Suécia - Portugal
Quem visita o National Museum
of Fine Art, em Estocolmo, não pode deixar de admirar uma magnifica
tapeçaria do século XVI dedicada à chegada de Vasco da Gama à India.
Culto de Santa
Catarina de Vadstena (Suécia).
No início do século XVI, o culto desta santa, filha de Santa
Brígida (1303 -1373),
tornou-se muito popular entre os portugueses, ajudando-o a difundir-se pelo
mundo.
Século XVI.
A Suécia só se tornou um reino independente em 1523, tendo estado até então
ligada á Dinamarca e Noruega. Portugal enviou logo para a Suécia, Damião de
Góis, para estudar as possiblidades de negócios. Este conhecido humanista e
responsável pela Feitoria de Portugal em Antuérpia terá escrito um livro
sobre as deploráveis condições em que vivia o povo da Lapónia (Deploratio
Lappianae gentis).
Século XVII.
As primeiras relações
diplomáticas estabeceleram-se pouco depois da restauração da independência
de Portugal, em 1640, após 60 anos de ocupação espanhola. Em 1641 os dois
países estabelecem um Tratado de Paz, na sequência do qual a célebre rainha
Cristina, envia para Lisboa um importante auxílio militar em armas e
munições e um representante diplomático.
O embaixador português ofereceu
na altura à rainha duas urnas chinesas (Dinastia Ming, Wanli 1573-1619), que se
encontram em exposição permanente no Museu de Antiguidades Orientais de Estocolmo
( Östasiatiska Museet ).
O Padre António Macedo, jesuíta
ligado à legação portuguesa em Estocolmo, desempenhou um papel fundamental na
conversão da Rainha Cristina ao catolicismo. Em Roma, o padre António
Vieira foi o seu confessor.
A partir de 1641, apesar dos
entraves colocados pela Espanha, as relações
entre os dois países não pararam de se reforçar, nomeadamente através de um activo
intercâmbio comercial.
Século XVIII.
A marinha
portuguesa presta um valioso auxilio aos navios mercantes suecos que passavam ao
longo da costa portuguesa e no Estreito de Gibraltar. Os navios suecos
frequentam com regularidade o porto de Lisboa.
Durante o terramoto de 1755, por
exemplo, um navio sueco "Sverige" participa no salvamento da
população. Dois anos depois, a Suécia envia para Lisboa o seu primeiro
representante diplomático.
No final do século colaboraram
activamente com os portugueses e os ingleses no combate contra a França e os
seus aliados. No dia 13 de Fevereiro de 1797 foi um barco sueco que informou uma
esquadra portuguesa que uma poderosa frota espanhola havia saído do porto de
Cádis. A sua posição e outras informações são passadas rapidamente à
esquadra inglesa que destrói a armada espanhola ao largo do Cabo de São
Vicente (14/2/1797).
Invasões
Francesas (1807-1814). No princípio do século XIX,
Portugal e a Suécia vivem uma situação semelhante face as ameaças francesas.
Na Europa apenas podem receber apoios da Inglaterra, a custos muito elevados. Em
1805 a França declarou guerra à Suécia, ficando-lhe com o resto de seus
territórios alemães, sendo a Finlândia ocupada pela Rússia. Depois da
guerra, a título de compensação, a Suécia fica com a Noruega que pertencia
à Dinamarca (1814). Por ironia do destino, em 1818 inicia-se uma nova dinastia
des reis suecos com um marchal francês que serviu Napoleão...
Século XIX. Entre as multiplas referências de
contactos culturais, são ainda de destacar os estudos de José
Bonifácio de Andrade e Silva que realizou na
Noruega e na Suécia no final do século
XVIII. Em Upsala (Suécia) estudou mineralogia
tendo, entre outras coisas, identificado 12 novos minerais (1800).
No século XIX foram muito
intensas as relações entre os dois países. D. Pedro V tem o seu retrato em lugar de destaque na sala
dos reis europeus no Palácio de Drottningholm, nos arredores de
Estocolmo. Em Outubro de 1883, o principe herdeiro de D. Carlos visita a
Suécia. Três anos depois realizou-se a primeira visita de um
chefe do Estado português (D. Luis) e dois anos depois um rei sueco visita
Portugal (rei Oscar).
No panteão real dos reis suecos ( Igreja de Riddarholmen), na capela
mor, podem ver-se referências a vários reis portugueses do século XIX, incluindo o brasão
do último rei de Portugal - D. Manuel II.
Século XX.
Entre os multiplos acontecimentos
comuns, um deles provocou uma enorme comoção em ambos os países: Durante os
Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, o maratonista português Francisco
Lazaro faleceu durante a prova. Foi a primeira vítima dos Jogos Olímpicos.
Portugal e a Suécia com mais 5 outros países europeus, em
1960, fundaram a EFTA, estreitando ainda mais as suas ligações económicas.
Muitas empresas suecas estabeleceram-se em Portugal onde chegaram a ter uma
posição muito relevante na economia do país.
Este facto não impediu que durante as guerras coloniais
(1961-1974) a Suécia tenha recebido e apoiado centenas de portugueses que se recusaram
a combater nas colónias ou que lutavam contra a ditadura. Deu igualmente
um importante contributo aos movimentos de libertação que combatiam o
colonialismo português (1961-1974).
Ambos os países fazem hoje parte
da União Europeia (P.1986 e S.1995). Os laços económicos e culturais são
muitos e variados entre os dois país. Em termos de arte pública, registe-se o
facto do Metropolitano de Lisboa, em 1997, ter oferecido ao de Estocolomo um
grande painel de Azulejos de Dimas Macedo que homenageia Lineu (estação
Friedhemplan).
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