Paraguai (Paraguay)
- Portugal
No principio do século XVI,
divulga-se a lenda do "El Dorado", segundo a qual junto às
nascentes dos grandes rios que desaguavam no Atlântico, existiam fabulosas
minas de ouro e prata. Gonçalo Coelho, em 1502, chegou a um desses
rios - o Rio da Prata (nome português) entre a Argentina e o Uruguai. A
partir daqui sucederam-se as tentativas para o explorar e atingir as suas
nascentes. Foi nestas andanças que
outro português Aleixo Garcia, em 1525, chegou ao Paraguai, e com a ajuda dos indíos guaranis,
atingiu a actual Bolívia, tendo confirmado a existência de enormes riquezas.
Estava assim aberta a chamada Rota da Prata que ligava Buenos Aires a Potosi
(Bolívia). Os
portugueses procuraram apoderar-se desta região, e estão ligados a muitos
episódios históricos deste país. Asunción A
fundação da actual capital do Paraguai, em 1537, tinha como objectivo criar
uma defesa contra a expansão dos portugueses ao longo da Rota da Prata. Gado A
criação de gado no Paraguai, foi introduzida elos portugueses em 1555,
procedentes da Capitania de São Vicente, tornando-se numa das principais
actividades do país. Missões
- República de Guarani A
partir do inicio do século XVII, os jesuítas começaram a criar no sudeste
do Paraguai, missões para acolherem os indios, formando uma vasta comunidade
com cerca de 100 mil pessoas, transformando-se progressivamente no que virá a
ser conhecido por "Republica dos Guarani". Entre as mais
importantes missões destacam-se a Santíssima Trindade do Paraná (1706)
e de Jesus de
Tavarangue (1685), perto da cidade de
Encarnacion.. Estas
missões, cerca de 33, ocupando uma área de mais de 400 mil km2, eram
apoiadas pela corte espanhola, pois viu nelas uma forma de conter a expansão
portuguesa para sul . Os
portugueses nunca desistiram de ocupar estes territórios. Caçadores de
escravos como Antonio Raposo Tabanes, por exemplo, num destes ataques entre
1618-30, destroem as missões de Encarnación, San Pablo e San Francisco
Javier, fazendo dezenas de milhares de prisioneiros guaranis. Em 1639, os
jesuítas obtém da Corte Espanhola autorização para formarem uma exercito
de guaranis, que consegue um importante êxito ao derrotarem os portugueses em
Caazapaguarú (1639). Em 1641 são os tupies, armados pelos jesuitas que
vencem os portugueses em Mbororé. Em
meados do século XVIII, a Espanha começou a encarar estas missões com
desconfiança, não tardando a aliarem-se aos portugueses para as combaterem.
Estes viam nelas um dos grandes obstáculos à expansão do Brasil. Em
Janeiro de 1756, 1700 espanhóis e 1600 portugueses, invadiram as Missões,
vencendo a frágil resistência dos Guarani. Portugal,
criou desta forma condições para a posterior expansão do Brasil na região. Os
jesuítas passam a ser encarados como inimigos dos interesses de Portugal.
Marques de Pombal, em 1759, expulsa-os de Portugal e colónias. Independência A
Independência do Paraguai, em 1811, envolve directamente Portugal. Neste ano,
Diogo de Sousa, capitão general de Rio Grande do Sul (Brasil), ao saber que
se estava a preparar um movimento contra os espanhóis e que este não tinham
qualquer capacidade de resposta, envia um tenente - José de Abreu - oferecer
o apoio militar ao governador Velasco. Este aceita e autoriza os portugueses a
ocuparem as Missões na margem esquerda do Paraná, acelerando a revolta pela
independência do Paraguai e outras colónias espanholas.
Carlos Fontes
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