galvão, um ex-capitão português que em Novembro de 1959 se fixou neste neste país. Galvão irá protagonizar o primeiro sequestro de um navio para um protesto político, contra duas ditaduras: a de Portugal e a de Espanha. No dia 20 de Janeiro de 1961, chefiando um grupo de 24 militantes da DRIL - Direcção Revolucionária Ibérica de Libertação, embarcou num trasatlântico português - Santa Maria -, quando fez escala num porto da Venezuela (La Guaira). O assalto ocorreu perto de Coraçau, sendo depois o navio levado para o Recife (Brasil), onde chegou a 2 de Fevereiro. O governo brasileiro concedeu asilo político aos revoltosos. Este sequestro teve grande impacto mundial. 

Sites: www.correiodevenezuela.com

  Carlos Fontes

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